quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Cinco Grandes Nomes do Cinema Fora de Hollywood

Por Diego Bauer

Morar em Manaus pode trazer uma série de problemas se você é um fã de cinema e artes de modo geral. Como estamos bem longe do sudeste do país, fica bem difícil chegar nas salas de cinema daqui (ou teatros, bibliotecas, museus, etc.) trabalhos que foram produzidos fora dos Estados Unidos, e que não possuem uma grande máquina de publicidade por trás pra fazer com que o grande público se interesse por eles.

Graças a isso fica meio difícil saber quem está se destacando fora do mainstream americano. Então o Cine Set traz uma lista de nomes que conseguiram fazer um grande trabalho nos últimos anos, fora dos Estados Unidos.

Assim como qualquer outra lista de qualquer outro assunto, é possível que esqueça algum nome que mereça ser lembrado, por isso, se você sentir falta de alguém, fique à vontade pra deixar seu comentário.

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Chan-Wook Park

O cineasta sul-coreano Chan-Wook Park não poderia ficar de foradesta lista. Mesmo que não esteja em destaque muito recentemente, o diretor se tornou um dos nomes mais respeitados do cinema mundial nos anos 2000, com uma filmografia extremamente interessante.

 
Em 2002, o diretor surgiu para o mundo com a trilogia da vingança. Nada contra o primeiro e terceiro filme da série, os muito bons, Mr. Vingança (2002) e Lady Vingança (2005), mas foi com o segundo episódio, Oldboy (2003), que Park fez o seu nome. O filme fez um enorme sucesso por todo o mundo, venceu o Grande Prêmio do Júri no Festival de Cannes, e é considerado por vários críticos ao redor do mundo, um dos melhores filmes da década.

 
Após esse sucesso, o diretor ainda realizou o elogiado Sede de Sangue (2009), e já está para lançar o seu novo filme, seu primeiro produzido nos Estados Unidos, chamado Stoker, que terá Nicole Kidman, Mia Wasikowska e Matthew Goode no elenco.

Agora é torcer para que a transição do diretor para o cinema americano não seja prejudicial para a sua carreira.
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Jean-Pierre Dardenne e Luc Dardenne

Os irmãos Dardenne podem até não ser reconhecidos pelo grande público, mas são muito respeitados dentro do mundo do cinema. Trazendo sempre questionamentos e conflitos referentes à adolescência e juventude, os dois conseguem empregar uma admirável dignidade às suas histórias, desenvolvendo-as com fluidez e competência.

 
Para se ter noção do prestígio que os irmãos Dardenne possuem, desde o segundo filme da dupla, Rosetta (1999), todos os seus filmes seguintes participaram do Festival de Cannes, e ganharam prêmios. Rosetta venceu a Palma de Ouro de Melhor Filme; O Filho (2002) ganhou uma Menção Especial do Júri; A Criança (2005) rendeu a segunda Palma de Ouro de Melhor Filme; O Silêncio de Lorna (2008) venceu a categoria de Melhor Roteiro, e o mais recente, O Garoto de Bicicleta (2011) foi o vencedor do Grande Prêmio do Júri.

Se você não teve a chance de assistir a esses filmes, vale a pena ir atrás e conhecer melhor o trabalho desses grandes diretores.
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Lars von Trier

Amado por muitos, e sem dúvida odiado por muitos também. O polêmico Lars von Trier é um diretor que não faz concessões a quem assiste aos seus filmes. Ele não faz questão alguma de fazer você se sentir bem, à vontade, e não está preocupado se você vai gostar ou não de seu filme. Ele tem uma visão específica sobre a arte e a vida, e o que interessa a ele é trabalhar em cima disso da forma que julgar correta. E é por isso que seus filmes são tão polêmicos, fortes, angustiantes, muitas vezes desagradáveis de se assistir, mas brilhantes.

 
Já faz bastante tempo que o diretor consegue manter uma carreira admiravelmente sólida, sendo sempre muito relevante nos projetos que desenvolve. O primeiro grande sucesso do diretor foi Ondas do Destino (1996), vencedor do Grande Prêmio do Júri no Festival de Cannes. Depois disso tivemos o elogiadíssimo Dançando no Escuro (2000), vencedor da Palma de Ouro de Melhor Filme.
 
Porém, três anos depois Trier fez aquele que é considerado o seu maior sucesso de público e crítica, Dogville (2003).Após isso o diretor realizou Manderlay (2005), uma continuação de Dogville e, para a surpresa de muitos, a comédia O Grande Chefe (2006).

 
Mais recentemente ele realizou dois filmes que, pelo fato de o diretor já ser um nome conhecido, foram bastante vistos. Em 2009 saiu Anticristo, e ano passado Melancolia (2011).

No momento Trier está na fase final do seu novo filme, Nymphomaniac, em que trabalhará novamente com a ótima Charlotte Gainsbourg. Gostando ou não diretor, vale a pena esperar pra ver qual será a sua nova experiência cinematográfica.

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Michael Haneke

O diretor que ganhou a Palma de Ouro de Melhor Filme deste ano, e que é favoritíssimo ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro do ano que vem, não podia ficar de fora.

Assim como acontece com Lars von Trier, Michael Haneke também não possui muita simpatia pela ideia de facilitar as coisas para o espectador. Seus filmes são crus, sem firulas, contando sempre uma verdade chocante de tão cruel e real.

 
Haneke começou sua carreira fazendo filmes para TV, e só depois de um longo tempo nisso, decidiu investir no cinema. Seu primeiro filme de destaque foi Violência Gratuita (1997). Nem consigo pensar em muitos adjetivos que possam ser utilizados pra falar sobre este filme, que é realmente muito desagradável de assistir, mas, é na mesma proporção, absolutamente fenomenal.

 
Haneke manteve um altíssimo nível com os seus filmes seguintes, Código Desconhecido (2000), A Professora de Piano (2001) e Caché (2005). Em 2009, ele retorna com outra obra-prima, o vencedor da Palma de Ouro de Melhor Filme, A Fita Branca. Em minha não tão vasta vida de cinéfilo, poucas vezes vi uma fotografia tão bem realizada, aliada com um brilhante trabalho de direção de um dos grandes diretores da atualidade.

 
Este ano, Haneke volta a ficar em alta com o lançamento do muito elogiado Amour (2012), que como disse no início do texto, é o mais cotado ao Oscar do ano que vem. Sei que vai soar inocência da minha parte, mas estou muito ansioso pra que este filme chegue aos cinemas daqui. Será que chega?

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Pedro Almodóvar

Essa é a barbada da lista. Acho que desde os anos 90, sempre que se fala dos grandes diretores que não trabalham nos Estados Unidos, não tem como deixar o nome de Pedro Almodóvar de fora.

Dono de uma sensibilidade rara, capaz de trazer muita dignidade as suas personagens e às suas histórias, que a primeira vista podem parecer caricatas, exageradas e até inverossímeis, mas depois de um olhar mais apurado e menos preconceituoso, mostram uma profundidade difícil de se encontrar no cinema atual.

 
Para não ter que falar da sua carreira inteira, vou citar apenas os seus filmes mais recentes, que aliás, representam um evolução na carreira do diretor. No final dos anos 90, e início dos 2000, Almodóvar engatou uma sequência de grandes filmes, como Carne Trêmula (1997), Tudo Sobre Minha Mãe (1999), Fale com Ela (2002), Má Educação (2004) e Volver (2006). Uma série e tanto!

 
E se o diretor acabou dando uma derrapada com Abraços Partidos (2009), ele voltou a ter destaque com o surpreendente, A Pele Que Habito (2011), filme que marca o retorno da parceria de Almodóvar com o ator Antonio Banderas, que também estará no seu próximo filme, junto com Penélope Cruz, outra recorrente parceira do cineasta. E como se trata de Almodóvar, também já estou aguardando ansiosamente para assistir.
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Ricardo Darín

Poderia citar Juan José Campanella, Pablo Trapero ou Lucrecia Martel, mas se formos falar da excelente fase do cinema argentino, que ganhou status de um dos melhores cinemas do mundo nos últimos anos, é obrigatório falar de Ricardo Darín, que é, sem sombra de dúvidas, um dos melhores atores do mundo na atualidade.

Dono de um estilo forte, marcante, tendo uma força cênica que impressiona justamente por ser grandiosa e sutil quando necessária, Darín é o tipo de ator completo, que tem o domínio total de cena, sabendo exatamente empregar a emoção correta no momento certo. Por causa disso, o ator se tornou o principal ator de cinema argentino (talvez de toda a América do Sul), sendo envolvido em muitos filmes de 2000 pra cá.

 
Pode-se dizer que o seu primeiro grande destaque recente foi no ótimo Nove Rainhas (2000). Depois, o ator protagonizou O Filho da Noiva (2001), filme indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Nos anos seguintes, ele voltou a ganhar destaque pelas suas interpretações em Clube da Lua (2004), Aura (2005) e XXY (2007), mas o ponto alto da sua já brilhante carreira ainda estava por vir.

 
Em 2009, o ator finalmente começou a ser mais reconhecido internacionalmente, por protagonizar O Segredo de Seus Olhos, longa vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, e que foi muito bem recebido por público e crítica. Darín também recebeu muitos elogios pelo seu trabalho nos filmes Abutres (2010) e Um Conto Chinês (2011).

 
Neste ano, reza a lenda que vai chegar aos cinemas daqui, o seu novo filme em parceira com Pablo Trapero, Elefante Branco (2012). Se isso realmente acontecer, aconselho os fãs de cinema a prestigiarem este filme, que conta com um dos atores mais interessantes de ver dos últimos anos.

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