Olá a todos!
É com grande prazer que dou início a minha participação no blog Cine Set.
Cinema é uma das minhas maiores paixões e será simplesmente um prazer poder compartilhar com vocês as minhas impressões sobre alguns filmes que, para mim, se tornaram verdadeiros clássicos da sétima arte.
Ao contrário do que se pode imaginar, não irei abordar nesta coluna apenas filmes com mais de 30 anos de idade, pois creio que há alguns longas que, lançados da década de 90 para cá, já podem ser considerados “jovens clássicos”. Assim, pretendo me alternar entre filmes mais antigos e filmes relativamente recentes.
Para começar a coluna, pego como gancho o último filme analisado aqui no Classics, “A Primeira Noite de Um Homem”. Este foi o filme que deu o Oscar ao diretor Mike Nichols (responsável também por Closer – Perto Demais). Porém, o talentoso diretor já havia despontado alguns anos antes com a sua estreia no cinema: “Quem Tem Medo de Virginia Woolf?”, de 1966.
“...Virginia Woolf?” é baseado numa bem-sucedida peça teatral da Broadway e conta a história de George e Martha, um casal de meia-idade que vive uma intensa relação de amor e ódio. O filme se passa na casa do casal, localizada no campus da universidade onde George é professor e cujo reitor é pai de Martha.
Após uma festa oferecida pelo próprio reitor, os dois voltam para casa e convidam para alguns drinques o recém-chegado professor Nick e sua jovem esposa, chamada apenas de Honey. Durante o período de uma noite, até o que sol surja novamente, Martha e George irão se digladiar verbalmente e aos poucos irão arrastar Nick e Honey para dentro da sua doentia relação.
Por ser baseado em uma peça teatral, o filme conta com excelentes diálogos. As brigas verbais entre George e Martha são repletas de ironia e sarcasmo e mostram bem a inteligência dos dois personagens, os quais são páreos perfeitos um para o outro.
Porém, o filme é muito mais do que apenas um teatro filmado. A belíssima e sombria fotografia em preto-e-branco, a sutil e delicada trilha sonora e o excelente trabalho de câmera de Nichols, que nos proporciona reveladores close-ups dos rostos dos personagens, são todos ingredientes cinematográficos que nos levam para dentro da história.
O filme ainda conta com um ótimo ritmo e um grande suspense, pois a cada nova briga o espectador fica imaginando qual será a próxima carta na manga de cada um dos personagens.
O grande trunfo, porém está mesmo no grande casal de atores que interpretam Martha e George: ninguém menos do que Elizabeth Taylor e Richard Burton. O filme apresenta aquelas que, para mim, representam duas das maiores interpretações da história do cinema.
Taylor está simplesmente irreconhecível no papel da megera Martha, uma mulher na casa dos 50 anos que ainda sabe como seduzir os homens e que não tem o menor pudor de fazer isso na frente do seu marido, apenas para machucá-lo.
Já Burton impressiona como o sofrido George, que começa o filme “apanhando” da esposa, mas que, a cada novo golpe recebido, vai se endurecendo e revelando-se assustadoramente frio e calculista.
Trata-se da maior atuação de ambos os atores. Taylor, que ganhou mais de 10 quilos para poder interpretar o papel, recebeu seu segundo Oscar por este filme, enquanto Burton foi indicado pela quinta vez ao prêmio (o ator, ao longo da sua carreira, foi indicado sete vezes ao Oscar, mas morreu sem nunca ter levado nenhuma estatueta para casa).
O filme, em si, foi um grande sucesso de público e crítica, tendo alcançado o feito de ter sido indicado a 13 Oscars, faturando cinco prêmios (Atriz, Atriz Coadjuvante, Fotografia, Direção de Arte e Figurino). Até hoje, é o único filme a ter sido indicado em todas as categorias nas quais podia concorrer, incluindo todas as quatro categorias de atuação.
Apesar de,na época, já ser um experiente diretor de teatro, este foi apenas o primeiro filme dirigido por
Mike Nichols, o que torna o sucesso do filme ainda mais impressionante.
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