domingo, 29 de maio de 2011

Novos Clássicos - Closer (2005)

Por Vanessa Carvalho

Ninguém irá te amar mais do que eu. Por que o amor não é o bastante?

Com essa frase, Natalie Portman fez a classe masculina odiar, mesmo que por algumas horas apenas, Jude Law, no filme “Closer – Perto demais”. O filme não traz efeitos mirabolantes, nem cenários grandiosos (Mesmo eles sendo, basicamente, londrinos), mas é um bom filme perturbador. Mais ainda para quem resolveu adentrar ao perigoso mundo dos romances.

“Closer”, definitivamente, não é o tipo de filme leve que você assiste com sua namorada (o) fazendo juras de amor. Isso porque, diferente da maioria dos filmes do gênero, não é um filme de amor, e sim um filme sobre o amor. E a forma mais cruel dele, pois retrata as reviravoltas que um relacionamento tem, suas dúvidas, seus medos e (principalmente) desejos.


 Em “Closer”, Dan (Jude Law), um jornalista fracassado que ganha a vida como escritor de obituários, conhece Alice (Natalie Portman), uma striper americana, casualmente e começa um intenso relacionamento com ela. Ao tentar promover seu livro, ele conhece Ana (Julia Roberts), uma fotógrafa bem sucedida e logo se apaixona por ela e sua sedução. Nesse tempo, Ana conhece e começa a se relacionar com Larry (Clive Owen), após um mal entendido. Este é o esqueleto para um filme realista, que mostra a mais crua forma de libido do ser humano.

O longa dirigido por Mike Nichols ("A Primeira Noite de Um Homem") é perturbador, e torna-se praticamente impossível você não pensar se aquelas situações não poderiam acontecer com você. Não se engane, qualquer pessoa, em algum momento da vida, teme uma traição, seja no inicio do relacionamento, quando as pessoas ainda acham que estão se conhecendo, seja com ela mais estável, quando as pessoas têm a tola impressão de que conhece profundamente seus parceiros.


 “Closer” é o tipo de filme que, ou você ama, ou você odeia. Depende muito do tipo de pessoa que você é, do seu estado de espírito ao assisti-lo ou da sua forma de ver os relacionamentos. Uma pessoa que tem a tendência a se emocionar com a velha fórmula “felizes para sempre”, provavelmente irá odiar o filme. Aquela que sabe o que é a dor de uma traição, ou o peso da culpa de ter traído, provavelmente irá se identificar com algum dos personagens. Uma coisa é certa: ninguém fica indiferente a ele.



A fotografia, como já foi mencionada, é basicamente londrina. Na verdade, a fotografia é um personagem a parte neste filme, pois ela acaba sendo uma forma de complemento para as situações vividas. Afinal de contas, Londres com todos os seus tons cinza, se adequa perfeitamente ao peso que é todas as situações mostradas. Mas a verdade, é que este filme poderia ser muito bem se passar em Nova York, São Paulo, Belém, seu bairro, em qualquer lugar, pois ele aborda os relacionamentos.


 A direção de Nichols se prendeu quase que totalmente nas emoções dos atores, em suas interpretações. A exploração de cada personagem e a forma como cada ator o fez torna esse filme realista. Parece mesmo que os atores viveram aquelas situações de maneira tão íntima que foi cada tomada. 


 Torna-se praticamente impossível notar algo além de Natalie Portman caminhando em câmera lenta em meio a desconhecidos ao som de “The Blower’s daugther” do Damien Rice. Ou então lembrar qual a cor da calca da Julia Roberts ao contracenar com Jude Law.

O foco do diretor Mike Nichols foi para cada olhar, cada sorriso, cada palavra dos personagens, pois é através deles que o espectador percebe as angustias, medos, desejos vividos. A trilha sonora, que se focou basicamente, na música de Damien Rice completa o conjunto.

 
 “Closer – Perto demais” é o tipo de filme que você, provavelmente, irá assistir novamente, seja para entender o porque do olhar enigmático da misteriosa Alice, seja pelos diálogos brilhantemente inteligentes, seja pela forma realista como os relacionamentos são abordados.

 “Eu não te amo mais! Adeus”.

sábado, 28 de maio de 2011

Era uma vez... Duas vezes... Três vezes...

Por Jéssica Santos 

Contos de fadas são uma fonte inesgotável de histórias para o cinema há mais de um século e hoje, multiplicam-se nas salas de cinema. 

Walt Disney construiu um império com desenhos animados como “Branca de Neve e os Sete Anões” (1937) e “Cinderela” (1950). Os anos se passaram e mostraram que os contos de fadas, inicialmente voltados às crianças, agradam cada vez mais os adultos, incluindo os adolescentes. 

“Enrolados” não se transformou em um dos grandes sucessos de bilheteria do ano limitando seu apelo às crianças, e o recém-lançado “Beastly” - baseado em “A Bela e a Fera” - e “A Garota da Capa Vermelha” fizeram mais, e excluíram as crianças de seu público! 

 
A verdade é que o público adulto se encanta pelas histórias com as quais cresceram. O sucesso também pode se dá porque as verdades simples dos contos de fadas tem poder nos dias tão conturbados de hoje. Outra explicação é que tanto as pessoas quanto os artistas adoram explorar elementos conhecidos de formas diferentes, encontrando um novo ângulo em histórias antigas. É um prazer para nós assistirmos, e para eles fazerem. 

Depois dos vampiros é a vez de princesas, fadas e seres encantados em geral invadirem os cinemas. “Alice no País das Maravilhas” de Tim Burton deu início a uma tendência que não deve terminar tão cedo: a adaptação de contos de fada para as grandes telas. “Beastly”, que já passou pelos EUA, e “A Garota da Capa Vermelha”, com Amanda Seyfried no papel-título, em cartaz no Brasil, são exemplos atuais do modelo-tendências. 

“João e Maria” está em produção e nada menos que três versões de “Branca de Neve e os Sete Anões” estão agendadas, com Kristen Stewart (Branca), Julia Roberts e Charlize Theron (rainhas) estrelando cada uma delas! 

 Branca de Neve e os Sete Anões 

Kristen Stewart estará no papel de Branca de Neve em “Snow white and the Huntsman”, e para o personagem do caçador Chris Hemsworth está confirmado. No filme, o caçador é contratado pela rainha má Ravenna (Charlize Theron), para encontrar a enteada dela, mas quando descobre que a rainha quer, na verdade, matar Branca de Neve, ele a ajuda a escapar. Evan Daughterty escreveu o roteiro, que será dirigido por Rupert Sanders, egresso dos comerciais. 


As filmagens já começaram para tentar ganhar vantagem sobre o projeto concorrente: “The Brothers Grimm: Snow White”, cuja produção começou em março, e tem Julia Roberts no papel de rainha má.
O indiano Tarsem Singh (“A Cela”) dirige a partir do roteiro de Melisa Wallack. O filme começa com a madrasta de Branca de Neve matando o pai dela e destruindo o reino. A heroína (Lily Collins) precisa, então, se unir a sete anões dispostos a brigar para reclamar os seus direitos. 

A corrida continua. “Snow White and the Huntsman” parece levar uma leve vantagem hoje, apesar de os dois estarem previstos para 2012. Enquanto isso,”Snow and the Seven”, o terceiro filme em produção sobre a fábula, tenta correr atrás do prejuízo, mas só será lançado em 2013, e ainda não tem elenco.


 A Bela e a Fera

Enredo de “Beastly” - Kyle Kingson (Alex Petty) é um jovem que tem tudo: inteligência, beleza, riqueza e boas oportunidades, mas possui uma personalidade perversa e cruel. Após humilhar uma colega de classe, ele é amaldiçoado por ela para se tornar tudo o que ele despreza. Nervoso com a sua nova e horrível aparência, Kyle vai atrás da garota (Vanessa Hudgens) e descobre que só terá a sua beleza de volta se fazer com que alguém consiga amá-lo, algo que ele considera impossível.


 João e Maria 

A nova versão da história de João e Maria está em fase de pós-produção, e com um ótimo elenco: Famke Janssen, a Jean Grey da trilogia “X-Men”, será a líder das bruxas em “Hansel and Gretel: Witch Hunters”. Gemma Arterton (“Príncipe da Pérsia: As Areias do Tempo”) vai interpretar Gretel e Jeremy Renner (“Guerra ao Terror”) faz Hansel. 

A trama do filme se passa 15 anos depois dos acontecimentos da história dos irmãos Grimm. Depois de escapar da bruxa e sua casa de doces na infância, os irmãos tornam-se especialistas em caça às feiticeiras.
A direção fica por conta do norueguês Tommy Wirkola (“Dead Snow”), que também escreveu o roteiro com Dante Harper. Adam McKay, conhecido por dirigir as comédias estreladas por Will Ferrell, produz.



A Pequena Sereia 

Com a boa resposta do quarto filme da série “Piratas do Caribe” na bilheteria, alguém dentro da Sony Pictures deve ter resolvido que as sereias são a próxima moda. ”A Pequena Sereia”, o clássico conto de fadas de Hans Christian Andersen, vai virar filme novamente. 

O estúdio comprou os direitos de “Mermaid: A Twist on the Classic Tale”, livro de Carolyn Turgeon que dá um tom mais sombrio ao conto. Na trama, para salvar o seu reino, uma princesa enfrenta uma jornada perigosa para se casar com o príncipe do reino rival. Ela só não desconfia que uma bela sereia sacrificou tudo o que tem para ficar com o mesmo homem. 

Shana Feste (Country Strong) escreve e dirige o filme. Tobey Maguire, sim, ele mesmo! Que já trabalhou com Feste em Country Strong, produz o filme pela sua Material Pictures.

 Mas não espere finais felizes nesses contos clássicos, a moda é reinventar e assustar!

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Filmografia - Terrence Malick

Por Renildo Rodrigues


O Festival de Cannes deste ano acabou confirmando as expectativas de cinéfilos e palpiteiros mundo afora: vitória máxima para A Árvore da Vida, do diretor americano Terrence Malick. Numa edição mais divertida que as anteriores, o júri, comandado por Robert De Niro (com nomes como o diretor Johnny To e os atores Jude Law e Uma Thurman) consagrou produções interessantes de várias partes do mundo, de up-and-comers como o turco Nuri Blyge Ceilan (Bir Zamanlar Anadolu’da, ou Era Uma Vez na Anatólia) aos suspeitos de sempre, como o dinamarquês Lars Von Trier (Melancolia) e os franceses irmãos Dardenne (Le Gamin au Vélo).


Entre polêmicas (a ironia de Von Trier sobre o nazismo, que acabou levando à sua expulsão do festival), curiosidades (o pornô 3D Sex and Zen: Extreme Ecstasy) e omissões (a elogiadíssima performance de Tilda Swinton em We Need to Talk About Kevin), o saldo final foi bem aceito, e os filmes exibidos prometem empolgar os cinéfilos nos próximos meses.


De todos, nenhum foi tão falado quanto A Árvore da Vida. A produção marca o retorno de Terrence Malick ao cinema, seis anos após o bom O Novo Mundo. Recebido com grande expectativa, graças à lendária reclusão do diretor (ele não vai a premiações, nunca dá entrevistas e proíbe fotos) e à sua criação lenta e perfeccionista (só a montagem de A Árvore da Vida levou dois anos), o filme dividiu o público na première: metade da audiência vaiou, enquanto a outra metade aplaudiu entusiasticamente.


Para quem acompanha a carreira de Malick, a polêmica não é novidade: desde a estreia, com Terra de Ninguém (1973), os filmes do diretor figuram entre os mais originais e inventivos do cinema americano. Saiba mais sobre eles nesta pequena Filmografia que preparamos:



Terra de Ninguém (1973) – Nota: 9,5 - A estreia de Malick na direção é um dos melhores filmes já feitos. Inspirado no caso do assassino Charles Starkweather, Terra de Ninguém é um estudo sobre a solidão juvenil, encarnada à perfeição nas atuações de Martin Sheen e Sissy Spacek. O estilo contemplativo do diretor, com belas imagens da natureza, surge já em seu ápice, com tomadas memoráveis do deserto de Badlands, na Califórnia. Essencial.
  
Dias de Paraíso (1978) – Nota: 8,5 - Lançado no Brasil com o nome de Cinzas no Paraíso, é a história de um triângulo amoroso malfadado, ambientada na Depressão. A narrativa de Malick é enxuta, diferente dos filmes posteriores. Grandes atuações de Richard Gere (em seu primeiro filme) e Sam Shepard, mais algumas cenas inesquecíveis (os trabalhadores nos campos de trigo, a praga de gafanhotos) fazem deste mais um triunfo do diretor. Finda a produção, Malick se retirou para Paris e lá passou os próximos vinte (!) anos, sem que dele se ouvisse bulhufas. Só então ele apareceu com outro filme.


Além da Linha Vermelha (1998) – Nota: 7,5 - O grande filme de guerra dos anos 90 – mas um passo atrás do diretor. Narrando a sangrenta campanha americana em Guadalcanal, Além da Linha Vermelha deixa de lado as cenas de batalha (que, quando aparecem, são excelentes) para se concentrar no pesadelo íntimo dos soldados. Infelizmente, a carga poética dos filmes anteriores aqui se torna um peso, deixando o filme arrastado e sem foco. O talento do diretor, contudo, ainda é grande, e redime a chatice ao criar algumas sequências brilhantes. É preciso paciência, mas quem se dispuser a assistir deve sair satisfeito.


O Novo Mundo (2005) – Nota: 6,5 - Última filme de Malick a ganhar as telas brasileiras, é seu pior momento até aqui. A atuação apática de Colin Farrell e as tentativas frustradas do diretor em sublimar o romance do casal protagonista (Farrell e a estreante Q’orianka Kilcher) diminuem em muito o impacto da produção. Espécie de versão “real” da fábula de Pocahontas, O Novo Mundo desperdiça um bom mote com as escolhas equivocadas de Malick. Apesar de tudo, o filme traz a segunda melhor atuação da carreira de Christian Bale (era a primeira até surgir O Vencedor), delicado e comovente como o inglês John Rolfe, e aquelas imagens naturais de tirar o fôlego, tão típicas do diretor.


Mal podemos esperar para pôr as mãos em A Árvore da Vida aqui no Brasil. Fique ligado no Set Ufam!

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Estreias da Semana nos Cinemas de Manaus - 26 de Maio

Filme: Se Beber, Não Case 2
Direção: Todd Phillips
Elenco: Zach Galifianakis, Liam Neeson, Bradley Cooper
Sinopse: Phil, Stu, Alan e Doug viajam à exótica Tailândia para o casamento de Stu. Após uma inesquecível despedida de solteiro em Las Vegas, Stu não quer correr riscos e decide fazer um almoço seguro e deprimente na véspera do casamento. No entanto, as coisas nem sempre seguem conforme o planejado. O que acontece em Vegas pode ficar em Vegas, mas o que acontece em Bangcok é inimaginável.
ONDE: Cinemark, Cinemais, Severiano Ribeiro e Playarte
Filme: Como Você Sabe
Direção: James Brooks
Elenco: Reese Witherspoon, Owen Wilson, Paul Rudd, Jack Nicholson
Sinopse: Lisa Jorgenson (Reese Witherspoon) é uma mulher dedicada ao esporte, desde sua infância. Quando é cortada da equipe de softball, Lisa perde o rumo e precisa reconstruir sua vida. Então, acaba se envolvendo com Matty (Own Wilson), um jogador de beisebol mulherengo e narcisista. Paralelamente a esse novo romance, Lisa conhece George (Paul Rudd) , um homem de negócios que está sendo acusado de um crime financeiro. Num primeiro encontro entre Lisa e George em que cada um conta os piores dias de suas vidas, eles encontram muita coisa em comum e um futuro que pode não ser tão pessimista quanto eles imaginam.
ONDE: Cinemark, Cinemais e Playarte

 Filme: Minha Versão do Amor
Direção: Richard J. Lewis
Elenco: Paul Giamatti, Rosamund Pike, Jake Hoffman
Sinopse: Faça um passeio através da fabulosa e comovente história de Barney (Paul Giamatti), contada através de sua visão. Um homem de 65 anos, politicamente incorreto, um alcoólatra, fumante de charutos e amante do hóquei que sempre viveu de forma plema, impulsiva, irascível e destemidamente. Uma reflexão sobre os sucessos de sua vida e suas (numerosas) gafes e fracassos.
ONDE: Cinemark e Playarte

terça-feira, 24 de maio de 2011

Dica de filme: dois curtas brasileiros e pops

Por César Nogueira

Ainda há quem reclame do cinema brasileiro. Acusam-no de ser mais interessado em educar o povo para uma luta social do que contar uma boa história.  

Mas isso vem mudando.

Produções como A Mulher Invisível, Se Eu Fosse Você e As Melhores Coisas do Mundo mostram que a brasilidade não se resume à violência e pobreza. A questão não é a qualidade desses filmes, e sim as suas temáticas, que vão contra o pré-conceituado. Por outro lado, O Auto da Compadecida (que veio da televisão) e Tropa de Elite partiram de temas muitas vezes mal-aproveitados (respectivamente, o Nordeste e a violência) e encantaram o país justamente porque, antes de quererem transformá-lo, se preocuparam em contar uma boa história. Seus protagonistas, Selton Mello e Wagner Moura são talvez os maiores nomes do cinema nacional e também participaram de curtas que, apesar de exceções como Apenas o Fim, têm uma temática ainda pouco explorada no Brasil: a cultura pop.

Selton Mello, ao lado de Seu Jorge, estrela Tarantino`s Mind, onde se defende que, até Kill Bill, todos os filmes de Quentin Tarantino são, na verdade, apenas uma história. A hipótese é bem fundamentada, Seu Jorge mostra versatilidade como ator e tudo, da fotografia à montagem, imita o estilo do diretor. O problema foi que, com essa homenagem, tentou-se recriar as frases de efeito de Tarantino, que aqui ficaram desconectadas de um propósito narrativo na maioria das vezes. Parece que foram feitas mais com a intenção de homenagear e provocar do que ser realmente úteis. Para quem se irrita com os cacoetes de atuação de Selton Mello, a situação se agrava ainda mais. Mesmo assim, Tarantino`s Mind tem mais virtudes do que defeitos no final das contas.


Já Wagner Moura faz uma ponta em Ópera do Mallandro acompanhado de artistas como Jair Oliveira, Lucio Mauro Filho, Sidney Magal e Caetano Veloso e do seu amigo Lázaro Ramos. Chico (Michel Joelsas, o protagonista de "O Ano Em Que Os Meus País Saíram de Férias") tem que fazer uma prova e, em vez de fazê-la, fica viajando. Sua onda foi imaginar as músicas do comediante Sérgio Mallandro em versões alternativas. "Vem Fazer Glu-Glu", "Farofa"e outros clássicos trash foram refeitos em versões samba, heavy metal e até imitando Thriller, de Michael Jackson. Não se pode esquecer das participações de Fofão e Bozo, e, obviamente, a Porta dos Desesperados tem destaque na Ópera.



O cinema nacional está cada vez mais diverso e, sim, melhor. A tendência é o aperfeiçoamento e a diversificação de temas. Esses dois curtas já fizeram a sua parte ao serem tecnicamente bem-produzidos e ao mostrarem possibilidades temáticas diferentes, leves e, acima de tudo, brasileiras.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Crítica - Piratas do Caribe 4 - Navegando em Águas Misteriosas

 Por Emanuelle Canavarro

 4 anos depois...

Em meio a saltos, acrobacias, desordens mirabolantes, algumas piruetas e cenas nem tão pitorescas assim, o filme se revela indiscutivelmente previsível e sem nada de novo. Para a (in) felicidade dos fãs, a história ficou centrada em Jack Sparrow.  O lendário herói dos Sete Mares parece não ter conseguido resgatar, com a mesma força, o personagem que imortalizou. Eu não queria admitir, mas parece inevitável deixar de reconhecer que o nosso queridíssimo Depp já deu o que tinha de dar. De fato, seu charme continua a arrancar suspiros, mas aquela sensação de que ele sempre vai estar pronto para tirar um formidável coelho da cartola, quando o mundo estiver na iminência de se acabar, deixou de existir. Sua falta de fôlego e inspiração é evidente, mesmo subindo pelas paredes, ziguezagueando em carroças e saltando de coqueiros e cachoeiras.

Ao descobrir que alguém utiliza seu nome com o objetivo de persuadir marujos a embarcar numa viagem rumo à ambicionada Fonte da Juventude, o capitão Sparrow reencontra Angélica (Penélope Cruz), uma ex-jovem-puritana, que ‘corrompeu’ em um antigo caso do passado. Angélica, responsável pela farsa, obriga Jack a entrar a bordo do Queen Anne’s Revenge, o navio de seu pai – que por sinal, é um dos maiores inimigos de Jack: o Barba Negra (Ian McShane). E a cansativa busca se inicia. Acontece, que eles não são os únicos procurando pela tal Fonte. Há, também, espanhóis e ingleses, sob o comando do Capitão Barbossa (Geoffrey Rush), na caça pelos mágicos poderes da imortalidade.

Como sempre existe um lado bom em qualquer história, pode-se dizer que as paisagens muito bem selecionadas e os trabalhadíssimos efeitos especiais dão um verdadeiro Up na cenografia. Neste quesito, o que mais me chamou a atenção foram as cenas envolvendo as surpreendentes Sereias, onde os piratas tentam capturar uma lágrima delas para fazer o tão esperado ritual da juventude.  Logicamente, a melhor sequência do filme. Apesar de clichê, o romance entre o aspirante a religioso, Philip (Sam Claflin), e a sereia Syrena (Astrid Berges-Frisbey) teve muito mais química do que o questionável namorico entre Jack e Angélica.

Preocupada em tirar o maior proveito possível da sua franquia de enorme sucesso, a Disney pecou em sua ambição. Ela tentou se reinventar, com personagens de peso na história do cinema, mas o resultado, realmente, não foi surpreendente. A escolha do novo diretor, também, não foi das mais felizes. Além de criar uma nova história, o diretor Rob Marshall modificou a essência dos personagens. O pirata bêbado-pateta-esquizofrênico que eu conheci, simplesmente virou um filósofo, que exaltou a importância de ser imortal na lembrança das pessoas, ao recusar a oportunidade de entrar para eternidade. Dá para acreditar? Seria uma boa sacada, ou um contraste até interessante, se o diretor não tivesse ofuscado aquele personagem que tanto encantou o público. A verdade é que cada diretor carrega seu próprio estilo, mas as comparações são inevitáveis, ainda mais quando 137min de filme parecem infindáveis.

Curiosidades à parte, o roteiro de Piratas do Caribe: Navegando em Águas Misteriosas tem sua trama baseada no livro On Stranger Tides, de Tim Powers - e foi adaptado pelos autores do primeiro filme, Terry Rossio e Ted Elliot. Apesar de eu não ter gostado do longa, acredito que cada um deve assistir e tirar suas próprias conclusões. Talvez eu tenha criado grandes expectativas e esquecido que o tempo passou, ou, simplesmente, que meus gostos sofreram algumas significativas mudanças. Enfim, para me despedir, deixo uma dica: não se esqueça de atentar para as cenas extras, depois dos créditos. Pelo visto, a saga está muito longe de acabar.

Nota: 6,5

sábado, 21 de maio de 2011

Crítica - Água Para Elefantes

Por Renildo Rodrigues


Qual a receita pra se fazer um bom filme? Por que será que ideias promissoras, que teriam tudo para agradar o público, simplesmente dão errado? A mais nova vítima desse tipo singular de fracasso é Água para Elefantes, o último trabalho de Francis Lawrence, do ótimo Eu Sou a Lenda.

Aqui, porém, esse fracasso tem causa. Ou melhor, três delas: Robert Pattinson, Reese Witherspoon e Cristoph Waltz. É o péssimo trabalho do elenco principal que estraga o que, em outras condições, daria uma bela história romântica. Para ser totalmente justo, contudo, o roteiro também não ajuda: previsível demais, tenta atualizar a trama de Titanic, mas fica apenas no decalque.

Vamos lá: Jacob Jankowski (Pattinson) é um estudante que está prestes a se formar em Veterinária quando seus pais morrem em um acidente. Decidido a recomeçar a vida em outro lugar, ele se depara com o circo de August Rosenbluth (Waltz), com quem a princípio se desentende, mas depois cria uma amizade. Pouco a pouco, ele descobre os elementos sórdidos na rotina do circo, ao mesmo tempo em que se apaixona por Marlena (Witherspoon), estrela maior do espetáculo, e – claro – mulher de August.

Até aí, daria pra imaginar um bom filme, não? Pois o que eu disse antes continua valendo: incapaz de gerar empatia com o espectador, o elenco frustra as promessas acenadas ao início. Pattinson está inane, como sempre, só que dessa vez sem a desculpa de ser um vampiro sem sentimentos; Witherspoon faz tudo no piloto automático, entregando uma atuação apenas aceitável – a primeira noite de Marlena e Jacob, ou os flertes que eles trocam quando August não está por perto, chegam a ser risíveis; e Waltz interpreta August tal e qual o coronel Landa, seu personagem no filme Bastardos Inglórios. Ao menos a elefanta Rosie, que August compra pra tentar salvar o circo da penúria, está encantadora.

Mesmo nesse saldo, nem tudo está perdido: Lawrence continua um narrador talentoso, amarrando as cenas de forma elegante e envolvente, ainda que previsível. A parte técnica é exemplar: fotografia, cenários e figurinos nos trazem de volta a 1930, com suas estradas, seus prédios, seus homens e mulheres hobos perdidos na Depressão. Mas o melhor de tudo é a música, que resgata belíssimas gravações de Louis Armstrong e Bessie Smith, além das criativas releituras de James Newton Howard para o jazz da época.

 Infelizmente, nem a música maravilhosa de Armstrong pode salvar este filme da mediocridade. Bob, volte logo para o Edward.

NOTA: 6,0

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Estreia da Semana nos Cinemas de Manaus - 20 de Maio

Filme: A Garota da Capa Vermelha
Direção: Catherine Hardwicke
Elenco: Amanda Seyfried, Max Irons, Gary Oldman
Sinopse: Valerie (Amanda Seyfried) está envolvida com dois homens: seu amor Peter (Shiloh Fernandez) e seu prometido Henry (Max Irons). Valerie planeja fugir com Peter, mas percebem que a irmã mais velha morreu por conta do ataque de um lobisomem que ronda pelo vilarejo. Quando recorrem a um caçador de lobisomens (Gary Oldman), descobrem que qualquer um deles pode ser lobisomem nas noites de lua cheia e seres humanos durante o dia. Valerie começa a desconfiar que ela tem proximidade com o lobisomem, o que faz dela suspeita das mortes ou possível isca.
ONDE: Cinemais, Playarte e Severiano Ribeiro

Super Estreia da Semana nos Cinemas de Manaus - 20 de Maio

Filme: Piratas do Caribe: Navegando em Águas Misteriosas
Diretor: Rob Marshall
Elenco: Johnny Depp, Penélope Cruz, Ian McShane
Sinopse: Capitão Jack Sparrow (Johnny Depp) cruza com uma mulher do seu passado (Penélope Cruz), mas fica confuso se a relação deles é de amor ou se ela está apenas interessada em saber como chegar até a Fonte da Juventude. A bordo do navio de Barba Negra (Ian McShane), o Capitão Sparrow não sabe a quem deve temer mais: seu antigo amor ou seu rival declarado.

Locais de Exibição


Cinemais – Manaus Plaza Shopping

Sala 1: Dublado - 13h20, 16h10, 19h00, 21h50 (Em 3D)
 
Sala 5: Dublado – 14h10, 17h00, 20h00

Sala 8: Legendado – 15h00, 18h00, 21h00


Cinemais – Millenium Shopping

Sala 3: Dublado - 13h30, 16h20, 19h10 (Em 3D)

Sala 3: Legendado – 22h00  (Em 3D)

Sala 4: Legendado – 14h30, 17h20, 20h20

Sala 5: Dublado - 15h20, 18h20, 21h10


Cinemark – Studio 5

Sala 1: Dublado - 11h30 - 14h30 - 17h40 - 20h50

Sala 6: Dublado - 12h00 - 15h10 - 18h10 (Em 3D)

Sala 6: Legendado - 21h20 (Em 3D)

Sala 7: Dublado - 11h00 - 14h00 - 17h10 - 20h20 

 
 Playarte – Manauara Shopping

Sala 1: Dublado – 13h00 - 15h45 - 18h30  (Em 3D)

Sala 1: Legendado –  21h15 - 23h59 (Em 3D)

Sala 5: Legendado – 12h00 - 14h45 - 17h30 - 20h15 - 23h00

Sala 6: Dublado -  12h30 - 15h15 - 18h00 - 20h45 - 23h30


Severiano Ribeiro – Amazonas Shopping

Sala 1: Dublado - 14:00 - 17:00 - 20:00

Sala 6: Dublado - 15:00 - 18:00 - 21:00 

Não Perca!

terça-feira, 17 de maio de 2011

Músicas que merecem ser assistidas!

por Jéssica Santos


Não é só na TV que letras de músicas inspiram longas-metragens. A minissérie da Globo Amor em 4 atos foi muito elogiada e bastante inovadora, trazendo para seus enredos, inspirações das músicas de Chico Buarque. 

Novos filmes inspirados em músicas do passado vêm por aí, investindo na memória do espectador.

Faroeste caboclo, lançada pelo grupo Legião urbana em 1987, vai virar filme por ter uma letra muito cinematográfica.  Trata-se da história de João de Santo Cristo (Fabrício Boliveira), que sai de Salvador e vai para Brasília, onde começa a traficar drogas. Na capital, ele se apaixona por Maria Lucia (Ísis Valverde) e se envolve em uma disputa com Jeremias (Felipe Abib), outro traficante.  O roteiro foi escrito por Marcos Bernstein (O Outro Lado da Rua) e Victor Atherino. A direção é do estreante em Longas, René Sampaio.

O filme promete fazer sucesso, visto que a música é um sucesso até hoje, e muitos brasileiros sabem a letra de có. Mas os músicos nem sempre são consultados nesses casos. Marcelo Bonfá e Dado Villa-Lobos, remanescentes da Legião urbana, nem se quer foram procurados pela equipe de Faroeste caboclo. O desafio é manter fiel o espírito da obra original, como em qualquer adaptação. Nos anos 1990, quando se pensou em filmar essa música, Renato Russo sugeriu que o personagem João de Santo Cristo (que a letra sugere ser negro) fosse loiro. “Lembro que ele queria um personagem lindo e galã”, diz Dado Villa-Lobos. Brincadeira ou não, o bom-senso prevaleceu: Fabrício Boliveira, negro, dará vida ao protagonista.

Já em finalização, está outra adaptação de um sucesso popular, trata-se da música Olhos nos olhos, de Chico Buarque. O cineasta Karim Aïnouz criou o enredo para os lindos versos da canção, e a atriz Alessandra Negrini, sempre encantadora, estará no papel principal.

Mas não se engane. Faroeste caboclo e Olhos nos olhos são exemplos de uma cinematografia rara. Não se sabe bem a razão disso, já que são muitas as canções que dariam excelentes filmes. Além do mais, o cinema sempre se baseou em narrativas literárias, e hoje, inspira-se em brinquedos e videogames. Então porque não aproveitar as ótimas histórias escondidas dentro das músicas?

Mesmo em outros países são poucos os casos desse tipo de adaptação. Mona Lisa (1986), de Neil Jordan, nascido da canção homônima de Nat King Cole, e Veludo azul, de David Linch, que veio de Blue Velvet, hit de Bobby Vinton, são bons exemplos.

Mas a ideia promete virar moda. Thriller, de Michael Jackson já tem projeto para ser levada às telas! 

Outra produção por vir é American Idiot. O filme usará as músicas do álbum do Green Day, American Idiot, para contar a história de três pessoas de uma pequena cidade que estão em uma fase transitória da vida: uma se alista no exército, outra muda de cidade e se vicia em drogas e o terceiro fica na terra natal, onde engravida a namorada. 

Espera-se que Billie Joe Armstrong, vocalista da banda, também viva o papel do traficante St. Jimmy nas telonas, como fez em algumas apresentações do espetáculo. American Idiot ainda não tem previsão de filmagem. A Playtone de Tom Hanks produz o filme para a Universal.

 
Para o cineasta Jeremias Moreira, é mais difícil adaptar uma canção para um filme, do que literatura ou teatro, quando já está tudo na obra original. Ele é diretor de duas versões de O menino da porteira (1977 e 2009), de Mágoa de boiadeiro (1978) e Fuscão preto (1980), todos baseados em sucessos musicais.

Agora é só esperar para ver, enquanto isso é só escutar!