Ao todo, onze diretores realizaram pequenos curtas-metragens que falam, não somente de amor, mas de toda a diversidade que tanto representa a maior cidade norte-americana.
Como era de se esperar, o resultado é inconstante, alternando bons e maus momentos.
Vamos analisar cada curta:
Parte 1 - Dirigido por Jiang Wen
É inevitável a comparação entre esse curta e "Onze Homens e um Segredo": além de contar com Andy Garcia no elenco, as reviravoltas estão presentes a todo momento. A diferença é que o filme de Steven Soderbergh em nenhum momento era confuso e, acima de tudo, não tinha Hayden Christensen.
Parte 2 - Dirigido por Mira Nair
Contando com Natalie Portman, esse curta apresenta diálogos bastante elaborados, dando-nos a sensação de que os personagens escondem muitas angústias. Bem fotografado, só peca no final que fica aquém de todo resto.Natalie Portman
Parte 3 - Dirigido por Shunji Iwai
Quem diria que Orlando Bloom poderia se revelar um bom ator? Após fazer muitas caras e bocas em O Senhor dos Anéis e Piratas do Caribe, o galã vai muito bem nessa história que já sabemos como vai acabar desde o início, mas que prende pela sua leveza.
Parte 4 - Dirigido Yavan Attal
É aqui onde se encontra o que há de melhor e pior do filme. A história centrada nos atores Ethan Hawke e Maggie Q possui as melhores falas de Nova York, Eu Te Amo, com dois personagens malandros,capazes de saírem numa boa de qualquer tipo de cilada. A trama vai se desenvolvendo com grande fluidez até chegar no final, no qual você para e se pergunta: todo esse tempo para isso?
Já a segunda história, estrelada por Chris Cooper e Robin Wright Penn, é de grande elegância, conduzida pelos excelentes atores. Pena que a busca pelo final feliz impeça que esse curta se destaque.
Parte 5 - Dirigido por Brett Ratner
Sem dúvida, a história mais non-sense de todas. Tendo como protagonista a revelação Anton Yelchin, de Star Trek, o curta é um festival de artificialidade, sem graça, com persongens caricatos e um roteiro bem medíocre.
Parte 6 - Dirigido por Allen Hughes
Apostando somente no pensamento dos seus personagens, sem contar com nenhum diálogo no decorrer da história, toda tensão sexual e insegurança dos relacionamentos modernos é passada aqui. Contém cenas picantes, além de boas atuações de Bradley Cooper e Drea de Mateo.
Parte 7 - Dirigido por Shepar Kapur
O mais bem acabado, dirigido, escrito e com as melhores atuações do filme. Palmas para Julie Christie e Shia Labeouf.
Parte 8 - Dirigido por Natalie Portman
Sabe aquelas histórias que você já viu várias vezes e que não trazem nada de novo?
Bem, este é o caso.
Parte 9 - Dirigido por Fatih Akin
Uma das história mais fracas do longa, mostra a luta de um pintor a procura da sua musa. Se não estivesse no filme, não faria a menor falta.
Parte 10 - Dirigido por Joshua Marston
Um casal de velhinhos rabugentos olhando para o mar nos faz ver o quão breve é a nossa vida e que devemos aproveitá-la ao máximo. Emocionante. Eli Wallach e Cloris Leachman
Parte 11 - Dirigido por Randy Balsmeyer
Serve para fazer a ligação de uma história para outra. Muito confuso.
No fim, Nova York, Eu Te Amo apresenta-se como um trabalho incompleto: se por um lado, a diversidade cultural, religiosa, racial é mostrada em peso, a importância econômica e política da cidade é totalmente esquecida. Além disso, em alguns momentos percebe-se a pressa na finalização do projeto, o que deixa o filme com alguns buracos gritantes (a passagem de uma história para outra e a ligação entre os personagens dos curtas servem como exemplo).
Espera-se que o Rio de Janeiro, próxima parada do projeto "Cidades do Amor", tenha mais sorte que Nova York.
NOTA: 6,5
Caio Pimenta
Diretor-Geral do SET UFAM
Diretor-Geral do SET UFAM
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