por Jéssica Santos
Se existe um filme que simbolize o espírito de natal, a união da família e a esperança por uma vida melhor, “A felicidade não se compra” (It’s a wonderful life) é esse filme. Frank Capra realizou o filme para valorizar a bondade e os sonhos das pessoas comuns e humildes. O filme foi o primeiro feito pelo diretor após a 2ª grande Guerra, e teve um significado importante, pois o longa passa a mensagem de que se deve sempre acreditar nos sonhos e numa vida melhor, então passou esperança para os norte-americanos.
A história foi baseada em “The greatest gift”, um conto escrito em um cartão de natal, de Philip Van Doren. No filme, o protagonista George Bailey (James Stewart) é um homem simples e bom. Ele cresceu na pequena cidade de Bedford Falls (Connecticut), entretanto almeja conhecer o mundo. Isso não é possível para ele porque tem muitas responsabilidades. Possui mulher (Donna Reed) e filhos maravilhosos e ajuda os trabalhadores da cidade a comprar suas casas. O grande problema de sua vida surge quando o banqueiro da cidade (Lionel Barrymore) ameaça confiscar a poupança de sua família para que ele pague suas dívidas. Sem saber o que fazer, George tenta suicídio saltando de uma ponte. Mas ele não morre, como um milagre, seu anjo Clarence (Henry Travers) surge para lhe mostrar o que aconteceria se ele tirasse sua própria vida, deixando todos que ama. Sua vida, a de seus próximos e até mesmo o destino do anjo dependem de George, que precisa se convencer do valor que possui no mundo, independente dos problemas que tem.
O filme tem, ainda, alguns pontos enriquecedores, que o ajudaram a se tornar um clássico. Sua mensagem motivadora e de esperança é notável, e ao mesmo tempo o filme mostra que nossas escolhas são decisivas não apenas para nós mesmos, mas para todos à nossa volta. Além disso é um filme engraçado e que não esquece de fazer uma breve análise (e crítica) da nossa sociedade. Concorreu ao Oscar® de melhor filme, direção, melhor ator (Stewart), edição e som, mas não levou nenhum prêmio. Sua recompensa foi o amor que conquistou do público. Em junho de 2006, o filme foi eleito o filme americano mais inspirador dos últimos 100 anos, pelo American Film Institute.
Capra sabia que os americanos haviam sofrido muito durante a Depressão dos anos 1930, e agora queria celebrar a prosperidade. Daí o impacto emocional do filme até mesmo naquelas pessoas mais descrentes.
Apesar de todos os anos serem lançados vários filmes natalinos, inclusive alguns amados como “Esqueceram de mim”, “O expresso polar” e “Os fantasmas de Scrooge”, “A felicidade não se compra” ainda é, passados 65 anos do seu lançamento, um dos mais (se não o mais) queridos filmes de natal dos americanos, que o assistem todo ano. E não é para menos, já que todo mundo adora ver uma história que traga otimismo, alegria e espírito natalino nessa época do ano. Será difícil você não se emocionar.