E, sim, temos bandas com repertório próprio. Isso vai ser mostrado no "O Rock Que o Brasil Não Viu", que conta a cena dos anos 90 pela ótica dos seus protagonistas. O documentário de uma hora e dez minutos vai ser exibido amanhã às 13h no Cinemais do Manaus Plaza Shopping em sessão única. Os ingressos vão custar dez reais.
O documentário tem direção de Caio de Biasi, Bosco Leão e Clovis Rodrigues. Estes últimos trabalham com música, como vocalistas; Bosco na Chá de Flores, e Clovis na Platinados.
Clovis e Bosco
Para exibir o documentário no Cinemais, os músicos apresentaram-no à adminstração da rede em Manaus. Segundo Bosco, a recepção da obra foi positiva. Então, os dois foram atrás de cumprir as condições legais. Assim, conseguiram o espaço.
O documentário surgiu da ideia, em concretização, de Bosco de escrever um livro sobre a cena rockeira baré. Como ele e Clovis têm experiência em audio-visual, resolveram entrevistar a galera e juntar as filmagens atuais com materiais de arquivo.
DE PORRAS-LOCAS A PAIS DE FAMÍLIA
Um ponto-chave mostrado no "Rock", adianta Clovis, é o festival "Fronteira Norte". Em 1998, ele reuniu bandas locais no Km 30 da AM-010 e acabou virando uma maneira de os rockeiros da cidade se conhecerem.
Outro "divisor de águas" foi o projeto Valores da Terra. Clovis explica que a partir daí as roqueiros "caíram na real". Dentre vários motivos, a falta de apoio amplo e/ou sério por parte dos órgãos públicos e das casas de show e o pouco profissionalismo dos músicos, - "eu era muito porra-loca, só queria saber de tocar, e não da parte burocrática da banda", afirma Clovis, - ocasionaram o fim de muitas bandas.
Roqueiros doidões nos anos 90 aparecem no documentário como pais de família, carecas, barrigudos, crentes. Por exemplo, o lendário Seta foi entrevistado. Para quem não sabe, hoje em dia ele deixou os dreads, as calças de militar e a maquiagem e trabalha como professor do departamento de filosofia da UFAM.
KAFKA ROCKS!
Os diretores pretendem até o final do ano lançar uma versão do "Rock" em DVD, com entrevistas que ficaram de fora. Afinal, eles têm doze horas de material. Além disso, Clovis afirmou que eles pensam em lançá-lo também em festivais.
Como projetos futuros, os dois pretendem adaptar o livro "O Homem com a Abertura na Testa", de Márcio Santanna. O mote da história é, digamos, kafkaniano: um homem acorda e vê que na sua testa apareceu uma vagina falante!
MAIS NO "SET" DA TV
Na próxima edição do SET, que vai ao ar no próximo dia 25, você vai poder conferir a recepção do documentário pelo público e uma entrevista com os diretores. Por fim, o trailer do documentário:
Texto e foto: César Nogueira
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