Por Thiago Guedes
Algum tempo depois, no meu aniversário
de 5 anos, ganhei um boneco do super-herói. No dia das crianças, pedi um
batmóvel de controle remoto. Levei um de plástico fabricado em
Taiwan. Tava ÓTIMO.
No Natal, implorei por uma fantasia. Perdi a conta de quantas vezes utilizei o
traje como pijama.
Mais de 20 anos depois o
Homem-Morcego ressurge nas telas. Uma volta mais sensacional que a criação de
Tim Burton desta vez sob o comando de Christopher Nolan.
O ponto
de partida deste "Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge" é
exatamente o fim do capítulo anterior, quando o herói é acusado de ter
matado o promotor Harvey Dent (Aaron Eckhart). “Gotham precisa de um heroi com rosto.”, diz Batman. E é
assim que o Homem-Morcego passa a ser odiado por Gotham, enquanto a cidade
passa a admirar Harvey devido a uma lei anticriminalidade. Isto sem saber que
este tinha se transformado no vilão Duas Caras. Com a paz de volta a cidade, o jeito é
Batman sair de cena por longos oito anos até o surgimento de Bane, um cidadão
nascido no “inferno”, que quer
instaurar o caos.
O filme
tem defeitos. Isso é verdade. O vilão assusta, mas quem viu o Coringa de Heath
Ledger - cheio
de trejeitos e com cara de psicopata - quer mais de um fortão, paradão,
mascarado. A atuação de Marion Cotillard é outro problema. Ela interpreta
Miranda Tate, uma filantropa que assume as indústrias Wayne em um momento
crítico da companhia e do próprio Bruce. A francesa, apática, ficou longe do
que pode fazer.
A resposta é não. Nem melhor.
"O Cavaleiro das Trevas Ressurge" é o encerramento, o ponto final de uma
grande história. Os três filmes da nova saga não podem ser analisados
isoladamente. Para que Christopher
Nolan dirigisse o
inacreditável "Cavaleiro das Trevas", ele teria que explicar o início de
tudo, como foi feito no ótimo "Batman Begins". Nolan também precisava de uma
conclusão. (O herói não poderia se despedir como vilão, certo?).
Aí entra o terceiro capítulo. Um bom roteiro que conta com
grandes personagens conhecidos dos fãs (Oldman, Freeman, Caine...) e ótimas
novidades, como Joseph Gordon-Levitt e Anne Hathaway. Levitt faz o
policial parceiro de Bruce, John Blake (no final dá pra descobrir mais sobre
esse nome.). Já Hathaway é a sensual ladra Selina Kyle, a Mulher-Gato.
Mais uma vez, o lado sombrio de
Batman é a tônica. Em todo filme, a dor é ingrediente básico. Bruce sente falta
da paixão Rachel Dawes (morta
no segundo capítulo). O
corpo exigido pelo trabalho de justiceiro, já demonstra sinais de cansaço. O
isolamento é a alternativa encontrada, mas a reclusão precisa ser quebrada para
o bem de Gotham e dos fãs.
Pode parecer piegas, mas a dor agora vem do lado de cá da
tela. A trilogia, extremamente competente, vai deixar saudades. No finalzinho
do filme, fica claro que talvez não seja o adeus. Uma nova saga pode começar.
Sem Bale e sem Nolan. Será que vale a pena?
Quando soube da produção de Batman Begins, fiquei assustado. Culpa do Batman e Robin, dirigido por Joel Shumacher. Me surpreendi. Hoje, o receio é outro. Superar
a obra de Nolan não será fácil. Enquanto nada é
definido, eu comemoro.
Po cara... muito bom!!! Sua critica tá bacana... mas bem que podia ser maior... você escreve bem... gostei do começo... das lembranças... me fez lembrar tbm... o filme num vou nem falar se não me emociono novamente... Abraços!!!
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