terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Classic Movies - Nosferatu - Uma Sinfonia do Horror (1922)

por Jéssica Santos



A obra-prima de horror Nosferatu completa 90 anos e continua sendo admirada pelos cinéfilos. O filme surgiu a partir da adaptação do romance Drácula (1897), do escritor irlandês Bram Stoker. Por problemas com os direitos de adaptação, o diretor Friedrich W. Murnau resolveu trocar o nome do vampiro e, provavelmente por causa disso, o horror trazido em Nosferatu é distinto da mitologia e dos lugares-comuns sobre o vampiro construído pelo cinema posteriormente, a partir da obra de Stoker.


Em Nosferatu, o temido vampiro é o Conde Orlok (Max Schreck), que após receber a visita do agente imobiliário Cárpatos, apaixona-se pela imagem de sua esposa. “Sua mulher tem um belo pescoço”, diz o conde. Assim, ele parte em busca de sua amada num navio cheio de ratos.
Schreck preparou-se para o papel num trabalho árduo, a fim de garantir uma imagem bastante exótica e horripilante ao personagem, que leva o drama de aniquilar a coisa amada. Ele caracterizou o vampiro como um ser selvagem, pelo modo simples e ingênuo de agir.



Esse tom trágico e ao mesmo tempo romântico da história do vampiro reapareceu no filme de Francis Ford Coppola Drácula de Bram Stoker (1992). Aqui, o diretor fez várias homenagens ao filme de Murnau, inclusive incluindo na obra o navio e a famosa e inesquecível cena do vampiro levantando-se ereto do caixão. Já o diretor alemão, Werner Herzog, fez uma refilmagem fiel ao longa. Nosferatu, o Vampiro da Noite (1979), trouxe de volta as orelhas pontudas e os dentes afiados compostos por Schreck, com Klaus Kinski como o vampiro.
O filme enriqueceu a história dos vampiros com mitos que são lembrados até hoje, nos novos filmes que tratam da história do Drácula ou de outros vampiros.



A referência expressionista de Nosferatu tem o objetivo de pôr em evidência os medos que rodeiam o inconsciente humano. O rosto do vampiro e o jogo de sombras, os cenários com referências gráficas, o movimento das câmeras e uso de lentes que deformam a imagem são alguns exemplos.
Um filme que, visto hoje pode não ser tão assustador quanto na época em que foi lançado, mas que sem dúvidas, traz cenas marcantes e sombrias; e que possui grande valor pelas técnicas e imagens inovadoras que foram usadas. Vale a pena assistir!

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