domingo, 17 de fevereiro de 2013

Cinco Atrizes da Atualidade Que Merecem Vencer o OSCAR

Por Diego Bauer

Cine SET continua série especial para o OSCAR 2013. Desta vez, você verá cinco atrizes que fazem por merecer uma estatueta dourada. Veja se você concorda!


Julianne Moore

A atriz norte-americana Julianne Moore iniciou a sua carreira, surpreendentemente, apenas nos anos 90, quando já estava com 30 anos de idade. Demonstrando talento em trabalhos pouco conhecidos, antes mesmo do final desta década, a atriz já conseguiu duas indicações ao Oscar, por Boogie Nights (1997), e Fim de Caso (1999).

Já estabelecida como uma atriz de envergadura, não mais apenas como uma figura promissora, Moore fez aquela que é, para muitos, a melhor interpretação de sua carreira, em As Horas (2002).

É surpreendente ver Nicole Kidman levando o prêmio e notar que Julianne Moore não ganhou o de melhor atriz coadjuvante, visto que é dela a melhor interpretação do filme.

Não sou um daqueles que acham que Kidman só venceu por causa do nariz, pois gosto muito do trabalho dela neste filme, mas não deixa de ser uma injustiça ver que Moore saiu de mãos vazias, visto que no Oscar deste mesmo ano, a atriz estava indicada também por Longe do Paraíso (2002), para o prêmio de melhor atriz, e não venceu.

Depois disso, ela se envolveu em muitos projetos, chegando a fazer, diversas vezes, mais de um filme por ano. E quando se faz uma escolha dessas é natural que haja um grande desnível entre os trabalhos. Ela por exemplo, fez desde o bizarro Os Esquecidos (2004) (poucas vezes senti tanta vergonha alheia de um filme) até longas interessantes como Filhos da Esperança (2006), Ensaio Sobre a Cegueira (2008) e Minhas Mães e Meu Pai (2010).

Hoje em dia, a atriz se encontra em alta pelo seu elogiadíssimo trabalho para a TV, Game Change (2012), em que interpreta a política republicana Sarah Palin, tendo vencido o Globo de Ouro, o Emmy e o SAG de melhor atriz.

Emily Watson

Não sei se estou trapaceando ao colocar o nome de Emily Watson no meio de intérpretes tão badaladas, mas assim que comecei a pensar sobre quais atrizes deveriam estar enquadradas aqui, o nome dela foi um dos primeiros a aparecer, e isso se deve, basicamente, ao seu trabalho em apenas um filme.

Aliás, é muito surpreendente ver que esta interpretação corresponde a sua estreia no cinema. É claro que me refiro à obra fenomenal de Lars Von Trier, Ondas do Destino (1996).

Sem medo de errar, a performance de Emily Watson neste filme é uma das atuações femininas mais impressionantes que já vi na minha não vasta vida de cinéfilo.

Não consigo imaginar como uma outra atriz seria capaz de fazer aquele papel de maneira tão impressionantemente verdadeira. A “estranheza” da atriz casa de maneira brilhante com a personagem, com a direção de Trier e com toda aquela atmosfera crua e desagradável que é criada.

Não à toa ela foi indicada ao Oscar de melhor atriz, pois seria um absurdo não ser. Mas perdeu para Frances McDormand por Fargo (1996), uma decisão bastante injusta, na minha opinião. Gosto muito do filme e acho McDormand uma grande atriz, mas aqui Watson fez um trabalho muito mais desafiador e impactante.

Ela ainda mantém uma carreira sólida no cinema, embora não tenha voltado a alcançar a grandiosidade que conseguira em seu debute.

E convenhamos, exigir que ela volte a ter um trabalho como aquele é algo que chega a ser cruel, pois o que ocorre ali não se vê todo dia.

Fernanda Montenegro

O que se pode dizer sobre Fernanda Montenegro? O que se pode dizer de uma atriz com mais de 50 anos de carreira no teatro, na televisão e no cinema? Da atriz mais respeitada do Brasil? De um nome que por si só já agrega uma série de adjetivos?

Só nos resta a devoção mesmo.

Mesmo que ela tenha uma lista considerável de trabalhos no cinema e na televisão, Fernanda Montenegro é uma atriz que priorizou o teatro em sua carreira, fazendo com que o seu nome tenha tomado essa grandiosidade primordialmente pelo seu trabalho nesta arte.

Nunca tive a oportunidade de vê-la em um palco, e também não vi os seus filmes de antes dos anos 90, portanto sinto que tudo o que disser aqui, ainda será algo bem preliminar e incompleto.

Mas vi Central do Brasil (1998), e este filme nunca saiu da minha memória. Acredito que junto com Cidade de Deus (2002) este é o melhor filme da retomada do cinema brasileiro. E falar de “Central” é falar de Fernanda Montenegro.

Este é aquele tipo de trabalho de ator que exala tanta autenticidade, que fica até difícil dizer que é uma atuação da mesma forma que vemos em outros filmes. O que ela consegue aqui só é possível de chegar por uma atriz desse talento, dessa experiência e com a vivência que ela tem. Não sei se me entendem, mas se trata de uma outra coisa, trata-se de um lugar que pouquíssimos artistas conseguiram chegar.

E aí, a Gwyneth Paltrow venceu o Oscar.

Não tenho nada contra ela, nem contra a sua atuação neste filme. Mas não tem como. Ela mesma, quando foi receber o prêmio mostrou-se “envergonhada” por aquilo, e se disse não merecedora.

E, me desculpem, mas ela estava coberta de razão.

Naomi Watts

A primeira vez que vi Naomi Watts em cena foi em O Chamado (2002), filme que me surpreendeu, não só por conseguir criar uma trama tensa e interessante de acompanhar, mas por ter uma protagonista que chamava a atenção pela sua beleza, mas principalmente por conduzir o filme de maneira bastante segura, como se já fosse uma atriz bastante experiente em cena.

Mal sabia eu que ela já tinha na bagagem um trabalho nada menos que brilhante, no sensacional Cidade dos Sonhos (2001).

O trabalho de Watts neste filme é daqueles de impressionar pela complexidade da personagem que ela interpreta, e por ter conseguido mostrar isso de maneira excelente, sendo um dos motivos principais do êxito do filme, e isso, quem já viu o longa deve concordar, é um elogio e tanto.

Não consigo entender como ela não foi sequer indicada ao Oscar. Não tem como acreditar nisso. Ainda 
mais porque neste ano a vencedora do prêmio de melhor atriz foi Halle Berry por A Última Ceia (2001), em uma das premiações mais polêmicas do evento.
(muito) Pior para o Oscar, que perdeu a chance de conceder o mérito a esta grande performance.

Destacam-se ainda as suas atuações em 21 Gramas (2003), em sua primeira indicação ao prêmio, King Kong (2005), Violência Gratuita (2007) e O Impossível (2012), filme que novamente a levará ao Oscar, para ser derrotada por uma performance pior que a sua, que é a de Jennifer Lawrence, em O Lado Bom da Vida (2013).

Charlotte Gainsbourg
Foi paixão a primeira vista. Nem sei se a palavra paixão é a mais adequada para definir o que eu senti ao ver o visceral trabalho de Charlotte Gainsbourg em Anticristo (2009).

Pensando melhor, a palavra que usaria é admiração.

Admiro, e muito, Charlotte Gainsbourg.

Talvez principalmente por achar que a atriz não possui o reconhecimento que deveria. Tudo bem, a Palma de Ouro de melhor atriz pelo filme é um grande reconhecimento, na minha opinião algo de valor muito superior do que um Oscar, mas ainda sinto que ela poderia ser mais respeitada.

Porque não há como não respeitar uma atriz que se entrega de maneira tão profunda a um personagem. 

Em Anticristo, ela e Willem Defoe demonstram que são atores corajosos e talentosos, preocupados essencialmente com a arte, realizando assim um memorável trabalho.

Charlotte possui também uma destacada atuação em 21 Gramas (2003), e um excelente trabalho em Melancolia (2011). Aliás, considero o seu trabalho melhor do que a também elogiável atuação de Kirsten Dunst.

Agora, Gainsbourg grava novamente com Lars Von Trier o drama pornô Ninfomaníaca, que promete trazer mais uma grande performance desta talentosíssima atriz.

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