Filme: Os Penetras
Direção: Andrucha Waddington
Elenco: Marcelo Adnet, Eduardo Steblitch, Mariana Ximenes, Stephan Nercessian
Sinopse: Às vésperas do réveillon, o apaixonado Beto (Eduardo
Sterblitch) chega ao Rio de Janeiro à procura de Laura. Desprezado,
tenta o suicídio, mas é salvo pelo golpista Marco Polo (Marcelo Adnet)
que, a fim de ganhar um dinheiro fácil, promete ajudá-lo a reconquistar a
amada. O que esse malandro não poderia imaginar é que também se
apaixonaria por Laura (Mariana Ximenes), uma jovem sedutora que usa
artifícios para circular pelas altas rodas da sociedade carioca. Em
busca de amor, dinheiro e aventura, Marco e Beto vão penetrar nas festas
mais quentes da cidade, usando muita esperteza e uma boa dose de
loucura.
ONDE: Cinemark, Cinemais, Playarte e Severiano Ribeiro
Filme: A Origem dos Guardiões
Direção: Peter Ramsey
Elenco: Vozes na versão original de: Chris Pine, Alec Baldwin, Hugh Jackman, Isla Fisher, Jude Law
Sinopse: Papai Noel (Alec Baldwin) e o Coelho da
Páscoa (Hugh Jackman) reúnem um grupo de seres folclóricos, como Jack
Frost (Chris Pine) e a Fada do Dente (Isla Fisher), para combater o
Bicho-Papão (Jude Law), que tenta fazer com que o mundo viva em sombras
eternas.
ONDE: Cinemark, Cinemais e Playarte
sexta-feira, 30 de novembro de 2012
quinta-feira, 29 de novembro de 2012
Crítica: Um Divã Para Dois, com Meryl Streep
Por Diego Bauer
Passei batido quando Um Divã Para Dois chegou aos cinemas daqui, confesso. Acho que ele ficou umas duas, três semanas em cartaz, e pelo pôster, sinopse, e também pelas outras opções de filmes que estavam disponíveis à época, acabei não assistindo-o no cinema. E hoje, depois de vê-lo em casa, arrependo-me de não ter dado uma chance a ele, pois é um dos filmes que mais gostei neste ano.
É bem difícil, hoje em dia, encontrar uma comédia dramática que saiba dosar os elementos cômicos com o drama, e ainda desenvolver uma boa trama, e o filme de David Frankel (O Diabo Veste Prada) faz isso muito bem. Aliás, creio que seja bem complicado etiquetar Um Divã como uma comédia dramática, pois ele também pode ser visto como um drama, que esporadicamente possui alguns alívios cômicos.
Kay (Meryl Streep) é casada com Arnold (Tommy Lee Jones) há 31 anos, e
o seu casamento passa por uma acomodação que já dura algum tempo,
fazendo com que a relação dos dois seja bem distante, visto que eles já
nem dormem mais na mesma cama, quase não se tocam, se falam, e isso vai
deixando Kay cada vez mais infeliz. Um dia, ela encontra na internet o
Dr. Feld (Steve Carell), um terapeuta especializado na reconciliação de
casais em crise e, a contragosto de Arnold, viaja com o seu marido para
receber os seus conselhos. Essa viagem incentiva os dois a pensar na
relação que estão tendo, e faz com que Kay comece a ter dúvidas sobre se
realmente quer continuar neste casamento.
A trama é bem simples, mas é desenvolvida com sofisticação pelo roteiro da estreante em longas, Vanessa Taylor, que consegue dar densidade aos personagens, fazendo com que acreditemos perfeitamente em suas ações. Seja pela interessante construção dos diálogos, ou pela forma como certos elementos são jogados em cena, o que vemos ali são pessoas de carne e osso, bem parecidas com as da “vida real”. E também tem um grande mérito de fugir do piegas e clichê, visto que quando falamos de comédias dramáticas, isso é quase uma regra. Ela consegue fazer com que o rumo da trama, e o seu final, não soem como uma manipulação descarada, mas como um desfecho ocasionado pelo curso natural dos acontecimentos.
Porém, nada seria do roteiro se não fossem as ótimas atuações dos três protagonistas. O que ainda não foi dito de Meryl Streep? Há alguma coisa que eu possa dizer sobre o seu brilhante trabalho que já não foi dita? Confesso que sempre que vejo Streep em cena, me impressiono, emociono e apaixono como se fosse a primeira vez que a estivesse vendo. Que atriz fantástica! E aqui ela arrebenta de novo. Traz a fragilidade e insegurança de uma mulher que é infeliz, mas nem sabe exatamente o que fazer para mudar a sua situação, e ao mesmo tempo mostra doçura, paixão, e um desejo quase desesperado de se sentir feliz ao lado do homem que ama. Mais um trabalho excelente de uma longa lista na carreira da atriz.
Que é acompanhada, e tem um suporte importante de um dedicado Tommy Lee Jones, que dá vida a um homem durão, que não sabe expressar seus sentimentos, embora os tenha. O ator se sai realmente muito bem ao interpretar este homem ranzinza, que mesmo que possua amor pela sua esposa, isso é externado à sua maneira, através de sutilezas de um trabalho de ator atento aos detalhes da personagem. Também é importante parabenizar a entrega dos dois atores, que mergulham de cabeça em seus papeis, deixando de lado pudores que seriam prejudiciais ao filme, e acabam proporcionando cenas belas e sensíveis de se ver.
Agora, quem surpreende é Steve Carell. Embarcando em um papel dramático, sério, funcionando como o personagem que direciona os dois protagonistas, o ator tem uma atuação pautada na economia, algo bem diferente do que vemos em suas comédias. Caminhando para uma atuação discreta, mas marcante, sem dúvida, ele apresenta-se como um interessantíssimo ator dramático, em um trabalho digno de aplausos, dando alguns passos à frente na carreira, em relação ao seu muito bom trabalho em Pequena Miss Sunshine (2009), em que ele já investia em um papel mais dramático.
Com esta interpretação, Carell desponta como um talento na atuação dramática, e faz com que espere por uma nova tentativa sua no estilo.
Apesar da qualidade inquestionável de seu elenco, o filme apresenta um problema grave, a música de Theodore Shapiro. Primeiro que a escolha das músicas já é bem duvidosa. Parece que ele pegou algum daqueles CDs de relaxamento, ioga, etc, escolheu as músicas mais movimentadas e colocou no filme. Isso destoa muito da trama. A história está ali, bem interpretada e desenvolvida, pelos atores e diretor, e de repente entra a música e destrói tudo. Sem contar que ela funciona quase como se fizesse vários videoclipes dentro do filme, pois em umas três ocasiões ela entra logo após o final de uma cena, e prepara a entrada da outra, isso durando bastante tempo, fazendo um clipe que soa quase constrangedor, como quando Kay, depois de uma briga com Arnold, sai correndo pela rua, até chegar em um bar.
Ainda bem que a música não está presente na maioria do filme, pois isso faz com que as suas qualidades, que são muitas, fiquem mais presentes na memória. E depois de vê-lo, fiquei com aquela ótima sensação de surpresa por ver um filme muito legal que eu não esperava que fosse tão bom.
Passei batido quando Um Divã Para Dois chegou aos cinemas daqui, confesso. Acho que ele ficou umas duas, três semanas em cartaz, e pelo pôster, sinopse, e também pelas outras opções de filmes que estavam disponíveis à época, acabei não assistindo-o no cinema. E hoje, depois de vê-lo em casa, arrependo-me de não ter dado uma chance a ele, pois é um dos filmes que mais gostei neste ano.
É bem difícil, hoje em dia, encontrar uma comédia dramática que saiba dosar os elementos cômicos com o drama, e ainda desenvolver uma boa trama, e o filme de David Frankel (O Diabo Veste Prada) faz isso muito bem. Aliás, creio que seja bem complicado etiquetar Um Divã como uma comédia dramática, pois ele também pode ser visto como um drama, que esporadicamente possui alguns alívios cômicos.
Enfim, o que importa é que o filme funciona muito bem das duas formas, principalmente como conduz a parte dramática.
A trama é bem simples, mas é desenvolvida com sofisticação pelo roteiro da estreante em longas, Vanessa Taylor, que consegue dar densidade aos personagens, fazendo com que acreditemos perfeitamente em suas ações. Seja pela interessante construção dos diálogos, ou pela forma como certos elementos são jogados em cena, o que vemos ali são pessoas de carne e osso, bem parecidas com as da “vida real”. E também tem um grande mérito de fugir do piegas e clichê, visto que quando falamos de comédias dramáticas, isso é quase uma regra. Ela consegue fazer com que o rumo da trama, e o seu final, não soem como uma manipulação descarada, mas como um desfecho ocasionado pelo curso natural dos acontecimentos.
Porém, nada seria do roteiro se não fossem as ótimas atuações dos três protagonistas. O que ainda não foi dito de Meryl Streep? Há alguma coisa que eu possa dizer sobre o seu brilhante trabalho que já não foi dita? Confesso que sempre que vejo Streep em cena, me impressiono, emociono e apaixono como se fosse a primeira vez que a estivesse vendo. Que atriz fantástica! E aqui ela arrebenta de novo. Traz a fragilidade e insegurança de uma mulher que é infeliz, mas nem sabe exatamente o que fazer para mudar a sua situação, e ao mesmo tempo mostra doçura, paixão, e um desejo quase desesperado de se sentir feliz ao lado do homem que ama. Mais um trabalho excelente de uma longa lista na carreira da atriz.
Que é acompanhada, e tem um suporte importante de um dedicado Tommy Lee Jones, que dá vida a um homem durão, que não sabe expressar seus sentimentos, embora os tenha. O ator se sai realmente muito bem ao interpretar este homem ranzinza, que mesmo que possua amor pela sua esposa, isso é externado à sua maneira, através de sutilezas de um trabalho de ator atento aos detalhes da personagem. Também é importante parabenizar a entrega dos dois atores, que mergulham de cabeça em seus papeis, deixando de lado pudores que seriam prejudiciais ao filme, e acabam proporcionando cenas belas e sensíveis de se ver.
Agora, quem surpreende é Steve Carell. Embarcando em um papel dramático, sério, funcionando como o personagem que direciona os dois protagonistas, o ator tem uma atuação pautada na economia, algo bem diferente do que vemos em suas comédias. Caminhando para uma atuação discreta, mas marcante, sem dúvida, ele apresenta-se como um interessantíssimo ator dramático, em um trabalho digno de aplausos, dando alguns passos à frente na carreira, em relação ao seu muito bom trabalho em Pequena Miss Sunshine (2009), em que ele já investia em um papel mais dramático.
Com esta interpretação, Carell desponta como um talento na atuação dramática, e faz com que espere por uma nova tentativa sua no estilo.
Apesar da qualidade inquestionável de seu elenco, o filme apresenta um problema grave, a música de Theodore Shapiro. Primeiro que a escolha das músicas já é bem duvidosa. Parece que ele pegou algum daqueles CDs de relaxamento, ioga, etc, escolheu as músicas mais movimentadas e colocou no filme. Isso destoa muito da trama. A história está ali, bem interpretada e desenvolvida, pelos atores e diretor, e de repente entra a música e destrói tudo. Sem contar que ela funciona quase como se fizesse vários videoclipes dentro do filme, pois em umas três ocasiões ela entra logo após o final de uma cena, e prepara a entrada da outra, isso durando bastante tempo, fazendo um clipe que soa quase constrangedor, como quando Kay, depois de uma briga com Arnold, sai correndo pela rua, até chegar em um bar.
Ainda bem que a música não está presente na maioria do filme, pois isso faz com que as suas qualidades, que são muitas, fiquem mais presentes na memória. E depois de vê-lo, fiquei com aquela ótima sensação de surpresa por ver um filme muito legal que eu não esperava que fosse tão bom.
NOTA: 8,0
quarta-feira, 28 de novembro de 2012
Crítica – 'O Homem que Mudou o Jogo', com Brad Pitt
Por Renildo Rodrigues
Tão americanas quanto o western ou os filmes de gângster são as histórias de superação: a velha promessa de que, na América, com disposição e tenacidade, você é capaz de chegar onde quiser, não importando o tamanho do desafio. Esse é o mote para centenas de filmes, bons ou ruins, sendo um deles o objeto desta resenha – felizmente, um dos bons: O Homem que Mudou o Jogo.
Inspirado na história real de Billy Beane (Brad Pitt), gerente do time de beisebol Oakland Athletics, o filme relata como a associação de Billy com o economista Peter Brand (Jonah Hill, o gordinho de Superbad – É Hoje!) levou o Athletics ao recorde de vitórias consecutivas na Liga Americana, estabelecendo um novo método de administração de equipes.
O próprio título que o filme recebeu no Brasil já diz como ele acaba, não é mesmo? E a obra do diretor Bennett Miller não pretende fugir ao padrão para as histórias de superação. Mas o miolo é interessante. Embora continue desconhecido no Brasil, o beisebol é uma paixão que move a vida de grande parte dos cidadãos americanos. Isso, claro, você já sabia. O que você talvez não saiba é que há uma ciência dedicada a estudar esse jogo, a tentar analisar o que se passa no gramado de forma matematicamente exata, até mesmo antecipando os acontecimentos. É a sabermetrics, tornada célebre pelo estudioso e baseboleiro fanático Bill James, que publicou um manual sobre o assunto. É essa ciência intrincada que conhecemos através do filme.
Billy e Peter usam a sabermetrics para montar um time composto por especialistas, mesmo que esses especialistas estejam entre os jogadores mais desvalorizados do campeonato. Contra a incredulidade de outros times e da imprensa, eles provam que, com planejamento rigoroso e fixação de metas, os enjeitados jogadores do Oakland Athletics podem ser mais eficientes do que os ídolos do esporte.
Só a curiosidade, porém, não sustentaria o trabalho, cujo interesse morreria junto com ela. O Homem que Mudou o Jogo vale mesmo pelo roteiro envolvente, escrito em parceria por Steve Zaillian e Aaron Sorkin (de A Rede Social), e pelo conjunto das atuações. O script dá ritmo e agilidade à história, transformando um assunto tão alheio como o beisebol num filme envolvente e acessível, e optando, sempre que possível, por fugir de soluções sentimentais (lembre-se, é uma história de superação).
Mas o verdadeiro destaque é o elenco, em especial Jonah Hill. Seu trabalho, maduro e delicado, impressiona aqueles que o conheciam tão somente das comédias escrachadas, revelando um ator versátil, pronto para alçar voos maiores. Brad Pitt traz sua habitual eficiência e também a sua beauté – o diretor Miller capricha nos closes do rosto do ator, bem como nas cenas de malhação.
Quem está apagado é Philip Seymour Hoffman, mas seu personagem apático não ajuda. Ao fim e ao cabo, um trabalho simples e cativante, pouco original mas muito bem realizado.
O mistério maior é porque um filme com Brad Pitt no papel principal, indicado a seis Oscars, incluindo Melhor Filme, Ator e Ator Coadjuvante, foi totalmente ignorado pelas salas de exibição manauaras.
Infelizmente, quem perde é o público, privado da oportunidade de assistir a um trabalho interessante e envolvente – dois adjetivos, sabemos, ausentes de boa parte da produção atual.
Tão americanas quanto o western ou os filmes de gângster são as histórias de superação: a velha promessa de que, na América, com disposição e tenacidade, você é capaz de chegar onde quiser, não importando o tamanho do desafio. Esse é o mote para centenas de filmes, bons ou ruins, sendo um deles o objeto desta resenha – felizmente, um dos bons: O Homem que Mudou o Jogo.
Inspirado na história real de Billy Beane (Brad Pitt), gerente do time de beisebol Oakland Athletics, o filme relata como a associação de Billy com o economista Peter Brand (Jonah Hill, o gordinho de Superbad – É Hoje!) levou o Athletics ao recorde de vitórias consecutivas na Liga Americana, estabelecendo um novo método de administração de equipes.
O próprio título que o filme recebeu no Brasil já diz como ele acaba, não é mesmo? E a obra do diretor Bennett Miller não pretende fugir ao padrão para as histórias de superação. Mas o miolo é interessante. Embora continue desconhecido no Brasil, o beisebol é uma paixão que move a vida de grande parte dos cidadãos americanos. Isso, claro, você já sabia. O que você talvez não saiba é que há uma ciência dedicada a estudar esse jogo, a tentar analisar o que se passa no gramado de forma matematicamente exata, até mesmo antecipando os acontecimentos. É a sabermetrics, tornada célebre pelo estudioso e baseboleiro fanático Bill James, que publicou um manual sobre o assunto. É essa ciência intrincada que conhecemos através do filme.
Billy e Peter usam a sabermetrics para montar um time composto por especialistas, mesmo que esses especialistas estejam entre os jogadores mais desvalorizados do campeonato. Contra a incredulidade de outros times e da imprensa, eles provam que, com planejamento rigoroso e fixação de metas, os enjeitados jogadores do Oakland Athletics podem ser mais eficientes do que os ídolos do esporte.
Só a curiosidade, porém, não sustentaria o trabalho, cujo interesse morreria junto com ela. O Homem que Mudou o Jogo vale mesmo pelo roteiro envolvente, escrito em parceria por Steve Zaillian e Aaron Sorkin (de A Rede Social), e pelo conjunto das atuações. O script dá ritmo e agilidade à história, transformando um assunto tão alheio como o beisebol num filme envolvente e acessível, e optando, sempre que possível, por fugir de soluções sentimentais (lembre-se, é uma história de superação).
Mas o verdadeiro destaque é o elenco, em especial Jonah Hill. Seu trabalho, maduro e delicado, impressiona aqueles que o conheciam tão somente das comédias escrachadas, revelando um ator versátil, pronto para alçar voos maiores. Brad Pitt traz sua habitual eficiência e também a sua beauté – o diretor Miller capricha nos closes do rosto do ator, bem como nas cenas de malhação.
Quem está apagado é Philip Seymour Hoffman, mas seu personagem apático não ajuda. Ao fim e ao cabo, um trabalho simples e cativante, pouco original mas muito bem realizado.
O mistério maior é porque um filme com Brad Pitt no papel principal, indicado a seis Oscars, incluindo Melhor Filme, Ator e Ator Coadjuvante, foi totalmente ignorado pelas salas de exibição manauaras.
Infelizmente, quem perde é o público, privado da oportunidade de assistir a um trabalho interessante e envolvente – dois adjetivos, sabemos, ausentes de boa parte da produção atual.
Nota: 7,5
segunda-feira, 26 de novembro de 2012
Dez Filmes de Vampiros de Verdade
Por Caio Pimenta
Nosferatu - 1921
Drácula - 1931
M - O Vampiro de Dusseldorf - 1931
Fome de Viver - 1983
A Hora do Espanto - 1985
Os Garotos Perdidos - 1987
Drácula de Bram Stocker - 1992
Entrevista com Vampiro - 1994
Um Drink no Inferno - 1996
Deixe Ela Entrar - 2008
quinta-feira, 22 de novembro de 2012
Cinco Grandes Nomes do Cinema Fora de Hollywood
Por Diego Bauer
Morar em Manaus pode trazer uma série de problemas se você é um fã de cinema e artes de modo geral. Como estamos bem longe do sudeste do país, fica bem difícil chegar nas salas de cinema daqui (ou teatros, bibliotecas, museus, etc.) trabalhos que foram produzidos fora dos Estados Unidos, e que não possuem uma grande máquina de publicidade por trás pra fazer com que o grande público se interesse por eles.
Graças a isso fica meio difícil saber quem está se destacando fora do mainstream americano. Então o Cine Set traz uma lista de nomes que conseguiram fazer um grande trabalho nos últimos anos, fora dos Estados Unidos.
Assim como qualquer outra lista de qualquer outro assunto, é possível que esqueça algum nome que mereça ser lembrado, por isso, se você sentir falta de alguém, fique à vontade pra deixar seu comentário.
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O cineasta sul-coreano Chan-Wook Park não poderia ficar de foradesta lista. Mesmo que não esteja em destaque muito recentemente, o diretor se tornou um dos nomes mais respeitados do cinema mundial nos anos 2000, com uma filmografia extremamente interessante.
Em 2002, o diretor surgiu para o mundo com a trilogia da vingança. Nada contra o primeiro e terceiro filme da série, os muito bons, Mr. Vingança (2002) e Lady Vingança (2005), mas foi com o segundo episódio, Oldboy (2003), que Park fez o seu nome. O filme fez um enorme sucesso por todo o mundo, venceu o Grande Prêmio do Júri no Festival de Cannes, e é considerado por vários críticos ao redor do mundo, um dos melhores filmes da década.
Após esse sucesso, o diretor ainda realizou o elogiado Sede de Sangue (2009), e já está para lançar o seu novo filme, seu primeiro produzido nos Estados Unidos, chamado Stoker, que terá Nicole Kidman, Mia Wasikowska e Matthew Goode no elenco.
Agora é torcer para que a transição do diretor para o cinema americano não seja prejudicial para a sua carreira.
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Os irmãos Dardenne podem até não ser reconhecidos pelo grande público, mas são muito respeitados dentro do mundo do cinema. Trazendo sempre questionamentos e conflitos referentes à adolescência e juventude, os dois conseguem empregar uma admirável dignidade às suas histórias, desenvolvendo-as com fluidez e competência.
Para se ter noção do prestígio que os irmãos Dardenne possuem, desde o segundo filme da dupla, Rosetta (1999), todos os seus filmes seguintes participaram do Festival de Cannes, e ganharam prêmios. Rosetta venceu a Palma de Ouro de Melhor Filme; O Filho (2002) ganhou uma Menção Especial do Júri; A Criança (2005) rendeu a segunda Palma de Ouro de Melhor Filme; O Silêncio de Lorna (2008) venceu a categoria de Melhor Roteiro, e o mais recente, O Garoto de Bicicleta (2011) foi o vencedor do Grande Prêmio do Júri.
Se você não teve a chance de assistir a esses filmes, vale a pena ir atrás e conhecer melhor o trabalho desses grandes diretores.
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Amado por muitos, e sem dúvida odiado por muitos também. O polêmico Lars von Trier é um diretor que não faz concessões a quem assiste aos seus filmes. Ele não faz questão alguma de fazer você se sentir bem, à vontade, e não está preocupado se você vai gostar ou não de seu filme. Ele tem uma visão específica sobre a arte e a vida, e o que interessa a ele é trabalhar em cima disso da forma que julgar correta. E é por isso que seus filmes são tão polêmicos, fortes, angustiantes, muitas vezes desagradáveis de se assistir, mas brilhantes.
Já faz bastante tempo que o diretor consegue manter uma carreira admiravelmente sólida, sendo sempre muito relevante nos projetos que desenvolve. O primeiro grande sucesso do diretor foi Ondas do Destino (1996), vencedor do Grande Prêmio do Júri no Festival de Cannes. Depois disso tivemos o elogiadíssimo Dançando no Escuro (2000), vencedor da Palma de Ouro de Melhor Filme.
Porém, três anos depois Trier fez aquele que é considerado o seu maior sucesso de público e crítica, Dogville (2003).Após isso o diretor realizou Manderlay (2005), uma continuação de Dogville e, para a surpresa de muitos, a comédia O Grande Chefe (2006).
Mais recentemente ele realizou dois filmes que, pelo fato de o diretor já ser um nome conhecido, foram bastante vistos. Em 2009 saiu Anticristo, e ano passado Melancolia (2011).
No momento Trier está na fase final do seu novo filme, Nymphomaniac, em que trabalhará novamente com a ótima Charlotte Gainsbourg. Gostando ou não diretor, vale a pena esperar pra ver qual será a sua nova experiência cinematográfica.
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O diretor que ganhou a Palma de Ouro de Melhor Filme deste ano, e que
é favoritíssimo ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro do ano que vem,
não podia ficar de fora.
Assim como acontece com Lars von Trier, Michael Haneke também não possui muita simpatia pela ideia de facilitar as coisas para o espectador. Seus filmes são crus, sem firulas, contando sempre uma verdade chocante de tão cruel e real.
Haneke começou sua carreira fazendo filmes para TV, e só depois de um longo tempo nisso, decidiu investir no cinema. Seu primeiro filme de destaque foi Violência Gratuita (1997). Nem consigo pensar em muitos adjetivos que possam ser utilizados pra falar sobre este filme, que é realmente muito desagradável de assistir, mas, é na mesma proporção, absolutamente fenomenal.
Haneke manteve um altíssimo nível com os seus filmes seguintes, Código Desconhecido (2000), A Professora de Piano (2001) e Caché (2005). Em 2009, ele retorna com outra obra-prima, o vencedor da Palma de Ouro de Melhor Filme, A Fita Branca. Em minha não tão vasta vida de cinéfilo, poucas vezes vi uma fotografia tão bem realizada, aliada com um brilhante trabalho de direção de um dos grandes diretores da atualidade.
Este ano, Haneke volta a ficar em alta com o lançamento do muito elogiado Amour (2012), que como disse no início do texto, é o mais cotado ao Oscar do ano que vem. Sei que vai soar inocência da minha parte, mas estou muito ansioso pra que este filme chegue aos cinemas daqui. Será que chega?
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Essa é a barbada da lista. Acho que desde os anos 90, sempre que se fala dos grandes diretores que não trabalham nos Estados Unidos, não tem como deixar o nome de Pedro Almodóvar de fora.
Dono de uma sensibilidade rara, capaz de trazer muita dignidade as suas personagens e às suas histórias, que a primeira vista podem parecer caricatas, exageradas e até inverossímeis, mas depois de um olhar mais apurado e menos preconceituoso, mostram uma profundidade difícil de se encontrar no cinema atual.
Para não ter que falar da sua carreira inteira, vou citar apenas os seus filmes mais recentes, que aliás, representam um evolução na carreira do diretor. No final dos anos 90, e início dos 2000, Almodóvar engatou uma sequência de grandes filmes, como Carne Trêmula (1997), Tudo Sobre Minha Mãe (1999), Fale com Ela (2002), Má Educação (2004) e Volver (2006). Uma série e tanto!
E se o diretor acabou dando uma derrapada com Abraços Partidos (2009), ele voltou a ter destaque com o surpreendente, A Pele Que Habito (2011), filme que marca o retorno da parceria de Almodóvar com o ator Antonio Banderas, que também estará no seu próximo filme, junto com Penélope Cruz, outra recorrente parceira do cineasta. E como se trata de Almodóvar, também já estou aguardando ansiosamente para assistir.
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Poderia citar Juan José Campanella, Pablo Trapero ou Lucrecia Martel, mas se formos falar da excelente fase do cinema argentino, que ganhou status de um dos melhores cinemas do mundo nos últimos anos, é obrigatório falar de Ricardo Darín, que é, sem sombra de dúvidas, um dos melhores atores do mundo na atualidade.
Dono de um estilo forte, marcante, tendo uma força cênica que impressiona justamente por ser grandiosa e sutil quando necessária, Darín é o tipo de ator completo, que tem o domínio total de cena, sabendo exatamente empregar a emoção correta no momento certo. Por causa disso, o ator se tornou o principal ator de cinema argentino (talvez de toda a América do Sul), sendo envolvido em muitos filmes de 2000 pra cá.
Pode-se dizer que o seu primeiro grande destaque recente foi no ótimo Nove Rainhas (2000). Depois, o ator protagonizou O Filho da Noiva (2001), filme indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Nos anos seguintes, ele voltou a ganhar destaque pelas suas interpretações em Clube da Lua (2004), Aura (2005) e XXY (2007), mas o ponto alto da sua já brilhante carreira ainda estava por vir.
Em 2009, o ator finalmente começou a ser mais reconhecido internacionalmente, por protagonizar O Segredo de Seus Olhos, longa vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, e que foi muito bem recebido por público e crítica. Darín também recebeu muitos elogios pelo seu trabalho nos filmes Abutres (2010) e Um Conto Chinês (2011).
Neste ano, reza a lenda que vai chegar aos cinemas daqui, o seu novo filme em parceira com Pablo Trapero, Elefante Branco (2012). Se isso realmente acontecer, aconselho os fãs de cinema a prestigiarem este filme, que conta com um dos atores mais interessantes de ver dos últimos anos.
Morar em Manaus pode trazer uma série de problemas se você é um fã de cinema e artes de modo geral. Como estamos bem longe do sudeste do país, fica bem difícil chegar nas salas de cinema daqui (ou teatros, bibliotecas, museus, etc.) trabalhos que foram produzidos fora dos Estados Unidos, e que não possuem uma grande máquina de publicidade por trás pra fazer com que o grande público se interesse por eles.
Graças a isso fica meio difícil saber quem está se destacando fora do mainstream americano. Então o Cine Set traz uma lista de nomes que conseguiram fazer um grande trabalho nos últimos anos, fora dos Estados Unidos.
Assim como qualquer outra lista de qualquer outro assunto, é possível que esqueça algum nome que mereça ser lembrado, por isso, se você sentir falta de alguém, fique à vontade pra deixar seu comentário.
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Chan-Wook Park
O cineasta sul-coreano Chan-Wook Park não poderia ficar de foradesta lista. Mesmo que não esteja em destaque muito recentemente, o diretor se tornou um dos nomes mais respeitados do cinema mundial nos anos 2000, com uma filmografia extremamente interessante.
Em 2002, o diretor surgiu para o mundo com a trilogia da vingança. Nada contra o primeiro e terceiro filme da série, os muito bons, Mr. Vingança (2002) e Lady Vingança (2005), mas foi com o segundo episódio, Oldboy (2003), que Park fez o seu nome. O filme fez um enorme sucesso por todo o mundo, venceu o Grande Prêmio do Júri no Festival de Cannes, e é considerado por vários críticos ao redor do mundo, um dos melhores filmes da década.
Após esse sucesso, o diretor ainda realizou o elogiado Sede de Sangue (2009), e já está para lançar o seu novo filme, seu primeiro produzido nos Estados Unidos, chamado Stoker, que terá Nicole Kidman, Mia Wasikowska e Matthew Goode no elenco.
Agora é torcer para que a transição do diretor para o cinema americano não seja prejudicial para a sua carreira.
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Jean-Pierre Dardenne e Luc Dardenne
Os irmãos Dardenne podem até não ser reconhecidos pelo grande público, mas são muito respeitados dentro do mundo do cinema. Trazendo sempre questionamentos e conflitos referentes à adolescência e juventude, os dois conseguem empregar uma admirável dignidade às suas histórias, desenvolvendo-as com fluidez e competência.
Para se ter noção do prestígio que os irmãos Dardenne possuem, desde o segundo filme da dupla, Rosetta (1999), todos os seus filmes seguintes participaram do Festival de Cannes, e ganharam prêmios. Rosetta venceu a Palma de Ouro de Melhor Filme; O Filho (2002) ganhou uma Menção Especial do Júri; A Criança (2005) rendeu a segunda Palma de Ouro de Melhor Filme; O Silêncio de Lorna (2008) venceu a categoria de Melhor Roteiro, e o mais recente, O Garoto de Bicicleta (2011) foi o vencedor do Grande Prêmio do Júri.
Se você não teve a chance de assistir a esses filmes, vale a pena ir atrás e conhecer melhor o trabalho desses grandes diretores.
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Lars von Trier
Amado por muitos, e sem dúvida odiado por muitos também. O polêmico Lars von Trier é um diretor que não faz concessões a quem assiste aos seus filmes. Ele não faz questão alguma de fazer você se sentir bem, à vontade, e não está preocupado se você vai gostar ou não de seu filme. Ele tem uma visão específica sobre a arte e a vida, e o que interessa a ele é trabalhar em cima disso da forma que julgar correta. E é por isso que seus filmes são tão polêmicos, fortes, angustiantes, muitas vezes desagradáveis de se assistir, mas brilhantes.
Já faz bastante tempo que o diretor consegue manter uma carreira admiravelmente sólida, sendo sempre muito relevante nos projetos que desenvolve. O primeiro grande sucesso do diretor foi Ondas do Destino (1996), vencedor do Grande Prêmio do Júri no Festival de Cannes. Depois disso tivemos o elogiadíssimo Dançando no Escuro (2000), vencedor da Palma de Ouro de Melhor Filme.
Porém, três anos depois Trier fez aquele que é considerado o seu maior sucesso de público e crítica, Dogville (2003).Após isso o diretor realizou Manderlay (2005), uma continuação de Dogville e, para a surpresa de muitos, a comédia O Grande Chefe (2006).
Mais recentemente ele realizou dois filmes que, pelo fato de o diretor já ser um nome conhecido, foram bastante vistos. Em 2009 saiu Anticristo, e ano passado Melancolia (2011).
No momento Trier está na fase final do seu novo filme, Nymphomaniac, em que trabalhará novamente com a ótima Charlotte Gainsbourg. Gostando ou não diretor, vale a pena esperar pra ver qual será a sua nova experiência cinematográfica.
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Michael Haneke
Assim como acontece com Lars von Trier, Michael Haneke também não possui muita simpatia pela ideia de facilitar as coisas para o espectador. Seus filmes são crus, sem firulas, contando sempre uma verdade chocante de tão cruel e real.
Haneke começou sua carreira fazendo filmes para TV, e só depois de um longo tempo nisso, decidiu investir no cinema. Seu primeiro filme de destaque foi Violência Gratuita (1997). Nem consigo pensar em muitos adjetivos que possam ser utilizados pra falar sobre este filme, que é realmente muito desagradável de assistir, mas, é na mesma proporção, absolutamente fenomenal.
Haneke manteve um altíssimo nível com os seus filmes seguintes, Código Desconhecido (2000), A Professora de Piano (2001) e Caché (2005). Em 2009, ele retorna com outra obra-prima, o vencedor da Palma de Ouro de Melhor Filme, A Fita Branca. Em minha não tão vasta vida de cinéfilo, poucas vezes vi uma fotografia tão bem realizada, aliada com um brilhante trabalho de direção de um dos grandes diretores da atualidade.
Este ano, Haneke volta a ficar em alta com o lançamento do muito elogiado Amour (2012), que como disse no início do texto, é o mais cotado ao Oscar do ano que vem. Sei que vai soar inocência da minha parte, mas estou muito ansioso pra que este filme chegue aos cinemas daqui. Será que chega?
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Pedro Almodóvar
Essa é a barbada da lista. Acho que desde os anos 90, sempre que se fala dos grandes diretores que não trabalham nos Estados Unidos, não tem como deixar o nome de Pedro Almodóvar de fora.
Dono de uma sensibilidade rara, capaz de trazer muita dignidade as suas personagens e às suas histórias, que a primeira vista podem parecer caricatas, exageradas e até inverossímeis, mas depois de um olhar mais apurado e menos preconceituoso, mostram uma profundidade difícil de se encontrar no cinema atual.
Para não ter que falar da sua carreira inteira, vou citar apenas os seus filmes mais recentes, que aliás, representam um evolução na carreira do diretor. No final dos anos 90, e início dos 2000, Almodóvar engatou uma sequência de grandes filmes, como Carne Trêmula (1997), Tudo Sobre Minha Mãe (1999), Fale com Ela (2002), Má Educação (2004) e Volver (2006). Uma série e tanto!
E se o diretor acabou dando uma derrapada com Abraços Partidos (2009), ele voltou a ter destaque com o surpreendente, A Pele Que Habito (2011), filme que marca o retorno da parceria de Almodóvar com o ator Antonio Banderas, que também estará no seu próximo filme, junto com Penélope Cruz, outra recorrente parceira do cineasta. E como se trata de Almodóvar, também já estou aguardando ansiosamente para assistir.
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Ricardo Darín
Poderia citar Juan José Campanella, Pablo Trapero ou Lucrecia Martel, mas se formos falar da excelente fase do cinema argentino, que ganhou status de um dos melhores cinemas do mundo nos últimos anos, é obrigatório falar de Ricardo Darín, que é, sem sombra de dúvidas, um dos melhores atores do mundo na atualidade.
Dono de um estilo forte, marcante, tendo uma força cênica que impressiona justamente por ser grandiosa e sutil quando necessária, Darín é o tipo de ator completo, que tem o domínio total de cena, sabendo exatamente empregar a emoção correta no momento certo. Por causa disso, o ator se tornou o principal ator de cinema argentino (talvez de toda a América do Sul), sendo envolvido em muitos filmes de 2000 pra cá.
Pode-se dizer que o seu primeiro grande destaque recente foi no ótimo Nove Rainhas (2000). Depois, o ator protagonizou O Filho da Noiva (2001), filme indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Nos anos seguintes, ele voltou a ganhar destaque pelas suas interpretações em Clube da Lua (2004), Aura (2005) e XXY (2007), mas o ponto alto da sua já brilhante carreira ainda estava por vir.
Em 2009, o ator finalmente começou a ser mais reconhecido internacionalmente, por protagonizar O Segredo de Seus Olhos, longa vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, e que foi muito bem recebido por público e crítica. Darín também recebeu muitos elogios pelo seu trabalho nos filmes Abutres (2010) e Um Conto Chinês (2011).
Neste ano, reza a lenda que vai chegar aos cinemas daqui, o seu novo filme em parceira com Pablo Trapero, Elefante Branco (2012). Se isso realmente acontecer, aconselho os fãs de cinema a prestigiarem este filme, que conta com um dos atores mais interessantes de ver dos últimos anos.
segunda-feira, 19 de novembro de 2012
Crítica: A Saga Crepúsculo - Amanhecer - Parte 2, de Bill Condon
Por Renildo Júnior
Fãs do romance entre a humana Bella Swan e o vampiro Edward Cullen têm motivos para comemorar e lamentar este ano: o aguardado (aguardadíssimo) final da saga Crepúsculo, sobre a inusitada história de amor entre os dois, dá um encerramento empolgante à série. Mas, infelizmente, também é isso: o encerramento, finie, para milhões de fãs desconsolados mundo afora.
Depois de filmes bastante irregulares, o diretor Bill Condon, que já havia conseguido estabelecer um tom mais enxuto na primeira parte de Amanhecer, solta as rédeas numa trama movimentada, que vai manter acordados aqueles que cochilaram em Eclipse. Bella (Kristen Stewart), agora tornada vampira, descobre como é viver nesse estado, com suas vantagens e desvantagens. O problema surge quando Irina (Maggie Grace), vampira de um clã distante ligado aos Cullen, descobre a existência de Renesmee (Mackenzie Foy), filha de Bella e Edward (Robert Pattinson), que nasceu quando a heroína ainda era humana. Acreditando que Renesmee seja uma Criança Imortal (vampiros mirins, conhecidos pelo furor sanguinário), Irina comunica o fato aos Volturi, os todo-poderosos da classe vampírica. Quando eles chegam para punir o suposto crime... bem, assista ao filme.
Amanhecer – Parte 2 se sai melhor do que o encerramento de outras sagas recentes, como Harry Potter e Matrix, menos por seus méritos (que existem, e são vários) do que pelas fraquezas dos filmes anteriores (veja o texto abaixo). A sensação de “preparar o terreno” presente em Lua Nova e Eclipse mostrou-se totalmente justificada – em detrimento desses filmes. Para quem não é fã da saga, as duas partes de Amanhecer são as únicas que realmente contam, depois do primeiro filme da série, Crepúsculo. Equilibrado nos dilemas amorosos e familiares do trio principal e nas sequências de ação, o filme finalmente consegue agradar aos dois públicos.
Ao longo da trama, merecem destaque a montagem ágil, que não deixa o filme cair na preguiça e costura bem as cenas de ação; a batalha final, coreografada com esmero – as dúzias de personagens que conhecemos nas cenas precedentes são bem exploradas, cada um tem seu momento, com exceção da vampira Jane (Dakota Fanning), cujo final é bem sem-graça; e a esperta inversão dessa mesma sequência, truque que funciona ainda melhor no filme do que no livro – além, é claro, do desempenho dos protagonistas, cuja evolução ao longo da saga dá aqui seus melhores resultados. Kristen Stewart transparece a alegria de não precisar ser mais a mocinha sofrida dos filmes anteriores, podendo agir da mesma forma que os vampiros; Robert Pattinson está seguro e à vontade como Edward, afastando de vez a péssima impressão causada pelo primeiro filme; e Taylor Lautner, seguro e eficiente como sempre, continua roubando a cena toda vez que aparece, apesar do papel menor. Quem atrapalha, e muito, é Michael Sheen – seu Aro afetado e caricato estraga um personagem que deveria impor respeito, e, não fosse o resto do elenco, quase naufragaria o clímax da história.
Para o que os filmes anteriores vinham prometendo, o resultado não deixa de ser o esperado – um filme muito melhor do que Lua Nova e Eclipse –, mas também é uma agradável surpresa, um filme de ação envolvente e agitado, que vale a conferida, você sendo fã da saga ou não.
Adaptada de uma série de romances juvenis de Stephenie Meyer, Crepúsculo investiu firme no romantismo trágico de fontes nobres como Romeu e Julieta, de William Shakespeare, e Os Sofrimentos do Jovem Werther, de Goethe, com seus jovens atormentados e paixões extremas. Junte-se a isso o fascínio despertado pelas criaturas sobrenaturais mais sensuais da literatura – os vampiros – e pitadas de valores cristãos tradicionais, e tem-se uma receita de grande potencial de público.
Os romances de Meyer venderam milhões de exemplares e foram traduzidos para dezenas de línguas mundo afora. Uma adaptação para Hollywood era questão de tempo – e teria de escolher muito bem seus nomes, considerando-se os valores envolvidos.
O primeiro filme da série, Crepúsculo (2008), foi uma adaptação competente dirigida por Catherine Hardwicke (dos ótimos Aos Treze e Os Reis de Dogtown), introduzindo mundialmente os personagens de Bella, Edward e Jacob – e os atores, agora megacelebridades mundiais, Kristen Stewart, Robert Pattinson e Taylor Lautner.
Com suas qualidades e defeitos (muitos deles já presentes no romance de Meyer), o filme foi bem-sucedido em recriar o universo ficcional de Bella Swan e sua vida em Forks, WA, cidadezinha aparentemente banal que esconde segredos belos e terríveis em seus bosques.
O maior acerto da empreitada, porém, foi o elenco principal: dos incipientes Stewart, Pattinson e Lautner aos veteranos Peter Facinelli (Carlisle) e Billy Burke (Charlie), todos sonoramente desconhecidos antes do filme, Crepúsculo insuflou forma e substância aos personagens do romance – as atuações vacilantes dos protagonistas, em especial Pattinson, não conseguiram arranhar essa empatia. Nota: 7,0
Lua Nova (2009), em mais de um sentido, foi um passo atrás nessa conquista. Um filme arrastado, com uma trama que, em vários momentos, beirava o absurdo (as tentativas suicidas de Bella para trazer Edward de volta, a profusão de lobisomens fortões e descamisados), culpa do romance de Meyer, mas que foi acentuada pelo gosto kitsch da produção, comandada dessa vez por Chris Weitz, de American Pie e Um Grande Garoto.
É preciso reconhecer o esforço de Taylor Lautner: ao saber que iria ser sacado do filme, devido ao seu físico franzino, o ator entregou-se a uma rotina de dieta e exercícios e ganhou impressionantes 13kg de músculos. Sem seu carisma, Jacob não teria tido metade da graça. Nota: 6,5
Eclipse (2010) pode ser considerado o pior filme da série. Um grande “esquenta” para as duas partes de Amanhecer, é uma obra de ação quase nula, limitando-se a um cabo-de-força entre os dois heróis pelo coração de Bella e à formação do conflito que irá desaguar nos últimos filmes da saga.
Dirigido por David Slade, do ótimo MeninaMá.com. Nota: 6,0
A rota foi enfim corrigida em Amanhecer – Parte 1 (2011), filme que dividiu o público que não leu os romances: a insistência de Bella em fazer sexo com uma criatura de força sobre-humana, bem como em abrigar um bebê que simplesmente devora suas entranhas, não desceu bem para quem não está no clima da paixão extremada, wertheriana, dos protagonistas.
Mas o filme em si é o mais enxuto e bem-realizado da série (até a chegada da Parte 2), com uma trama envolvente e bons desempenhos de todos os envolvidos. Nota: 7,5
Dito tudo isso, podemos chegar às seguintes afirmações:
- Vampiros que reluzem ao sol e lobisomens do tamanho de cavalos- Qual é!
- A trama da saga tem outras escolhas duvidosas, com falhas no desenvolvimento dos personagens (Jasper é vampiro há 150 anos e mal consegue se controlar, enquanto Bella, recém-“convertida”, já consegue passar sem sangue humano) e cenas que chegam a ser absurdas, como o “passeio” de Bella com um motoqueiro desconhecido em Lua Nova;
- As atuações dos protagonistas começaram bem ruinzinhas, com o troféu abacaxi indo para Pattinson, cuja expressão vacilante e careteira ele só aos poucos conseguiu abandonar;
- Dakota Fanning, grande atriz e fã da saga, foi bastante mal-aproveitada com sua vampira Jane. Mas seu olhar assusta de verdade;
- Ainda no capítulo das atuações, Michael Sheen esteve péssimo em todas as suas aparições. É certo que o cabelo e as roupas não ajudaram, mas, ao tentar conjugar terror e graça no seu Aro, nós só conseguimos perceber a segunda parte;
- Eclipse é pouco mais do que as provocações tolas entre Jacob e Edward. Verdadeiro “enxuga-gelo” dentro da saga.
- Crepúsculo tem o mérito de ser uma saga envolvente, de
personagens cativantes e bem-amarrada – e, vá lá, seu apelo romântico
pode ser irresistível;
- A ambientação sombria e elegante da série, com seus bosques chuvosos e colinas, é triunfo indiscutível da produção;
- As trilhas sonoras são impecáveis, com seu cancioneiro indie romântico e sombrio, que dá o clima certo às cenas e faz mais pelo romance de Bella e Edward do que sequências inteiras;
- A evolução dos atores ao longo dos filmes é visível e palpável, Pattinson mais do que todos;
- Taylor Lautner se destaca dos demais pelo carisma que emprestou ao lobisomem Jacob, personagem que cresceu ao longo da série e ameaçou suplantar até o popularíssimo Edward;
- Amanhecer é um final exemplar para a saga, movimentado e empolgante, diminuindo a má impressão causada pelo miolo tedioso.
Crepúsculo é uma série que, dentro das suas limitações, vale a
pena ser acompanhada. Seu apelo não vai muito além do público
adolescente, mas, no cenário atual, em que filmes que provocam tamanha
empatia são uma raridade, o cinema só tem a agradecer.
Para o bem ou para o mal, novos Crepúsculos tentarão ser feitos a partir daqui, mas o molde original deve conservar seu charme.
- resolvemos arriscar qual é o possível futuro dos atores da saga:
Kristen Stewart: a única que já tinha alguma projeção antes da série, Kristen tem um desafio similar ao de Leonardo DiCaprio: precisa se livrar da superexposição, do interesse sobre sua vida pessoal e, mais importante, da personagem que lhe deu fama: suas tentativas até aqui, como a ponta em Na Estrada, de Walter Salles, ou o papel de Joan Jett na biografia da banda Runaways (The Runaways) mostram a inquietude da atriz, mas seu talento dramático e versatilidade terão de ser postos muito mais vezes à prova;
Robert Pattinson: o caso mais problemático. Pattinson tinha sérias deficiências como ator no início de Crepúsculo, e sua evolução de lá pra cá ainda não o qualifica como “grande ator”. Ele tem atraído bons papéis, como em Água para Elefantes e Cosmópolis, mas seu futuro após a série Crepúsculo é o que lança mais dúvidas;
Taylor Lautner: a surpresa da série. Taylor começou numa pequena participação como o lobisomem Jacob em Crepúsculo, mas sua persistência e tenacidade, além do inegável carisma, lhe valeram um status tão grande quanto o de Kristen e Robert ao longo da saga. Com um perfil mais voltado à ação, como já demonstrado em Sem Saída, Lautner também é versátil, sendo capaz de convencer num filme romântico (Idas e Vindas do Amor). Por isso, é a aposta do Cine Set para melhor carreira pós-Crepúsculo.
Fãs do romance entre a humana Bella Swan e o vampiro Edward Cullen têm motivos para comemorar e lamentar este ano: o aguardado (aguardadíssimo) final da saga Crepúsculo, sobre a inusitada história de amor entre os dois, dá um encerramento empolgante à série. Mas, infelizmente, também é isso: o encerramento, finie, para milhões de fãs desconsolados mundo afora.
Depois de filmes bastante irregulares, o diretor Bill Condon, que já havia conseguido estabelecer um tom mais enxuto na primeira parte de Amanhecer, solta as rédeas numa trama movimentada, que vai manter acordados aqueles que cochilaram em Eclipse. Bella (Kristen Stewart), agora tornada vampira, descobre como é viver nesse estado, com suas vantagens e desvantagens. O problema surge quando Irina (Maggie Grace), vampira de um clã distante ligado aos Cullen, descobre a existência de Renesmee (Mackenzie Foy), filha de Bella e Edward (Robert Pattinson), que nasceu quando a heroína ainda era humana. Acreditando que Renesmee seja uma Criança Imortal (vampiros mirins, conhecidos pelo furor sanguinário), Irina comunica o fato aos Volturi, os todo-poderosos da classe vampírica. Quando eles chegam para punir o suposto crime... bem, assista ao filme.
Amanhecer – Parte 2 se sai melhor do que o encerramento de outras sagas recentes, como Harry Potter e Matrix, menos por seus méritos (que existem, e são vários) do que pelas fraquezas dos filmes anteriores (veja o texto abaixo). A sensação de “preparar o terreno” presente em Lua Nova e Eclipse mostrou-se totalmente justificada – em detrimento desses filmes. Para quem não é fã da saga, as duas partes de Amanhecer são as únicas que realmente contam, depois do primeiro filme da série, Crepúsculo. Equilibrado nos dilemas amorosos e familiares do trio principal e nas sequências de ação, o filme finalmente consegue agradar aos dois públicos.
Ao longo da trama, merecem destaque a montagem ágil, que não deixa o filme cair na preguiça e costura bem as cenas de ação; a batalha final, coreografada com esmero – as dúzias de personagens que conhecemos nas cenas precedentes são bem exploradas, cada um tem seu momento, com exceção da vampira Jane (Dakota Fanning), cujo final é bem sem-graça; e a esperta inversão dessa mesma sequência, truque que funciona ainda melhor no filme do que no livro – além, é claro, do desempenho dos protagonistas, cuja evolução ao longo da saga dá aqui seus melhores resultados. Kristen Stewart transparece a alegria de não precisar ser mais a mocinha sofrida dos filmes anteriores, podendo agir da mesma forma que os vampiros; Robert Pattinson está seguro e à vontade como Edward, afastando de vez a péssima impressão causada pelo primeiro filme; e Taylor Lautner, seguro e eficiente como sempre, continua roubando a cena toda vez que aparece, apesar do papel menor. Quem atrapalha, e muito, é Michael Sheen – seu Aro afetado e caricato estraga um personagem que deveria impor respeito, e, não fosse o resto do elenco, quase naufragaria o clímax da história.
Para o que os filmes anteriores vinham prometendo, o resultado não deixa de ser o esperado – um filme muito melhor do que Lua Nova e Eclipse –, mas também é uma agradável surpresa, um filme de ação envolvente e agitado, que vale a conferida, você sendo fã da saga ou não.
Nota: 7,5 (8,0 dentro da saga)
A série Crepúsculo
Agora que a saga mais famosa do cinema acabou, produzindo abalos
sísmicos em Hollywood e no coração dos fãs, está na hora de avaliar a
posição de Crepúsculo dentro da filmografia recente.Adaptada de uma série de romances juvenis de Stephenie Meyer, Crepúsculo investiu firme no romantismo trágico de fontes nobres como Romeu e Julieta, de William Shakespeare, e Os Sofrimentos do Jovem Werther, de Goethe, com seus jovens atormentados e paixões extremas. Junte-se a isso o fascínio despertado pelas criaturas sobrenaturais mais sensuais da literatura – os vampiros – e pitadas de valores cristãos tradicionais, e tem-se uma receita de grande potencial de público.
Os romances de Meyer venderam milhões de exemplares e foram traduzidos para dezenas de línguas mundo afora. Uma adaptação para Hollywood era questão de tempo – e teria de escolher muito bem seus nomes, considerando-se os valores envolvidos.
O primeiro filme da série, Crepúsculo (2008), foi uma adaptação competente dirigida por Catherine Hardwicke (dos ótimos Aos Treze e Os Reis de Dogtown), introduzindo mundialmente os personagens de Bella, Edward e Jacob – e os atores, agora megacelebridades mundiais, Kristen Stewart, Robert Pattinson e Taylor Lautner.
Com suas qualidades e defeitos (muitos deles já presentes no romance de Meyer), o filme foi bem-sucedido em recriar o universo ficcional de Bella Swan e sua vida em Forks, WA, cidadezinha aparentemente banal que esconde segredos belos e terríveis em seus bosques.
O maior acerto da empreitada, porém, foi o elenco principal: dos incipientes Stewart, Pattinson e Lautner aos veteranos Peter Facinelli (Carlisle) e Billy Burke (Charlie), todos sonoramente desconhecidos antes do filme, Crepúsculo insuflou forma e substância aos personagens do romance – as atuações vacilantes dos protagonistas, em especial Pattinson, não conseguiram arranhar essa empatia. Nota: 7,0
Lua Nova (2009), em mais de um sentido, foi um passo atrás nessa conquista. Um filme arrastado, com uma trama que, em vários momentos, beirava o absurdo (as tentativas suicidas de Bella para trazer Edward de volta, a profusão de lobisomens fortões e descamisados), culpa do romance de Meyer, mas que foi acentuada pelo gosto kitsch da produção, comandada dessa vez por Chris Weitz, de American Pie e Um Grande Garoto.
É preciso reconhecer o esforço de Taylor Lautner: ao saber que iria ser sacado do filme, devido ao seu físico franzino, o ator entregou-se a uma rotina de dieta e exercícios e ganhou impressionantes 13kg de músculos. Sem seu carisma, Jacob não teria tido metade da graça. Nota: 6,5
Eclipse (2010) pode ser considerado o pior filme da série. Um grande “esquenta” para as duas partes de Amanhecer, é uma obra de ação quase nula, limitando-se a um cabo-de-força entre os dois heróis pelo coração de Bella e à formação do conflito que irá desaguar nos últimos filmes da saga.
Dirigido por David Slade, do ótimo MeninaMá.com. Nota: 6,0
A rota foi enfim corrigida em Amanhecer – Parte 1 (2011), filme que dividiu o público que não leu os romances: a insistência de Bella em fazer sexo com uma criatura de força sobre-humana, bem como em abrigar um bebê que simplesmente devora suas entranhas, não desceu bem para quem não está no clima da paixão extremada, wertheriana, dos protagonistas.
Mas o filme em si é o mais enxuto e bem-realizado da série (até a chegada da Parte 2), com uma trama envolvente e bons desempenhos de todos os envolvidos. Nota: 7,5
Dito tudo isso, podemos chegar às seguintes afirmações:
Para a acusação:
- A trama da saga tem outras escolhas duvidosas, com falhas no desenvolvimento dos personagens (Jasper é vampiro há 150 anos e mal consegue se controlar, enquanto Bella, recém-“convertida”, já consegue passar sem sangue humano) e cenas que chegam a ser absurdas, como o “passeio” de Bella com um motoqueiro desconhecido em Lua Nova;
- As atuações dos protagonistas começaram bem ruinzinhas, com o troféu abacaxi indo para Pattinson, cuja expressão vacilante e careteira ele só aos poucos conseguiu abandonar;
- Dakota Fanning, grande atriz e fã da saga, foi bastante mal-aproveitada com sua vampira Jane. Mas seu olhar assusta de verdade;
- Ainda no capítulo das atuações, Michael Sheen esteve péssimo em todas as suas aparições. É certo que o cabelo e as roupas não ajudaram, mas, ao tentar conjugar terror e graça no seu Aro, nós só conseguimos perceber a segunda parte;
- Eclipse é pouco mais do que as provocações tolas entre Jacob e Edward. Verdadeiro “enxuga-gelo” dentro da saga.
Para a defesa:
- A ambientação sombria e elegante da série, com seus bosques chuvosos e colinas, é triunfo indiscutível da produção;
- As trilhas sonoras são impecáveis, com seu cancioneiro indie romântico e sombrio, que dá o clima certo às cenas e faz mais pelo romance de Bella e Edward do que sequências inteiras;
- A evolução dos atores ao longo dos filmes é visível e palpável, Pattinson mais do que todos;
- Taylor Lautner se destaca dos demais pelo carisma que emprestou ao lobisomem Jacob, personagem que cresceu ao longo da série e ameaçou suplantar até o popularíssimo Edward;
- Amanhecer é um final exemplar para a saga, movimentado e empolgante, diminuindo a má impressão causada pelo miolo tedioso.
Veredicto:
Para o bem ou para o mal, novos Crepúsculos tentarão ser feitos a partir daqui, mas o molde original deve conservar seu charme.
FUTUROLOGIA:
Kristen Stewart: a única que já tinha alguma projeção antes da série, Kristen tem um desafio similar ao de Leonardo DiCaprio: precisa se livrar da superexposição, do interesse sobre sua vida pessoal e, mais importante, da personagem que lhe deu fama: suas tentativas até aqui, como a ponta em Na Estrada, de Walter Salles, ou o papel de Joan Jett na biografia da banda Runaways (The Runaways) mostram a inquietude da atriz, mas seu talento dramático e versatilidade terão de ser postos muito mais vezes à prova;
Robert Pattinson: o caso mais problemático. Pattinson tinha sérias deficiências como ator no início de Crepúsculo, e sua evolução de lá pra cá ainda não o qualifica como “grande ator”. Ele tem atraído bons papéis, como em Água para Elefantes e Cosmópolis, mas seu futuro após a série Crepúsculo é o que lança mais dúvidas;
Taylor Lautner: a surpresa da série. Taylor começou numa pequena participação como o lobisomem Jacob em Crepúsculo, mas sua persistência e tenacidade, além do inegável carisma, lhe valeram um status tão grande quanto o de Kristen e Robert ao longo da saga. Com um perfil mais voltado à ação, como já demonstrado em Sem Saída, Lautner também é versátil, sendo capaz de convencer num filme romântico (Idas e Vindas do Amor). Por isso, é a aposta do Cine Set para melhor carreira pós-Crepúsculo.
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