Por César Nogueira
O SET UFAM me deu muitas alegrias e me fez conhecer pessoas fenomenais. Diria até que salvou o meu tempo de faculdade do marasmo. Mas ele já me deu dor-de-cabeça uma certa vez.
Antes do SET existir, fazíamos vídeos trash e dizíamos que eles eram os nossos trabalhos de faculdade. O primeiro foi o Big Brother UFAM, para psicologia, gravado na casa do Rafael Ramos, em maio de 2006. No BBU, encarnamos tipos de personalidade. Por exemplo, o Caio Pimenta era o manipulador e deu uma cabeçada em mim, o perfeccionista. O Renildo Rodrigues era um emo que só chorava. E assim por diante. O vídeo é em todos os sentidos amador, mas serviu para nós ficarmos amigos, termos contato com o audio-visual e, principalmente, para fincarmos as raízes do SET, mesmo sem ter noção disso na época. E o programa honrou o seu início trash com o quadro Histórias de Cinema, de 2007.
No Histórias, fazíamos uma encenação relacionada à sala de cinema. Os roteiros falavam, por exemplo, sobre um rapaz que ficava constrangido porque a namorada começava a dançar no cinema, sobre um outro que não podia se mexer por causa do ranger inconveniente da cadeira, etc.. Eu fazia pontas de vez em quando nessas histórias. Numa das últimas, sobre um triângulo amoroso gay, Rafael, Renildo e eu fomos os protagonistas. Esse era um vídeo mais bem-feito em relação aos primeiros; o Diego Bauer inclusive o chamou de “o melhor Histórias de Cinema de todos os tempos”. Ninguém o levou a sério, exceto a minha mãe.
Todos da minha família reagiram ao vídeo ou com indiferença, ou com ironia. A minha mãe, pelo contrário, se sentiu ofendida com ele. Segundo ela, o vídeo era muito mal-feito e eu sou um rapaz sério que deve ser um jornalista respeitado. Em suma, não teria estudado tanto para ter feito aquilo. Ela até “ameaçou” falar para o meu pai, que mora em Boa Vista (RR), sobre o vídeo. Se ele falou algo, não me lembro. Por outro lado, a minha mãe ficou me buzinando no ouvido por meses.
O Histórias já tinha rendido o que podia durante 2007. Assim, decidimos fazer vídeos trash de outras maneiras. Naturalmente, tínhamos nos aprimorado um pouco mais e, por consequência, ficamos mais confiantes. Em novembro de 2008, tempo de Amazonas Film Festival, o Caio veio com a ideia de fazer alguma coisa humorística envolvendo o Teatro Amazonas. Felizmente, tinha um rapaz doido pra entrar no SET que se dispôs a pagar mico em frente de gente de várias partes do mundo. Ele se ainda chamava Diego Vieira, e sua mãe inclusive o ajudou a fazer faixas para o quadro. Já a minha, naquele tempo, já começava a não dizer mais que o SET tinha que melhorar, nem que eu deveria fazer coisas mais, digamos, sérias, e o programa tinha voltado a me proporcionar o que hoje são boas lembranças.
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