sexta-feira, 23 de julho de 2010

Shrek Para Sempre - Críticas

Por Caio Pimenta
Diretor Geral do SET UFAM

Saber a hora de parar é um dom.
Tentar esticar o fim com medo de nunca mais ter aquilo que se ama é uma situação que leva a consequências ruins, como a ridicularização e a frustação de que não se é mais capaz de realizar as proezas de outrora.

Nos cinemas, essa história também acontece.
Porém, o sentimento que move essa insistência em continuar algo que deveria ter acabado a muito tempo é a ganância pelo dinheiro.
Matrix, Jogos Mortais, Star Wars, Piratas do Caribe e tantas outras produções tiveram a aura dos excelentes primeiros manchadas por sequências constrangedoras.

A saga de Shrek vai pelo mesmo caminho.
Após dois ótimos filmes iniciais, a história do ogro verde teve outros dois longas apáticos e sem-graças.
O quarto filme da série até que parte de uma boa premissa, apesar de batida: Shrek está entediado com a vida de casado que leva. A rotina de cuidar dos bebês, levar o lixo para fora da casa, dormir bonitinho ao lado da espoa Fiona e todas as normalidades tal familiares a nós humanos. Porém, nada é mais frustante para Shrek do que não conseguir mais ser temido por todas as outras pessoas. Eis que surge Rumplestiltskin, um mago que dá a chance do ogro de viver um dia completamente diferente, onde o Gato de Botas está gordo e preguiçoso, o Burro não se lembra de seu melhor amigo e Fiona é perseguida pelos homens da cidade. Tal realidade pode permanecer para sempre por causa de uma trapaça do mago. A solução será um beijo de amor entre Shrek e Fiona.
A ironia e as boas sacadas dos filmes anteriores, simplesmente somem em Shrek Para Sempre. Uma das melhores coisas da saga do ogro verde era a mescla entre as tiradas de sarro da cultura pop em geral com o bom desenvolvimento da história. Dessa vez, as piadas surgem deslocadas e sem o impacto necessário.Os personagens continuam carismáticos, mas é inevitável que já não tenham mais a mesma graça de antigamente.
Shrek continua sendo um mau-humorado legal, porém a falta de criatividade do roteiro, que o coloca em situações parecidas com as do terceira filme cria uma sensação de dejá-vu. O Gato de Botas, apesar de gordinho e preguiçoso, ainda continua fofo. Fiona, por sua vez, é uma chata e que só faz aquela cara de coitada.
Porém, não há personagem mais interessante, divertido e criativo que o Burro, interpretado magistralmente por Eddie Murphy. Cada aparição do mais irritante e adorável animal dos cinemas faz o filme crescer demais.Infelizmente,Shrek Para Sempre encerra a franquia por baixo.
Quem sabe os executivos de Hollywood não aprendam dessa vez a saber parar a cobiça deles.

Não custa sonhar.

NOTA:6,5

2 comentários:

  1. quanto ao filme shrek acreedito que vcs estão certos. O filme já não tem mais graça. O último foi bom e encerrou com chave de prata. Mas comparar com Jogos mortais e piratas do caribe é demais. O filme Jogos mortais é o melhor filme de terror-suspense que já vi. Não é a toa que arrastou grande público aos cinemas a cada filme e Piratas do Caribe sem comentários pra vcs, aliás vou fazer. O filme se não perceberam é uma trilogia, assim como o Senhor dos Anéis, vcs assistiram né? Então...o Piratas do Caribe não perdeu a força em nenhum momento e repito de sua trilogia, assistam vcs vão gostar...e o último foi de tirar o folego de qualquer um que assistiu. Seria bom assistir o filme antes de falar. Ver quais são os sequenciais e os que fazem o 2° apenas pq o 1° fez sucesso. Mas atenção na próxima vez pq se não daqui a poco vão postar que Harry Potter já devia ter parado e isso vai ser o cumulo, se quiserem responder podem mandar para o tiagopjmp@gmail.com, essas discussões são muio boas. Ah e isso foi apenas um toque. ok.

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  2. Obrigado pelo comentário, Tiago!
    Mesmo quando não aprovam tudo que escrevemos, é bom sabermos que estamos sendo prestigiados.

    Bem, sobre os pontos colocados por você, Jogos Mortais, na minha opinião perdeu a força a partir do segundo filme, quando a história trocou a inteligência (que, convenhamos, não era assim tão grande) do primeiro filme pelo sangue e tripas escorrendo. Hoje, a série está mais próxima de ser o novo Sexta Feira 13 ou A Hora do Pesadelo.

    Sobre Piratas do Caribe, a saga de Jack Sparrow não foi, originalmente, projetada para ser uma trilogia. O sucesso do primeiro filme de 2003 foi tão inesperado que muita gente levou um susto no fenômeno uqe o longa tornou-se. Havia até um receio em fazer filmes de piratas, ja que a última super produção que contavam com eles foi "A Ilha da Garganta Cortada" que é um dos maiores fracassos de todos os tempos.
    Foi a partir do sucesso do primeiro longa que o estúdio, impulsionado pelo fenômeno de "O Senhor dos Anéis" decidiu tornar a série uma trilogia.
    Os dois últimos Piratas, "O Baú da Morte" e "No Fim do Mundo" não são filmes ruins, mas inferiores ao primeiro. O erro deles foi tentar ser mais grandioso que a série pretendia ser inicialmente, complicando a trama desnecessariamente.
    Falo isso porque assisti os dois filmes. Para quem já viu Eclipse, é claro que iria ver os dois últimos Piratas.

    Quando falo em ganância, é porque os executivos hollywoodianos não procuram preservar a marca que tem em mãos, querendo arrancar ao máximo dele, não importando se vai cansar o público ou não.

    É isso!
    O espaço continua aberto a discussão.

    Abrcs a todos os leitores!

    Caio Pimenta
    Diretor-Geral do SET UFAM

    PS: vem aí o quarto Piratas do Caribe. Mais informações no SET UFAM de Bolso - Edição XXIV.

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