O ano era 2000. Quando Bryan Singer lançou "X-Men" mal sabia ele que daria um novo rumo ao cinema americano, principalmente aos blockbusters que dominam as bilheterias.
De lá para cá, Sam Raimi fez três belos filmes do "Homem-Aranha", Christopher Nolan conseguir dar a série "Batman" um status inimiginável, Ang Lee quebrou a cara com "Hulk".
Já Jon Favreau, comediante desconhecido e com um currículo nulo tanto na direção quanto na atuação, assumiu o comando de uma adaptação de um herói dos quadrinhos pouco conhecido do grande público,mas que possuia um número considerável de fãs. "Homem de Ferro" estreou em 2008 e surpreendeu público e crítica com uma história bem-humorada e com boas cenas de ação. E claro, com a atuação excelente de Robert Downey Jr. como Tony Stark, empresário do setor bélico, totalmente egocêntrico,com muito charme e inteligência.
Eis que dois anos depois, cá estamos novamente frente a frente com Stark que após ter se revelado o Homem de Ferro em uma coletiva de imprensa no fim do primeiro filme, está sendo pressionado pelo governo americano a ceder a tecnologia desenvolvida por sua empresa para o exercíto do país, coisa que ele não pretende fazer.Para piorar a situação, o heroí (ou seria anti-heroí?) precisa combater Ivan Vanko (Mickey Rourke), um homem perigoso que saiu da Rússia para vingar a morte do pai, que sempre foi renegado pela família Stark. Em paralelo a tudo isso, Stark passa por um grave problema de saúde por causa do elevado número de toxinas presente em seu corpo devido ao equipamento do Iron Man.
"Homem de Ferro 2" é, antes de mais nada, um filme de ação, porém parece se esquecer disso durante boa parte da história. Explico: se você retirar a cena do Grande Prêmio de Mônaco e a sequência final, o resto do final é de uma conversa fiada interminável.E se engana quem pensa que esse blá-blá-blá é interessante ou permite entrar em maior contato com os personagens; tudo não passa de enrolação e de um festival de frases forçadas para tentar nos fazer rir ou ficar com o pensamento de quanto os roteiristas são inteligentes e engraçadinhos. Coitados!
Se todo o falatório que temos de aguentar durante boa parte da projeção fosse compensado por boas cenas de ação, provavelmente a situação seria melhor. Porém, a sequência do GP de Mônaco,apesar de ser interessante e bem dirigida, apresenta muitos momentos em que é preciso muita boa vontade para aceitar (só para dizer que não é implicância: como um carro normal entra em um circuito de F-1 com extrema facilidade como é mostrado no filme? Fora o perigo que ele representa para os outros pilotos - ok, aqui é um pequena implicância).
Agora, nada supera a batalha final. Explosões,tiros para todo lado,vilão mais poderoso que nunca, robôs assassinos, heroís encurralados e........... acaba daquele jeito? Tão fácil? Tão besta? Tão lógico?
Parei!
Se tem uma coisa que "Homem de Ferro 2" acerta é no mesmo trunfo do filme passado: Robert Downey Jr. nasceu para o papel. Com todo o seu cinismo e, ao mesmo tempo, com um toque infantil de um menino que se diverte com os seus caros brinquedinhos, Tony Stark é apaixonante,mesmo que seja uma pessoa inconsequente e sem a menor preocupação com nada que não seja ele próprio. O narcisismo em pessoa.
Sobre os coadjuvantes, dá para dividir em três grupos: primeiro, temos aqueles que roubam a cena, como Mickey Rourke, entregando um vilão assustador e mostrando que "O Lutador" não foi um lapso, e Sam Rockwell, intérprete do atrapalhado e ganancioso Justin Hammer, adversário de Tony Stark no setor de armas; a segunda turma é formada pelos desnecessários personagens de Scarlett Johansson, que só desfila beleza pela tela, Samuel L. Jackson, cuja única função é inserir elementos para fazer sentido no futuro filme da série "Os Vingadores" que vai reunir todos os heróis da Marvel em um único filme, e o apagado Don Cheadle, visivelmente desconfortável em substituir Terrence Howard nesta sequência; e para completar, temos aqueles que não alteram nada como a personagem de Gwyneth Paltrow.
Assim como seu protagonista, "Homem de Ferro 2" se acha o máximo a todo momento. Porém, só é presunçoso e chato.
Tentou ser "Batman - O Cavaleiro das Trevas" e acabou "Homem-Aranha 3".
Uma pena!
NOTA:6,0
Por Caio Pimenta
Diretor-Geral do SET UFAM
Também achei fraquinho. O humor falha e o entretenimento embora garantino, aborrece...
ResponderExcluirAbraço
Cinema as my World