quinta-feira, 30 de junho de 2011

Estreias da Semana nos Cinemas de Manaus - 1º de Julho

Filme:  Transformers: O Lado Oculto da Lua
Direção: Michael Bay
Elenco: Shia LaBeouf, Josh Duhamel, John Malkovich, Rosie Huntington-Whiteley
Sinopse: Os Autobots, liderados por Optimus Prime, voltam à ação, junto com o humano Sam Witwicky (Shia LaBeouf) para derrotar os Decepticons, que estão determinados a dominar o planeta Terra. Nesta batalha, vem à tona a revelação do quanto os Transformers tiveram papel importantíssimo na conquista da Lua, se envolvendo no desespero tecnológico dos seres humanos para ajudá-los na empreitada. Este mistério sobre a corrida espacial entre EUA e URSS e seu desfecho acaba guardando um dos segredos mais perigosos da Terra.
ONDE: Cinemais, Cinemark, Playarte e Severiano Ribeiro


Filme:  Os Pingüins do Papai
Direção: Mark Waters
Elenco: Carla Gugino, Madeline Carroll, Angela Lansbury
Sinopse: Tom Popper (Jim Carrey) vive uma lucrativa e tranquila vida como homem de negócios. Sua trajetória muda quando ele recebe, como herança, seis pinguins, transformando seu apartamento em um verdadeiro lar gelado.
ONDE: Cinemais, Cinemark, Playarte e Severiano Ribeiro

terça-feira, 28 de junho de 2011

Momento SET UFAM - Aventuras em Boa Vista

Por César Nogueira

Para quem não sabe, o SET UFAM tem um prêmio acadêmico na bagagem. Ganhamos a categoria Audiovisual: TV e Vídeo do Intercom Norte 2008, que aconteceu em Boa Vista (RR).

Tão legal quanto o prêmio foi a aventura que entramos durante o congresso.

Fomos Susy Freitas, hoje mestranda de Comunicação na UFAM, Giovana Consentini, atual fotógrafa do Jornal Em Tempo, Thiago Guedes, repórter da TV Amazonas, e eu. Nasci em Boa Vista e tenho família lá. Então, despesas com hotel não existiram. 

No primeiro dia de congresso, pessoas que não viram o nosso trabalho disseram que éramos "fortes concorrentes" só por sermos de Manaus. Como todos congressistas, o que menos fizemos foi ir ao congresso. Rodamos toda a cidade. Numa das nossas saídas, fomos enganados por um taxista, que fez um caminho mais longo. 

Duas bobagens que marcaram a nossa estadia foram o bordão "Uê, caroço", em homenagem ao Rafael Ramos, e a gelada que o Thiago deu por ter sabido que as meninas dormiram na cama onde a minha avó morreu.

A apresentação em si saiu conforme os nossos ensaios. A nossa única preocupação eram os paraenses que fizeram um engraçado curta-metragem inspirado nos filmes de Murnau e na novela Vamp. Felizmente, essa preocupação se revelou desnecessária, porque eles concorreram em outra categoria.

No final, Thiago recebeu o prêmio entoando "Uê, caroço" e voltamos para Manaus cumprindo com a nossa missão. Meses depois, ele foi a Natal, onde não fez feio no Intercom Nacional.

Algumas fotos:

Galera de Manaus que ganhou no Intercom 2008 

Dispensa comentários

Cesão sendo entrevistado. 

Thiago usando seus super-poderes para parar o trânsito

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Estreias em Manaus (24 a 30/07): “Foo Fighters: Back and Forth” e “Carros 2”. Pré-estreia: Transformers – O lado oculto da lua


Foo Fighters - Fãs do rock já tem programação neste fim de semana. O documentário “Foo Fighters: Back and Forth”, dirigido pelo premiado James Moll, vai ter sessões em cinemas de Manaus, uma das poucas cidades do país a exibir o filme inédito, que conta a história de 16 anos da banda, desde as primeiras músicas gravadas em fitas demo por Dave Grohl, ainda na época do Nirvana, até a conquista do Grammy, os discos multi-platina, os shows em estádios e a consagração como uma das maiores bandas de rock do planeta.


Com produção de Nigel Sinclair, da Spitfire Pictures, o elogiado filme volta no tempo até a época em que o músico Dave Grohl ainda era baterista do Nirvana, banda que foi encerrada em 1994 após o suicídio do vocalista Kurt Cobain. Na tela, é possível acompanhar a história desde os primórdios, ou seja, o nascimento do Foo Fighters, em 1995, pelas mãos de Ghohl, hoje um dos líderes mais reverenciados do mundo do rock. Os cassetes do músico viraram o homônimo álbum de estreia do Foo Fighters.

O filme mostra a criação dos álbuns da banda, inclusive detalhes do processo de criação do último trabalho, “Wasting Light” (o sétimo da discografia da banda), lançado em abril deste ano, e que atualmente lidera o ranking de vendas em todo o mundo. No Brasil já vendeu mais de 10 mil cópias. Este novo álbum também marca a primeira parceria completa entre o Foo Fighters e o lendário produtor Butch Vig, com quem Grohl já trabalhou no clássico "Nevermind”, do Nirvana. Neste trabalho, a banda se impôs o desafio de retornar às origens, gravando o material em fitas analógicas diretamente da garagem de Grohl. Sem computadores, nem softwares: só uma banda gravando um disco em uma garagem.

O relato íntimo da trajetória da banda traz minuciosas entrevistas com os cinco membros atuais do grupo: Dave Grohl (vocal e guitarra), Taylor Hawkins (bateria), Nate Mendel (baixo), Chris Shiflett (guitarra) e Pat Smear (guitarra), além dos ex-integrantes William Goldsmith (bateria) e Franz Stahl (guitarra), que relatam os sucessos e fracassos do grupo.

Carros 2 - Relâmpago McQueen e seu amigo Mate estão de volta para viver mais aventuras ao redor do mundo. Eles querem ganhar o Grande Prix Mundial e, com isso, o título de carro mais rápido do mundo. Mas surpresas hilárias e até um caso de espionagem internacional se intrometem no percurso da dupla. "Carros 2" já chegou aos cinemas nacionais e a Disney sabe qual o objetivo que o filme deve atingir: ser a franquia com mais produtos vendidos da história, superando o atual recordista "Toy Story 3" (também da Disney), que arrecadou US$ 2,8 bilhões apenas em brinquedos, lancheiras e outros produtos licenciados.
Dentro das telonas, o retorno não deve ser diferente. O sucesso depende diretamente dos amantes de motores e animação, sejam crianças ou adultos. A produção do filme, das corridas e dos modelos dos carros apresentados, agrada o mais exigente dos amantes de carros reais.
Agora, o carro-guincho Mate, então coadjuvante, vira protagonista ao lado de seu melhor amigo, o multicampeão de corridas Relâmpago McQueen. Mate tem a missão de ajudar seu companheiro em várias partes do mundo, nos países onde são disputadas etapas do Grand Prix Mundial, que determina quem é o carro mais veloz do planeta.
Mas, a aventura é cercada de vilões, buracos e gente (leia-se carros). E Mate acaba, sem querer, se envolvendo em um esquema de espionagem internacional, cujos envolvidos contam com o serviço do guincho para solucionar um crime premeditado. A direção é de Brad Lewis (do vencedor do Oscar "Ratatouille").
 Primeiro filme produzido pela Pixar e dirigido por John Lasseter a não ter trilha de Randy Newman, conhecido pelo trabalho em Toy Story.  Por respeito a Paul Newman, que faleceu em 2008, o personagem Doc Hudson, dublado por ele no primeiro filme, não foi incluído nesta história. Lasseter  teve a ideia para a continuação quando estava promovendo o primeiro filme na Europa.

Pré- estreia – Transformers 3 – O lado oculto da lua
 Os Autobots, liderados por Optimus Prime (Peter Cullen), participam de missões secretas ao lado dos humanos, onde tentam exterminar os Decepticons existentes no planeta. Um dia Optimus descobre que os humanos lhe esconderam algo ocorrido no lado oculto da Lua. Trata-se da queda de uma espaçonave vinda de Cyberton, comandada por Sentinel Prime (Leonard Nimoy), que desencadeou a corrida espacial entre Estados Unidos e União Soviética na década de 60. Os Autobots resolvem ir à Lua para resgatar o antigo líder, além das cápsulas que ainda estão no local. Paralelamente, Sam Witwicky (Shia LaBeouf) vive com sua nova namorada, Carly (Rosie Huntington-Whiteley), e está à procura de emprego. Ele sente-se diminuído, já que salvou o planeta duas vezes e ganhou uma medalha do presidente Barack Obama, mas nada disto parece ajudá-lo a se estabelecer no mercado de trabalho. Para piorar, Carly ganha bem e é assediada pelo chefe, o bilionário Dylan Gould (Patrick Dempsey). Pouco depois de enfim conseguir emprego, Sam recebe uma mensagem de Jerry (Ken Jeong), que trabalha no mesmo lugar. Jerry trabalhou na NASA durante a corrida espacial e agora é chantageado pelos Decepticons, que o matam. O fato faz com que Sam procure mais uma vez os Autobots, mas apesar de seus feitos do passado ele encontra resistência da nova comandante, Marissa Faireborn (Frances McDormand).

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Crítica - Qualquer gato vira-lata (2011)

 Por Jéssica Santos

  “Qualquer gato vira-lata tem uma vida sexual mais sadia do que a nossa!”. O título original da peça que deu origem à Qualquer gato vira-lata retrata bem a realidade mostrada neste filme, que é uma típica comédia romântica. Na história (levemente) baseada na peça homônima de Juca de Oliveira, Cléo Pires interpreta Tati, que pede ajuda ao professor de biologia Conrado (Malvino Salvador), após ser esnobada pelo namorado Marcelo (Dudu Azevedo).



  Apesar dos clichês, o filme é engraçado, principalmente até a metade. Depois, o roteiro leva a história para o romantismo, que acaba não sendo um caminho muito acertado. O enredo é interessante, mas em alguns momentos, há cenas surreais. Como aquelas em que o personagem de Dudu Azevedo, Marcelo, fica caidinho pela personagem de Cléo, de uma hora para outra, no primeiro momento em que ela muda de atitude. A graça da história é ver, na tela, justamente as situações amorosas que todos passam em suas vidas, num momento ou em outro. Mas exageros acabam acontecendo para tentar deixar o filme mais engraçado.
  Um equívoco de muitas comédias românticas é repetir a mesma piada várias vezes, no filme. “Em qualquer gato vira-lata”, Marcelo tem um amigo chiclete que opina sobre tudo, sempre engraçadinho, mas com piadas sempre iguais: - É o guru, hein? E sabe como é, neste caso, uma vez é suficiente, duas vezes até vai, e três já é demais!

  A atriz Cléo Pires fez o papel de mulher carente e desprezada de forma assustadora, principalmente pela choradeira engraçada e escândalos do início do filme. Qualquer namorado daria um fora numa garota assim.
  Malvino fez um papel diferente do costumeiro, e acabou sendo sério e contido como um caricato cientista. Mas não adianta, ele é galã e fica difícil não chamar atenção. Já o garotão, Marcelo que fecha o triângulo do filme, fez o papel perfeito para seu perfil e já estamos acostumados a vê-lo marrento, sem cérebro e namorador.

  Álamo Facó interpreta o amigo babaca, o tal Magrão sempre fala ou faz babaquices. Ainda há a ex do professor Conrado (Rita Guedes), que só existe para dificultar um pouco a vida do professor sem maior aprofundamento; e a amiga de Tati (Letícia Novais), que é apenas alguém com quem Tati pode conversar no filme. A verdade é que em “Qualquer gato”, os personagens são fora de propósito ou exagerados. E com as facetas que esperamos deles.
  Enfim, faltam explicações e contexto, uma coisa que não deveria acontecer numa produção deste gênero. A direção de Tomas Portella é até eficiente, com destaque para a cena de abertura do filme e a boa inclusão da trilha sonora, que é bem diversificada do início ao fim. Mas a montagem deixou a desejar, com o excesso de fade-out, que dificultou ainda mais o ritmo do filme.


A tendência da adaptação dos palcos para as telas

  O Brasil percebeu que em tempos de pirataria e avanço da internet, uma das saídas para levar o público ao cinema é levar histórias que fizeram sucesso nos palcos, para as telas. Especificamente “Qualquer gato vira-lata”, foi um sucesso no teatro e ficou 10 anos em cartaz. Além do mais, a comicidade do texto, chama a atenção da maioria dos cineastas, hoje, no Brasil. Nosso país aprendeu que comédias são muito lucrativas por atraírem o público em peso.

  Os sucessos teatrais tendem cada vem mais a virar filmes de sucesso no Brasil. O sucesso teatral “Cócegas” está na fila para virar filme. Essa tendência vem motivada pelos grandes sucessos do cinema, vindos de peças teatrais, como “Trair e coçar, é só começar”, “Divã” e o muito bom, “Mistério de Irma Vap”.

   A lógica é que se fizeram sucesso nos palcos, tem tudo para fazer, também, nos cinemas.  Mas é claro, a adaptação para as telas não é simples e deve ser bem feita para ganhar os aplausos do público.

Nota: 6.0

terça-feira, 14 de junho de 2011

Cult Movies – Moça com Brinco de Pérola (2003)

Por Emanuelle Canavarro

 
Nem todos são capazes de sentir com singeleza e perspicácia, a importância do trabalho que é desenvolvido na produção de um filme, pelos técnicos e especialistas que assinam a música, os figurinos, os efeitos sonoros e especiais, os cenários, a edição e a imprescindível fotografia. Mas eis que surge um inegável fato, é quase impossível não perceber a harmônica sincronia entre todos esses detalhes elementares, em Moça com Brinco de Pérola. O filme foi adaptado pela roteirista Olivia Hetreed, do best-seller de Tracy Chevalier – um romance de grande sucesso, que permaneceu 50 semanas na lista dos dez maiores best-sellers do New York Time Book Review, em 1998. Instigado pela ‘festa editorial’, Peter Webber – que antes era diretor de filmes para a TV – resolveu adaptar o livro para as telonas e dar início a sua carreira cinematográfica, em grande estilo.

A pintura ‘Moça com Brinco de Pérola’, do holandês Johannes Vermeer, é uma das mais famosas da história e conhecida, pelos críticos do universo artístico, como a Monalisa holandesa – que a exemplo da obra italiana, muito se especula sobre a modelo que possivelmente teria posado para o pintor, embora não existam sequer registros relativos à sua origem. Vermeer viveu em Delft, entre os anos de 1632 e 1675, e talvez tenha tido uma realidade bem mais melancólica que a projetada no cinema. O mal dos artistas, naquela época, era morrer pobre e de forma, no mínimo, trágica. Apesar de brilhante, o artista aqui referido parece não ter fugido a essa indispensável regra. Depois de sua morte, foi esquecido e só voltou a ter algum reconhecimento por volta 1866, quando seus quadros passaram a ser admirados pelo brilhante uso da luz, por composições inteligentes e transparência de cores.

Raríssimos filmes alcançam a sensibilidade do processo criativo de um artista, mas este longa consegue ser um verdadeiro deleite a todos os nossos sentidos. Scarlett Johansson interpreta Griet, uma jovem camponesa que, por conta das dificuldades financeiras enfrentadas por sua família, é levada a trabalhar na casa do prestigiado Vermeer – vivido por Colin Firth. Dentre suas inúmeras funções, está a de limpar e arrumar o estúdio, onde o artista passa a maior parte de seu tempo, trabalhando e refugiando-se de sua caótica família e de sua inquietante penca de filhos. 

Vermeer parece se conformar com o fato de estar cercado por pessoas leigas, que não compreendem o que ele faz, mas consegue manter seu mundo separadamente e estabelecer um aparente equilíbrio. Aos poucos, o pintor começa a prestar atenção no aguçado faro artístico da jovem, de apenas 17 anos, e passa a treiná-la no preparo de suas tintas e composições. E assim, surge um misterioso elo entre os dois, mais forte que a imensa barreira de classes e idades. Scarlett é capaz de observar os materiais com o mesmo olhar pueril com que descobre a Tóquio de "Encontros e Desencontros" (Lost in Translation, de Sofia Coppola, 2003).

Ao admirar as nuvens e perceber que elas não são só brancas, mas também cinzas, azuis amarelas, e com intensidades e tonalidades diversas, Griet começa a reconhecer dentro si uma forte sensibilidade ao mundo da arte. A justificar a luz e a sombra como tema preferido de Vermeer, a própria direção de arte e a excelente fotografia de Eduardo Serra transportam o jogo para a tela, transformando o filme em algo similar às pinturas do artista. Algo capaz de nos levar a um verdadeiro mergulho no Belo, em meio a tons de pinturas barrocas e uma atmosfera sublime mesclando sensualidade e inspirações, enquanto a trilha sonora, criada por Alexandre Desplat, recobre os momentos mais dramáticos com um apuro fascinante.

Vermeer pinta sob encomenda, isto é: quando Pieter Van Ruijven (Tom Wilkinson) pede algo, nosso artista simplesmente o faz, ou melhor, ele o pinta sem dar palpites – já que se trata do seu melhor cliente e quem mais o ajuda a conseguir o ‘pão de cada dia’. Encantado com a beleza puritana de Griet, Pieter disse que queria uma pintura da jovem criada. Depois de muito hesitar e quase que obrigado por sua autoritária sogra, Maria Thins (Judy Partiff), a aceitar o trabalho (tudo escondido de sua ciumenta e arrogante mulher, Catharina – Essie Davis), Vermeer resolve dar início à produção. Quando a obra está quase pronta, o artista sente que falta alguma coisa, e neste momento nos deparamos com o ponto alto do filme: ele fura a orelha de Griet e lhe coloca um brinco de pérola, de sua mulher (a fúria de Catharina ao ver o quadro, indubitavelmente vale o filme inteiro). A comparação imposta pelo diretor, do quadro pintado - tendo a Scarlett como modelo, e a cena final com o quadro original do Vermeer, é algo extasiante.

Ao longo do filme, podemos constatar uma forte carga de emoções contidas e não expressadas pelos seus personagens. O que, por mais incrível que possa parecer, não faz falta. Griet e Vermeer, definitivamente, não precisam realizar algum ato explícito para sabermos o que se passa em suas mentes e o que realmente estão sentindo um pelo outro. Inclusive, devo ressaltar que é um filme de pouquíssimas palavras (e ainda me arrisco: continuaria sendo o mesmo primor, ainda que com a ausência completa de diálogos). 

Scarlett Johansson está perfeita no papel, acredito que outra atriz não poderia ser tão compatível, tanto com a estética da obra de arte, quanto com o teor dramático da personagem. Ela tem uma semelhança incrível com a moça da pintura! Colin Firth também está impecável, fazendo aqui um dos melhores trabalhos de sua carreira (perdendo apenas para atuação em O Discurso do Rei). A química entre os dois atores é algo extraordinário. Palavras não se fazem necessárias, enquanto gestos e olhares são suficientes, o bastante, para demonstrar toda a fantástica carga emocional que os envolve.

O filme teve 3 indicações ao Oscar – Fotografia, Direção de Arte e Figurino; 2 indicações ao Globo de Ouro e incríveis 10 indicações ao Bafta. Creio que o grande mérito do filme foi não carregar nas tintas do romance e diluir, sutil e delicadamente, ao longo de curtos 106 minutos, conceitos de luz, cor e composição. Se eu pudesse modificar uma única coisa, seria o tempo de duração do filme. Fiquei com um megalomaníaco gostinho de ‘quero mais’.

 Nota: 10,0

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Crítica: Kung Fu Panda 2

Por César Nogueira

 A DreamWorks copiou a receita de sucesso da sua concorrente Pixar. Em Kung Fu Panda (2008), vemos uma história redonda, destinada às crianças sem ser infantilizada e capaz de cativar o público adulto. Este ano, a empresa de Steven Spielberg deu continuação à saga do carismático urso Po com o mesmo brilho do original. O interessante é que, mesmo com Jennifer Yuh dirigindo com tanta competência os Kung Fu Pandas, a superioridade da Pixar no mercado de animações foi mais uma vez reforçada.


O pavão Shen vai herdar o trono de Gongmen City, grande cidade da China que usa a pólvora para fins pacíficos. Ganancioso, Shen quer usá-la para fazer armas, o que lhe daria poder para conquistar toda a China e acabar com o Kung Fu. Os interesses escusos de Shen não vão ser concretizados de acrodo com a cabra vidente da cidade, que garante que um guerreiro em preto e branco vai pará-lo. Por isso, ele resolve destruir a vila dos pandas gigantes. Seus pais, cheios de desgosto e vergonha pelo que fez, o expulsam de casa. Quando Shen domina Gongen City e põe em prática seu plano de subjugar toda a China, o mestre Shifu manda Po e os Cinco Furiosos detê-lo.


Kung Fu Panda 2 impressiona visualmente desde o início, com o teatro de sombras, narrativa tradicionalmente chinesa. Também se destacam as lutas de Kung Fu, coreografadas com mais fidelidade do que muitos filmes de Hong Kong. Aliás, não só a cultura, mas também as paisagens e os animais do país, feitos nos mínimos e estilizados detalhes, ajudam a compor a leveza com que Po (dublado no Brasil por Lúcio Mauro Filho; no original, por Jack Black) descobre um pouco mais sobre o seu passado. O Panda é tão carismático que até os lobos, capachos de Shen, o acham “fofinho”. Infelizmente, a maior virtude do filme se tornou o seu maior calcanhar de Aquiles.


Se a DreamWorks quiser mudar todos os coadjuvantes em Kung Fu Panda 3, a cinessérie não perderia tanto brilho. Isso porque o único “escada” realmente carismático é a garça Ping, pai de Po. Nem Angelina Jolie e Jackie Chan conseguem dar carisma para a tigresa e o macaco, respectivamente. A DreamWorks não criou personagens que são um porre. A cabra vidente, por exemplo, rouba a cena quando o indiscreto Po fala uma coisa que achamos desde o início: ela parece um homem. A fraqueza dos seus coadjuvantes está na inpossibilidade deles em nos cativar de verdade. Alguns de outros filmes nos conquistam a ponto de acabarem ganhando suas próprias produções, como o Gato de Botas de Shrek, animação da mesma empresa.


A Pixar estabeleceu um padrão de qualidade para as animações. Talvez só o estúdio japonês Ghibli tenha a mesma capacidade de cativar, apesar de ter um público mais reduzido. A concorrência copia as lições de John Lasseter, mas ela ainda se mostra degraus abaixo do mestre: ora falha no roteiro, como aconteceu em Rio, ora na construção de personagens, como neste Kung Fu Panda.

Talvez a Pixar ainda vai estar quilômetros à frente dos demais quando conseguirem criar uma relação tão fascinante quanto a de Woody com Buzz Lightyear.


NOTA: 8,0

domingo, 12 de junho de 2011

O amor está no ar!

por Gabriel Oliveira

O cinema, além de tudo, também é romântico. Faz chorar, faz rir e faz amar. Faz torcer pelos casais que estão na tela. Torcer que o amor dos dois dê certo (ou não).
Então, para celebrar mais um Dia dos Namorados, que tal dar uma olhada em algumas das frases mais marcantes do Cinema sobre o amor? Tem para todo mundo, desde os solteiros até os comprometidos, e para todos os gostos.


“Sabe, desde criança, eu sempre me apaixonei pelas mulheres erradas. Eu acho que esse é meu problema. Quando minha mãe me levou para assistir Branca de Neve, todo mundo amou a Branca de Neve. Eu imediatamente me apaixonei pela Rainha Malvada.”
Alvy Singer (Woody Allen), Noivo Neurótico, Noiva Nervosa

“De todos os bares de gim de todas as cidades de todo o mundo, ela entra no meu.”
Rick Blaine (Humphrey Bogart), Casablanca

“Eu não posso deixá-lo ir. Não posso. Tem que haver algum jeito para trazê-lo de volta. Oh, eu não consigo pensar nisso agora. Vou enlouquecer tentando! Mas eu preciso pensar em algo. Eu preciso. O que farei? O que importa? [...] Tara! Minha casa. Eu irei para casa. E eu pensarei em alguma maneira de trazê-lo de volta. Afinal... amanhã é outro dia!”
Scarlett O’Hara (Viven Leigh), ...E o Vento Levou

“Eu acho que as pessoas deviam formar casais pra vida toda, tipo os pombos, ou os católicos.”
Isaac Davis (Woody Allen), Manhattan

 
“Eu quero o conto de fadas.”
Vivian (Julia Roberts), Uma Linda Mulher

“Eu te amo, porra.”
Paulo (Paulo César Pereio), Eu Te Amo

Bob: “Eu não quero ir.”
Charlote: “Então não vá. Fique aqui comigo. Nós podemos começar uma banda de jazz.”
Bob (Bill Murray) e Charlotte (Scarlett Johansson), Encontros e Desencontros

“Nós sempre teremos Paris.”
Rick Blaine (Humphrey Bogart), Casablanca

“Querida, eu não sei como te dizer isso, mas tem uma família chinesa no nosso banheiro.”
Tom (Joseph Gordon-Levitt), (500) Dias com Ela

 
“A coisa mais importante que se pode aprender na vida é amar. E em troca, ser amado.”
Christian (Ewan McGregor), Moulin Rouge!

“Ninguém vai te amar tanto quanto eu. Por que amor não é o suficiente?”
Alice (Natalie Portman), Closer – Perto Demais

 
“Você é boba, Rose, você é boba.”
Jack Dawnson (Leonardo DiCaprio), Titanic

“Eu sou só uma garota, em frente a um garoto, pedindo a ele que a ame.”
Anna Scott (Julia Roberts), Um Lugar Chamado Notting Hill

“Eu poderia morrer agora, eu estou... feliz. Eu nunca me senti assim antes. Eu estou exatamente onde gostaria de estar.”
Joel (Jim Carrey), Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças

“A verdade é que às vezes eu sinto tanto a sua falta que mal posso suportar.”
Jack Twist (Jake Gylenhaal), O Segredo de Brokeback Mountain

Giselle: “É sempre assim? Você vive caindo pelos cantos?”
Robert: “Só quando você está lá pra me segurar.”
Giselle (Amy Adams) e Robert (Patrick Dempsey), Encantada

Fauna: Ela está apaixonada!
Primavera: Oh, não!
Flora: Isso é terrível!
Fauna, Flora e Primavera, as fadas de A Bela Adormecida

“[...] Mas eu odeio principalmente / Não conseguir te odiar / Nem um pouco / Nem mesmo por um segundo / Nem mesmo só por te odiar”
Kat Stratford (Julia Stiles), 10 Coisas que Eu Odeio em Você

She loves you... yeah, yeah, yeah!
Max Carrigan (Joe Anderson), Across the Universe

 
Fera: Ao menos eu posso vê-la... pela última vez.
Bela: Não. Não! Por favor! Por favor! Por favor, não me deixe. Eu te amo.
A Bela e a Fera

Juno: Eu acho que eu gosto de você.
Paulie: Você quer dizer como amigos?
Juno: Não, eu tô falando sério. Porque você é, tipo, a pessoa mais legal que eu já conheci – e você nem precisa se esforçar, sabe...
Paulie: Na verdade, eu me esforço bastante.
Juno (Ellen Page) e Paulie (Michael Cera), Juno

Philip: Eu sinto muito. Eu não queria assustar você.
Aurora: Oh, não foi isso. É só que você é um... um...
Philip: Um estranho?
Aurora: Hum-hum.
Philip: Mas você não se lembra? Já nos encontramos antes.
Aurora: Já?
Philip: Sim, claro. Você mesma disse. Uma vez num sonho.
Príncipe Philip e Princesa Aurora, A Bela Adormecida

 
“Eu amo nós dois.”
Tom (Joseph Gordon-Levitt), (500) Dias com Ela

“Amélie, minha querida, os seus ossos não são feitos de vidro. Você pode levar algumas pancadas da vida. Se deixar escapar esta oportunidade, eventualmente o seu coração vai se tornar tão seco e quebradiço quanto o meu esqueleto. Então, vá atrás dele, pelo amor de Deus!”
Raymond Dufayel, o Homem de Vidro (Serge Merlin), O Fabuloso Destino de Amélie Poulain


“Então, toque, Sam. Toque As Time Goes By.”
Ilsa Lund (Ingrid Bergman), Casablanca

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Cult Movies - Grindhouse (2007)

Por Jéssica Santos
Grindhouse é um termo empregado nos Estados Unidos para nomear salas de cinemas de medianas condições, onde, nos anos 60 e 70, eram exibidas produções de baixo orçamento (filmes B) notáveis por cenas de violência e sexo, mas com poucos recursos e efeitos especiais, brechas decorridas dos restritos orçamentos dos seus autores. Na maioria das vezes, sessões duplas ou triplas eram apresentadas, sendo que o espectador pagava o valor de um ingresso, apenas.

Quentin Tarantino (diretor de Pulp Fiction e Kill Bill), fã declarado desse tipo de cinema, era assíduo freqüentador de grindhouses. Surgiu, então, a ideia de realizar um trabalho em parceria com seu amigo, Robert Rodriguez (diretor de Um Drink no Inferno e Sin City). Produziram, assim, dois filmes (À Prova de Morte e Planeta Terror), batizados em conjunto, de Grindhouse.  Foi exibido nos Estados Unidos em sessão dupla, separados por trailers fictícios. Tarantino dirigiu o primeiro e Rodriguez o segundo. Porém, os filmes foram divididos e reeditados para o lançamento no resto do mundo, quebrando o impacto inicial do projeto. O motivo da desunião dos dois filmes que constituíam o pacote original? O fracasso de bilheteira da longa “double-feature”.

 Planeta Terror

Os trabalhos de Rodriguez extrapolam quando o assunto é violência, sangue e cenas bizarras. Exemplos disso são seus filmes O Mariachi, produzido em 1993 com apenas sete mil dólares; e também Um Drink No Inferno, com milhares de vampiros atacando a todos. Essas também são características de Planeta Terror. Numa cidade interiorana do Texas, parte da população é infectada por um gás tóxico utilizado pelo exército dos Estados Unidos no Oriente Médio. O acidente faz com que seus corpos sejam cobertos por feridas pustulentas. Zumbis passam a carregar um olhar vago e a se alimentar de carne humana. 

Cherry Darling (Rose McGowan, de Pânico) uma desiludida go-go-girl, tem parte de sua perna arrancada por um desses seres. Com a ajuda do ex-namorado El Wray (Freddy Rodriguez, da série televisiva A Sete Palmos), que lhe adapta uma poderosa metralhadora como prótese, Cherry liderará um grupo de sobreviventes contra a horda de lacerados.

Sobre esse fato, a atriz teria se perguntado ao ler o roteiro do filme: “como é que alguém pode imaginar em criar um personagem com uma metralhadora no lugar da perna?”. Aceitou logo o papel. Aliás, no filme não se explica como ela puxa o gatilho, mas erros nesse filme são possivelmente propositais.

O filme não tem um roteiro forte. É, na verdade, uma desculpa para que uma enxurrada de personagens estranhos apareça na tela. Como a Dra. Dakota Block (Marley Shelton, de Sin City), uma anestesista que traz em sua cinta-liga uma coleção de agulhas, utilizadas como arma. Ou JT (Jeff Fahey, de Silverado), o dono de uma espelunca que mesmo em meio à selvageria se preocupa o tempo todo em aperfeiçoar a receita de molho para seu churrasco, que ele chama de “o melhor do Texas”. Ou mesmo o Estuprador (Quentin Tarantino, em participação especial), que vai literalmente se decompondo quando tenta violentar a anestesista.

O longa tem ainda a participação de Fergie, da banda Black Eyed Peas. Sua participação é rápida e sangrenta: quando seu carro quebra na estrada errada, é estraçalhada pelos zumbis. Não fique chocado antes de ver o filme. Planeta Terror é exagerado e bizarro mesmo, e até engraçado, afinal, trata-se de um filme trash. Vale a pena ver. Depois de algumas cenas grotescas, você se acostuma! Digo que vale a pena ver por várias razões: a trilha sonora é ótima; os personagens são muito exóticos e bem idealizados, principalmente Cherry Darling, que é muito sexy, com uma metralhadora no lugar da perna! Outro lado positivo são justamente as cenas bizarras, em que você se pergunta: como isso pode estar acontecendo?

 Nota: 8.0



À Prova de Morte

Já Quentin Tarantino... O que dizer sobre ele? Genial. Consegue realizar seus filmes exatamente como idealizou na sua mente, porque tem carta branca para isso. Foi assim que convenceu seu estúdio a bancar "À Prova de Morte" - promoção do gênero "exploitation", um dos mais desprestigiados do cinema. 

Adorador do cinema obscuro, Tarantino sempre venerou filmes de terror, passados numa cidade de interior, com sexo, mulheres perdidas, carros velozes e maníacos assassinos. "À Prova de Morte" é reflexo desse cinema, e ainda bem que o diretor leva suas paixões para a tela, porque elas são sempre transformadas em filmes que saem do óbvio e entram para a galeria de cultuados. 

Tarantino reflete a estética, os temas e até mesmo os defeitos desses filmes. O longa-metragem tem a cor lavada dos filmes B dos anos 1970, erros de continuidade, riscos na imagem, diálogos ridículos e muito sangue. Ambos são mesmo reverência ao estilo grindhouse do cinema.

Jungle Julia (Sydney Tamiia Poitier), a DJ mais sexy de Austin, sai noite adentro pra se divertir com suas duas melhores amigas, chamando a atenção de todos os homens dos bares e boates do Texas. Mas nem toda a atenção é inocente. Cobrindo de perto seus movimentos está Stuntman Mike (Kurt Russell), um rebelde ansioso e temperamental que se oculta atrás do volante do seu carro indestrutível.

A trilha sonora de “À prova de morte” é um espetáculo à parte! E nem tinha como ser diferente! Afinal, Quentin tem um gosto muito bom para músicas, e nesse filme em especial, até emprestou seu jukebox para a cena no bar. Alguns exemplos de músicas imperdíveis: a divertida “Hold tight”, que elas curtem no carro; a sexy “Down in Mexico”, na cena da lap dance; e a irônica “Chick habit” para encerrar o filme são muito boas!

 Se por um lado, o filme não é perfeito porque há diálogos mais longos do que deveriam ser. Por outro lado, nossas conversas na vida real também são banais e não são cronometradas! Tarantino quis apresentar as personagens através desses diálogos; elas falam de acontecimentos banais, de “coisas de garotas”. Também as confabulações são uma homenagem aos anos 70, ao cinema e aos seus amigos (algumas personagens partilham, além do apelido, conversas típicas das suas mais comuns amizades). E quem aguentar seus monótonos bate-papos, verá em seguida perseguições e cenas memoráveis!

Além disso, apesar da grande atuação de Kurt Russel (sempre ótimo), algumas das “vítimas” da história não atuam tão bem assim, mas são salvas pelas características de suas personagens, que são bem diferentes e bem boladas. Elas não têm uma beleza comum e cada uma possui o seu jeitinho, mas no final das contas, são todas mulheres determinadas e poderosas. 

Sem grande esforço, Tarantino conseguiu capturar com êxito o espírito das obras que venera, mesmo considerando que “À Prova de Morte” não chega perto da complexidade estrutural primorosa de “Pulp Fiction”, “Reservoir Dogs” ou “Kill Bill”.

A simplicidade de ambos os filmes é enganosa. Eles retratam com ousadia um tipo de cinema excluído hoje; fazem o retrato de mulheres poderosas, de cidades e pessoas texanas. Para Tarantino, estimulante é quebrar barreiras ainda que o saldo final seja um risco enorme.

Quem gosta do gênero amará o filme e verá cem vezes, quem não gosta, bem, assista também, porque, ao contrário da maioria dos filmes, ele não é previsível.

 Nota: 8.5


O interessante é que apesar de bem diferentes, os dois filmes tem o mesmo estilo, e ainda compartilham alguns personagens! A Dra. Dakota Block e o Sheriff Raique são personagens que aparecem em ambos os filmes. Além de outros atores que também participam dos dois, em papéis distintos. As histórias se passam em cidades próximas e quase simultaneamente.  Grindhouse foi um exercício fascinante de reinvenção de gênero, uma vitrine para duas abordagens radicalmente distintas de ser fazer uma homenagem.

Estreias da Semana nos Cinemas de Manaus - 10 de Junho

Filme: Namorados Para Sempre
Direção: Derek Cianfrance
Elenco: Ryan Gosling, Michelle Williams, Mike Vogel
Sinopse: Um casal se encontra e se perde no amor. Com base nas lembranças do passado juntos, Dean (Ryan Gosling) e Cindy (Michelle Williams) tentam salvar seu casamento nesta relação despedaçada.
ONDE: Cinemark, Cinemais e Playarte 

Filme: Kung Fu Panda 2
Direção: Jennifer Yuh
Elenco: Vozes na versão original de Angelina Jolie, Seth Rogen, Gary Oldman, Jackie Chan, Jack Black
Sinopse: Po (voz original de Jack Black) agora é Dragão Guerreiro, protegendo o Vale da Paz juntamente com os Cinco Furiosos, seus amigos e colegas mestres do Kung Fu. Porém, surge um vilão que planeja usar uma arma secreta e impossível de ser detida para conquistar a China e destruir o kung fu. Po terá de rever seu passado e descobrir os segredos de suas misteriosas origens e, assim, conseguir revelar a força que necessita para vencer.
ONDE: Cinemark, Cinemais, Playarte e Severiano Ribeiro

Filme: Qualquer Gato Vira-Lata
Direção: Tomas Portella
Elenco: Cleo Pires, Malvino Salvador, Dudu Azevedo
Sinopse: A história mostra um divertido triângulo amoroso em que Tati (Cleo Pires), uma jovem abandonada por Marcelo (Dudu Azevedo), busca ajuda com Conrado (Malvino Salvador), um cético professor de biologia. Ele sugere uma mudança de comportamento para que Tati possa reconquistar o namorado. Tudo baseado nas atitudes dos animais, já que na maioria das espécies as fêmeas são recatadas e, os machos, audaciosos. Tudo vai bem até que o professor também se apaixona por ela.
ONDE: Cinemark, Cinemais, Playarte e Severiano Ribeiro

terça-feira, 7 de junho de 2011

Cadê?

Por Caio Pimenta

Minha lista de filmes inéditos vistos em 2011 bateu a marca de 67 filmes nesta segunda ao assistir "Skyline - A Invasão".

Foi por curiosidade para saber quão ruim era o filme criticado por 11 de cada 10 críticos que vi esta "coisa" feita pelos irmãos Strause que acham saber fazer cinema.

Este é o segundo filme da dupla.
O primeiro é "Alien Vs. Predador", o qual não comentarei nada em respeito a quem me lê.

Para fazer justiça e deixar de ser tão severo, "Skyline" de tão tolo chega até a ser divertido.

Afinal de contas, não é todo dia que temos um mocinho capaz de ter idéias estúpidas que matam a todos ao seu redor, mas ainda sim ter uma aura de "oh meu Deus! Ele é tão inteligente!" que os Strauses dão ele!

Além disso, para quem aguentou "Transformers 2", "Skyline" é tranquilo.

Após me punir durante 90 minutos em que assisti esse arremedo de longa-metragem, resolvi partir para o masoquismo: dar uma olhada nos extras do DVD.

Entre as cenas deletadas uma me chamou a atenção: há uma festa antes da "porradaria" começar em que os caras que escreveram esse troço (me recuso a chamar Joshua Cordes e Liam O´Donell de roteiristas) tentam dar um pouco mais de profundidade aos personagens.

Infelizmente, a ausência de um elemento fundamental nos tira total atenção do que vemos....



Essa é a maior prova do quanto os produtores hollywoodianos se lixam para o público: ao inundarem as salas de cinema com filmes em que a única atenção deles é mostrar efeitos especiais de última geração, exibir explosões espetaculares, buscar sempre o aprimoramento do som, criar uma maneira do 3D ficar cada vez próximo do público com tudo sendo atirado em direção a nós, coisas básicas como a música em uma festa é deixada de lado.

Isso para não falar da história.
Essa está esquecida a muito tempo....
 
Lamentável ainda é o público dar ibope a esses entulhos e achar bom coisas como essa e outras tantas.

Como "Skyline" já tivemos esse ano nos cinemas de Manaus bombas de Hollywood como: "O Turista", "Caça às Bruxas", "O Ritual", "Justin Bieber - Never Say Never", "Passe Livre", "Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles" , "Sucker Punch", "Vovó...Zona 3", "Doce Vingança",  "Mistério da Rua 7", "Piratas do Caribe 4", "Padre","A Garota da Capa Vermelha".

Todos filmes medíocres e que receberam bons públicos quando foram exibidos aqui.


Em compensação, cadê "Minhas Mães e Meu Pai", "Inverno da Alma", "Cópia Fiel", "Homens e Deuses", "Um Lugar Qualquer", "Natimorto",  "Trabalho Interno", "Tetro"?

Que pena....




PS: sei que vai ter pessoas que vão olhar e dizer: "AH! Mas a cena foi deletada. Deixa de ser chato!" 

Claro que não! Ela foi editada e exibida no DVD, o que expõe todos os atores que participaram dessa cena ao rídiculo (tudo bem que estar em "Skyline" já é estar no rídiculo). Sem citar, o desrespeito ao público que comprou ou alugou o filme.

O minímo que poderiam fazer era colocar uma música de fundo. Isso não dá nem 3 minutos com um bom editor de vídeos. 

Trabalho vagabundo e ponto final!

Novos Clássicos - O Escafandro e a Borboleta (2007)

Por Emanuelle Canavarro



Tocante, poético e francês. Um filme capaz de arrancar lágrimas, até mesmo, dos mais insensíveis.
Dois fatores me levaram a alugar o filme. Primeiro, ele é francês – além de eu apreciar a indiscutível beleza e inteligência desse universo cinematográfico, gosto de tudo que tenha qualquer espécie de ligação com o País. Segundo, um título nunca me chamou tanto a atenção quanto "O Escafandro e a Borboleta". E o mais ignorante da minha parte, é que eu fazia apenas uma vaga ideia do que significava ‘escafandro’, mas a beleza da palavra foi o que, de fato, me levou a mergulhar nesta incrível história – de como o ser humano pode ultrapassar obstáculos e como a força de vontade e a persuasão podem levar ao alcance do aparentemente impossível.

"Le Scaphandre et le Papillon", do americano Julian Schnabel, é uma impressionante história de superação, baseada na autobiografia de Jean-Dominique Bauby – interpretado por Mathieu Amalric. Bauby estava no auge de seu pomposo reinado, como editor chefe da Elle francesa, quando sofreu um AVC e, em seguida, foi atingido subitamente pela raríssima locked-in syndrome (algo como síndrome do encarceramento). Mesmo vivendo numa condição de extrema delicadeza e dependendo dos cuidados de enfermeiros até mesmo para mexer a língua, ele realizou a proeza de escrever um livro somente se comunicando com o piscar de um dos olhos – a única parte da qual lhe restou alguma espécie de mobilidade. Seu corpo é representado pelo Escafandro, e sua mente, nada mais é que a borboleta.

Durante pouco mais de meia hora, o espectador é forçado a ver o mundo como Bauby, por meio de seu olho esquerdo, numa experiência que chega a ser, um tanto quanto, angustiante. Você quer ver outra imagem, necessita de um novo ângulo e mais nitidez, mas tem de contentar-se com a visão limitada de Jean-Do. O jogo de câmeras deixa tudo incrivelmente real. Quando ele chora, a câmera fica embaçada. Ela segue todo e qualquer ponto de vista do personagem. A cena em que costuram um de seus olhos, com certeza, é a mais marcante. Sabe onde está a câmera, neste momento? Imagine só, dentro do olho dele!

"Decidi parar de ter pena de mim mesmo. Além do meu olho, há duas coisas que não estão paralisadas: minha imaginação e minha memória." (Jean-Dominique Bauby)

Bauby poderia fugir desse paradigma, se não fosse pela opção que fez pela vida. Apesar de todas as suas angústias, ele mesmo, pensa, no princípio, que morrer seria a melhor solução. Mas optou pelo poder do pensamento e decidiu viver, afinal tudo é psicológico. Piscando letras do alfabeto, aos poucos ele conseguiu formar palavras, frases e parágrafos. Criou um mundo próprio, contando com aquilo que não se paralisou: sua imaginação e sua memória. Os pensamentos de Bauby são partilhados com o público e revelam um sujeito bem-humorado, dono de um raciocínio mordaz e, ao mesmo tempo, debochado e de uma tenacidade que se recusa a ceder diante da autopiedade. Impossível não se apaixonar pela sua irônica e sarcástica inteligência.

Seguindo uma marca registrada do cinema francês, "O Escafandro e a Borboleta" explora os detalhes, com um minimalismo refinado. Brincando com o sentidos do espectador, o filme nos permite sentir o vento da praia com os cabelos esvoaçantes, a agonia de estar trancafiado num corpo inerte, o desespero do querer sem poder, o olhar aflito de Jean-Do. 

Os melhores momentos, definitivamente, acontecem quando estamos dentro da mente dele, e no seu relacionamento com médicos e fonoaudiólogas. Essas cenas são muito superiores às que ele passa com a família, nos flashbacks ou na atualidade. Mas como nada é perfeito, tudo é muito fácil para o nosso adorável jornalista. Assim que Bauby desperta do coma, os médicos lhe explicam que ele está completamente paralisado, e já lhe ensinam uma nova forma de se expressar. Fico feliz que ele tenha tido uma vasta equipe trabalhando para a sua recuperação, mas não pude parar de pensar que, se ele fosse pobre, o quadro seria absolutamente diferente.

Esse é o terceiro filme do diretor, que parece ter uma fascinação por histórias de pessoas reais. "Basquiat", do filme homônimo, foi um pintor marginalizado, enquanto o controverso "Antes do Anoitecer", estrelado por Javier Barden, conta a história do escritor cubano Reinaldo Arenas, homossexual assumido e perseguido na Cuba de Fidel.

Schnabel, que já foi artista plástico, usa seu senso visual para criar imagens que muitas vezes rompem a fronteira entre o real e o onírico. Contando com a fotografia do experiente Janusz Kaminski (de Munique), o diretor é capaz de transformar imagens em experiências sensoriais. Por isso, cores e texturas dão o brilho ideal, assim como a trilha sonora, que conta com U2, Tom Waits e Lou Reed. Aliás, um detalhe importante: durante o filme, são vários os momentos de completa ausência de música – que, por vezes, são alternados com um repertório clássico – como a maravilhosa La Mer, de Charles Trenet.

Bauby faleceu em 9 de Março de 1997, mas deixou seu testemunho do que é ter um intelecto vivo dentro de um corpo morto. Como metáfora para nossa existência, "O Escafandro e a Borboleta" mostra-nos que não devemos nos desesperar com o fato de que nossa vida caminha rumo ao nada. Não importa o que aconteça, simplesmente não se desespere.