POR CAIO PIMENTA
Diretor-Geral do SET UFAM
No último sábado, dia 5 de fevereiro, fui até a pré-estreia do filme "O Discurso do Rei" no Millenium Shopping.
O filme com 12 indicações ao OSCAR e grande favorito a premiação, principalmente depois das vitórias nos sindicatos dos atores e produtores de Hollywood foi exibido em sessões únicas na sexta e sábado a partir das 22:10.
Esperava um bom público, tanto que comprei o ingresso antecipado para evitar filas.
Após assistir "O Vencedor", outro concorrente ao OSCAR de melhor filme, e dar uma volta no shopping, voltei ao piso dos cinemas e encontrei uma fila.
Fiquei feliz por achar que ela era para quem queria assistir a biografia do rei George VI.
Pura ilusão!
A fila, na verdade, era para "Santuário", filme produzido por James Cameron e mais uma produção a utilizar as três dimensões para atrair o público.
Já “O Discurso do Rei” tinha uns gatos-pingados esperando para que abrissem a sessão.
Quando finalmente chegou a hora de entrar na sala, minha decepção foi maior ainda: menos de 50 pessoas em uma sala com capacidade para 166 pessoas!
Isso para acompanhar O FAVORITO AO OSCAR 2011!
Vai entender!
Se a sessão fosse em Fortaleza, Belém, Goiânia, Natal, Recife, Aracaju, Salvador ou Florianópolis haveria briga para assistir o filme.
Nem cito Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre para não virar covardia!
Cadê as pessoas que tanto reclamavam sobre a ausência de filmes alternativos ou de arte em Manaus?
Onde estava o público preocupado se os filmes do OSCAR 2011 chegariam ou não a cidade ou mesmo de conferir um ótimo filme como é “O Discurso do Rei”?
Não é a primeira vez que um filme mais alternativo ou de maior qualidade artística apresentam estréias pífias nos cinemas de Manaus.
Tal situação desanima qualquer distribuidor a trazer filmes um pouco mais fora do padrão de blockbuster ou a cobrança das redes de cinema por longas desse tipo.
Não adianta reclamar da falta de opções de bons filmes se quando eles estreiam nos cinemas de Manaus o publico é pequeno.
Resisto a acreditar que em uma cidade de 2 milhões de habitantes não haja público para o cinema do circuito alternativo ou de “arte”.
Com públicos minguados como recebeu a pré-estreia de “O Discurso do Rei”, jamais veremos filmes como “Biutful”, “Lixo Extraordinário”, “Minhas Mães e Meu Pai”, “Inverno da Alma”, “Como Esquecer” “O Concerto”, “O Mágico”, “Tetro” e “Um Lugar Qualquer.
E a pergunta que fica: merecemos mesmo receber estes filmes?
Eu quero assisti Discurso do Rei, eu não fui na pre - estreia devido ao horário! Porém , eu sou fã de Colin Firth . O engraçado que pensei que iria lotar rs ..
ResponderExcluirE respondendo a pergunta: Eu não sei se todos merecem. Mas eu mereço! Quero parar de assisti filmes no pc! Quero ir a sala de cinema ;D
"Cadê as pessoas que tanto reclamavam sobre a ausência de filmes alternativos ou de arte em Manaus?
ResponderExcluirOnde estava o público preocupado se os filmes do OSCAR 2011 chegariam ou não a cidade ou mesmo de conferir um ótimo filme como é “O Discurso do Rei”?"
Resposta: Baixando filme e achando que é O máximo.
fim.
Infelizmente os manauras nao tem o habito ,maioria dos que conheço so assistem filmes que estao no auge da bajulaçao, que vale milhoes, que todas as revistas de fofocas falam.E o que eu acho mais triste e que quando a pessoa assiste um filme culto, inteligente fala: "ah nao era essa coisa toda". E quando assisti um filme com apelaçao para os efeitos especiais diz que foi o maximo! melhor filme do ano e bla bla bla....
ResponderExcluirAi daqui uns anos ele vai na locadora, ve na capa, ganhador do oscar, leva para casa assiste, acha incrivel e diz: Poxa nem saiu no cinema...
Mas esse Discurso do Rei ainda tava com um bom público, se tinham quase 50 espectadores! Lembro de ter ido assistir Babel no Cinemark do Studio 5, e comigo haviam exatamente 6 pessoas assistindo ao filme! Em Sampa e Rio de Janeiro não sei como é, mas aqui em Porto Alegre, onde estou morando há uns 2 anos, os filmes mais alternativos não têm assim tanta procura quanto se propagandea... mas eles têm espaço garantido, em cinemas tbm mais alternativos, como as salas da Casa de Cultura Mário Quintana, ou o Centro Cultural Usina do Gasômetro, no centro da cidade. Posso estar enganado, mas acredito que esse público, sedento, ávido por alguma coisa que saia do blockbuster, sente-se encabulado de ir assistir a filmes mais de arte, ou autorais, na mesma sala onde vão assistir ao esquemão cinema-pipoca. Falta em Manaus se criar esse tipo de espaço mais alternativo. Mas não vamos nos iludir, "O Discurso do Rei", "Pequena Miss Sunshine", dentre outros da mesma lavra, esses não são filmes que atraiam grande público! Na minha opinião, felizmente...
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