segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Ranking - Melhor e o Pior do Cinema de Woody Allen

Por Renildo Rodrigues

Nesta semana de Oscar, nada melhor que eleger um dos maiores cineastas de todos os tempos para escolher o melhor de sua obra, especialmente sendo um dos indicados a Melhor Diretor deste ano: Woody Allen.

Nascido em Nova York em 1935, o diretor ficou famoso pelas comédias sofisticadas, na linha de mestres como Billy Wilder (“Quanto Mais Quente Melhor”) e os Irmãos Marx (“Diabo a Quatro”).

Allen também é um dos cineastas mais prolíficos de que se tem notícia, chegando à invejável marca de 45 filmes (o 46º, "Nero Fiddled", já está na pós-produção).

Seu trabalho mais recente, Meia-Noite em Paris, foi indicado a quatro Oscars (Melhor Filme, Diretor, Roteiro Original e Direção de Arte).

Quando falo “veterano”, não estou brincando: já são 23 indicações, 15 delas como roteirista (Allen escreve todos os seus filmes) e sete como diretor, e três prêmios: Roteiro e Direção, por “Noivo Neurótico, Noiva Nervosa”, e Roteiro por “Hannah e Suas Irmãs”.

Allen também foi indicado por sua atuação em “Noivo Neurótico, Noiva Nervosa”.

Por tudo isso, nada melhor do que falar sobre os cinco melhores e o pior filme da carreira deste mestre do cinema.

Veja a lista:


5. O Dorminhoco (1973)

O início da carreira de Allen não lembra em nada o estilo mais intelectualizado pelo qual o diretor é conhecido. São comédias ligeiras, com um mínimo de trama e gags aos montes.

Dessa fase, o melhor representante é “O Dorminhoco”.

Paródia dos filmes de ficção científica, a obra faz deliciosas referências ao cinema mudo, além de inaugurar a parceria entre Allen e a atriz Diane Keaton.

4. Match Point – Ponto Final (2005)

Fã assumido do diretor sueco Ingmar Bergman (1918-2007), Allen sempre quis fazer um filme “sério”, no estilo do ídolo.

Apesar de boas tentativas em “Setembro” (1987) e “A Outra” (1988), o primeiro grande drama de Allen veio justamente quando ele  abandonou a influência do mestre sueco: “Match Point – Ponto Final” é um suspense com a ironia e os diálogos afiados característicos do diretor. Jonathan Rhys Meyers e Scarlett Johansson estão muito bem nos papéis principais.

3. Zelig (1983)
Um filme que não envelhece.

Quase 30 anos depois, "Zelig" ainda é capaz surpreender o espectador, com sua divertida e original mistura de ficção e documentário.

Longe do estilo de “A Bruxa de Blair” e afins, "Zelig" é uma biografia, a história de um sujeito – o Zelig do título, interpretado por Allen – que tem a habilidade de se transformar nas pessoas com quem convive, e sua passagem marcante (e hilária) pelo século passado.

A técnica de inserir personagens de ficção em imagens de arquivo antecipa em mais de uma década as “inovações” de “Forrest Gump – O Contador de Histórias”.

2. Noivo Neurótico, Noiva Nervosa (1977)

As comédias românticas nunca mais foram as mesmas desde que Annie Hall, ou, na sua contrafação brasileira, Noivo Neurótico, Noiva Nervosa, chegou aos cinemas.

As memórias do relacionamento entre Alvy Singer (Allen) e a personagem-título (Diane Keaton, em seu melhor papel) definiram novas regras para o gênero: personagens mais complexos, contraditórios, mais parecidos com você e eu; ambientação realista, “das ruas”; e diálogos carregados de ironia.

Infelizmente, a receita não chegou intacta aos nossos dias, mas Annie Hall permanece sendo referência do que pode ser uma comédia romântica urbana.

“Harry e Sally – Feitos um para o Outro”, “500 Dias com Ela” e outros filmes do gênero bebem dessa fonte, sem os mesmos resultados.

1. Hannah e Suas Irmãs (1986)

Allen pega a mistura de comédia e drama que vinha aperfeiçoando desde Annie Hall e “Manhattan” (1979) e a leva ao auge.

“Hannah e Suas Irmãs” casa à perfeição as melhores qualidades do diretor: um texto ágil, inteligente e engraçado; uma narrativa enxuta; a excelente direção de atores (destaque para Dianne Wiest e Michael Caine, ambos indicados ao Oscar); a trilha sonora repleta de pérolas do jazz.

O nova-iorquino fez grandes filmes antes, e faria muitos outros depois, mas se você tiver que assistir a apenas um, que seja este.

Fuja!:

Igual a Tudo na Vida (2003)
Entre altos e baixos, Allen vem lançando um filme por ano desde 1977, sem ter feito nada realmente ruim, comprometedor.

Porém, quando foi lançado “Igual a Tudo na Vida” um sinal vermelho se acendeu na carreira do cineasta: teria Woody Allen “secado” de vez?

Hoje sabemos que não, mas o filme continua exemplar do cansaço do diretor: personagens, situações e até sequências inteiras parecem ter sido repetidas de outros filmes de Allen, sem nada que indique frescor ou originalidade.

 
Fique longe!

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