Diretor-Geral do SET UFAM
A escolha de "Lula - O Filho do Brasil" para ser o representante do país na disputa do OSCAR 2011 de melhor filme estrangeiro é mais uma opção errada do Ministério da Cultura, o qual prefere definir seus pensamentos a partir de estratégias que visam decifrar o estilo de filme preferido da Academia a mandar o melhor longa entre os que estão postulando a vaga.O filme dirigido por Luís Carlos Barreto é uma obra fraca, transformando a rica história do atual presidente brasileiro em um projeto que visa tornar o protagonista da trama em um mito. O Lula do filme é um sujeito perfeito, amoroso, vítima da exploração dos patrões e das crueldades dos militares, que luta pelos pobres e oprimidos como nunca antes na história deste país alguém fez. O lado político de Lula é praticamente esquecido durante quase toda a projeção, uma falha terrível, pois tornaria a trama enriquecedora, já que seríamos capazes de entender ainda mais a grandeza do pernambucano. O endeusamento é tanto que torna o filme claramente panfletário, talvez, um dos motivos para o fracasso de "Lula - O Filho do Brasil" nas bilheterias nacionais.Pior que isso é o momento em que a decisão de levá-lo a disputar uma indicação ao OSCAR 2011 acontece. Vivemos um período eleitoral, no qual Lula é peça-chave para a campanha de norte a sul do Brasil. Mesmo se fosse um clássico do cinema nacional, haveria polêmica e críticas a escolha por parte dos opositores do governo petista. Mas como não é (aliás, muito longe disso!), a escolha UNÂNIME deixa no ar que houve alguma interferência na decisão.
Torço para que não tenha acontecido e acredito que não aconteceu, mas infelizmente, é necessário possuir esse olhar crítico.Além disso, não duvido nada de que se a indicação acontecer e uma possível vitória vier, será Lula quem irá pegar a estatueta.
Anotem aí!Analisando a lista das produções nacionais que concorriam uma vaga e considerando apenas a questão de qual filme é melhor, "Lula - O Filho do Brasil" não consegue fazer frente a maioria dos concorrentes.
"As Melhores Coisas do Mundo", "É Proibido Fumar", "Bróder" e "5X Favela - Agora Por Nós Mesmo" são produções que receberam elogios da crítica, conquistaram vários prêmios festivais afora e trazem histórias interessantes, amarradas em um bom roteiro, com grandes atuações."Nosso Lar", apesar das falhas estruturais da trama que demora um pouco a engrenar e ser piegas em vários momentos, é um filme emocionante e possui um visual arrebatador.Até mesmo "Quincas Berro D´Água" é uma produção mais vigorosa em termos técnicos e de história do que a cinebiografia de Lula.
O desejo brasileiro de querer levar à estatueta dourada do OSCAR a qualquer custo tem feito os responsáveis pela escolha tomarem decisões equivocadas a cada ano.
Se não perceberem que tudo não passa de um prêmio (importante sim, mas apenas um prêmio) e deciderem levar filmes porque tem temas mais aceitos pelos membros da Academia (tramas de superação, com crianças e judeus, histórias que mostrem temas conhecidos do país, como a violência, o carnaval e o futebol), vamos continuar no caminho errado.
Se quisermos ganhar, mandemos o melhor do nosso cinema, como fez a Argentina no ano passado com "O Segredo dos Seus Olhos".
Anotem aí!Analisando a lista das produções nacionais que concorriam uma vaga e considerando apenas a questão de qual filme é melhor, "Lula - O Filho do Brasil" não consegue fazer frente a maioria dos concorrentes.
"As Melhores Coisas do Mundo", "É Proibido Fumar", "Bróder" e "5X Favela - Agora Por Nós Mesmo" são produções que receberam elogios da crítica, conquistaram vários prêmios festivais afora e trazem histórias interessantes, amarradas em um bom roteiro, com grandes atuações."Nosso Lar", apesar das falhas estruturais da trama que demora um pouco a engrenar e ser piegas em vários momentos, é um filme emocionante e possui um visual arrebatador.Até mesmo "Quincas Berro D´Água" é uma produção mais vigorosa em termos técnicos e de história do que a cinebiografia de Lula.
O desejo brasileiro de querer levar à estatueta dourada do OSCAR a qualquer custo tem feito os responsáveis pela escolha tomarem decisões equivocadas a cada ano.
Se não perceberem que tudo não passa de um prêmio (importante sim, mas apenas um prêmio) e deciderem levar filmes porque tem temas mais aceitos pelos membros da Academia (tramas de superação, com crianças e judeus, histórias que mostrem temas conhecidos do país, como a violência, o carnaval e o futebol), vamos continuar no caminho errado.
Se quisermos ganhar, mandemos o melhor do nosso cinema, como fez a Argentina no ano passado com "O Segredo dos Seus Olhos".
Seria justo e muito mais gratificante para o nosso cinema!
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