
Johnny Depp é um dos atores mais adorados pelo público e um dos mais
talentosos surgidos em Hollywood nos últimos 20 anos.
Cada filme que carrega o nome dele é um sinônimo de destaque na mídia e
de boas bilheterias.
Porém, o excesso de filmes protagonizados pelo astro vem provocando um
desgaste na sua imagem e tornando suas atuações cada vez mais iguais.
Mudando de visual freneticamente e transitando nos mais diversos
gêneros, o ator era até 2003 um ilustre conhecido, pero no mucho do
grande público.
Explico: apesar de ter feito filmes de sucesso como "Edward Mãos de
Tesoura" e "A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça", ambos com o
parceiro Tim Burton, Depp ainda tinha um ar de ator cult, mesmo sendo um rosto
conhecido.

De lá para cá, Depp esteve presente em 13 filmes (não entram na contagem os filmes em que ele participa como comentarista nem documentários).
A média de quase 2 filmes ao ano traz a necessidade de uma reflexão: será que não era a hora de Johnny Depp dar uma parada para descansar sua imagem, além de poder se reinventar?










"Inimigos Públicos" (2009): neste suspense de Michael Mann ("O Informante"), Depp e Marion Cottilard dominam a cena, deixando Christian Bale de lado. Uma atuação sóbria, sem afetações e contemplada pela belissíma sequencia passada dentro do cinema tornam este um ponto alto na carreira do americano de Kentucky.

"O Turista" (2011): parece, mas Depp não interpreta um sonâmbulo neste filme. Abusando do carisma que possui perante o público, o astro "engata" um piloto automático a tal ponto que parece desinteressado com o que se passa ao redor e apenas contempla a beleza de Angelina Jolie. Pior de tudo, é ver o quanto ele usa os trejeitos de Sparrow, sendo a fuga dos russos correndo em cima de telhados na cidade de Veneza o exemplo mais claro de como o pirata afetou seu modo de construir personagens.
"Rango" (2011): volta a se juntar com o diretor Verbinski na animação vencedora do Oscar. Vai bem e nada mais.
"Diário de um Jornalista Bêbado" (2011): repetindo os mesmos problemas de "O Turista", Depp parece ser um arremedo do bom ator que se consagrou. O jeito sonolento e blasé com que atua deixa a história do filme ainda mais fraca. Parece estar com preguiça de tudo aquilo.
"Sombras da Noite" (2012): a oitava parceira entre o astro e Tim Burton é divertida e traz ambos em bons momentos. Mas a sensação de déjà vu de "Edward Mãos de Tesoura" ecoando a todo momento.
Sem contar a participação especial em "Anjos da Lei", Depp retorna neste ano aos cinemas com "O Cavaleiro Solitário". A foto do personagem mostra bem que o ator repetirá o mesmo tipo que o público se acostumou nestes últimos anos.
Definitivamente, na minha visão, Johnny Depp atravessa um caminho perigoso.
Ou dá uma pausa e repensa o rumo de sua carreira, quem sabe priorizando a escolha de filmes com maior qualidade artística ou faz um blockbuster atrás do outro e arrisca-se a desgastar sua imagem.

Pelo bem dele, dá um tempo Johnny!