quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Crítica: O Impossível, com Naomi Watts

Por Diego Bauer


Em dezembro de 2004 um dos maiores desastres naturais deste século devastou a região litorânea da Indonésia, matando milhares de pessoas, uma catástrofe assistida pelo mundo inteiro, que chocou pela forma como toda aquela região ficou completamente destruída.

O Impossível, segundo longa metragem de Juan Antonio Bayona, conta a história real de uma família que, pela sua esperança e força de vontade, conseguiu sobreviver a este devastador fenômeno da natureza. O filme acompanha desde a chegada de Maria (Naomi Watts), Henry (Ewan McGregor) e de seus três filhos, dentre eles o mais velho, Lucas (Tom Holland), até a sua busca pela sobrevivência após a destruição causada pela tsunami.

Logo de cara, o filme impressiona pela veracidade com que mostra a destruição do lugar, construindo cenas realmente impactantes de tão fortes, retratando o desastre de forma mais fiel, por exemplo, do que fez Além da Vida (2010), filme que, na época, também mostrara a tsunami de forma assustadora.

O longa também se sai bem quando mostra a sequência logo após as ondas, quando Maria e Lucas procuram algum lugar seguro para ficar, comunicando que a partir dali é Lucas quem conduzirá o rumo da sua mãe e da história, visto que ela se encontra muito machucada.

E se a melhor parte ainda estava por vir, que é a sequência em que Lucas ajuda as pessoas no hospital, em um momento delicado e sensível, após isso o filme mergulha em um terceiro ato bastante infeliz, prejudicado por um roteiro e, principalmente, direção bastante ruins.

O filme pede que o público acredite em coincidências demais, que se sucedem uma após a outra, enfraquecendo a bonita história que vimos até ali.

A direção parece perdida, sem parecer saber bem o que fazer para conduzir a trama. Em certos momentos, quando acompanhamos a busca de Henry e a história dos filhos mais novos, vemos um amontoado de cenas desinteressantes, que caminham para uma resolução extremamente pobre, além de dar a entender que a direção estava enchendo linguiça até chegar ao seu desfecho.

Mas apesar da direção, as atuações são muito boas. Carregando o filme com bastante força e determinação, o garoto Tom Holland não se intimida com a presença de atores famosos, e dá camadas interessantes a Lucas, um garoto que se vê obrigado a assumir o controle da família, e salvar não apenas a si, mas a sua mãe, fazendo com que as ações do seu personagem se tornem a melhor coisa do filme.

Watts e McGregor também se saem bem, com um destaque maior para a atriz, que com mais tempo em cena consegue trazer para Maria a força de uma mãe que, mesmo debilitada, busca dar apoio e atenção par seu filho, em um trabalho que pode até parecer menos complexo, mas que apenas atrizes do calibre de Watts teriam capacidade de fazer com tanta veracidade.

Apesar de tantas coincidências e do horroroso título, no final sentimos que o saldo é positivo, embora também seja impossível não sentir uma espécie de frustração ao ver um filme começar tão bem e ir perdendo os seus atrativos com o tempo. Tempo este que será, certamente, prejudicial ao filme.

NOTA: 7,0

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