A peça adapta para o teatro de bonecos o estilo genuinamente cinematográfico que lhe dá nome, experimentando todas as suas possibilidades no palco. Estão lá a mulher fatal, o detetive durão, a voz em off do narrador e tantos outros elementos que caracterizam o cinema noir. A montagem é realizada inteiramente em preto e branco, desafio que exigiu um longo estudo de figurino, cenografia e iluminação.
Como quase todo bom filme noir, o espetáculo é pontuado por flashbacks. Além disso, vários ângulos das cenas são explorados e os bonecos “atuam” em primeiro e segundo planos sobrepostos. “Aos poucos, vimos que o que a companhia estava realizando era cinema em cima do teatro, tanto pela movimentação no palco quanto pelos recortes das cenas. Foi então que constatamos a entrada da linguagem cinematográfica em nosso universo”, observa Miguel Vellinho que, não por acaso, também escreve roteiros de cinema.
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Publicado por Michelle Moraes. Ass. de Com. Sistema FECOMÉRCIO/SESC/SENAC
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