segunda-feira, 11 de julho de 2011

Crítica: Cilada.com (2011)

Por: Jéssica Santos

Com o sucesso das comédias no cinema, unido ao sucesso do programa “Cilada” na televisão, o filme tinha tudo para dar certo e ser muito engraçado. E realmente Cilada.com está lotando os cinemas, e não posso dizer que não é engraçado. Após trair a namorada, Bruno (Mazzeo) é exposto por ela (Fernanda Paes Leme), que publicou na internet um vídeo que acaba com sua reputação. Ele tenta de todo modo recuperar sua imagem, mas só consegue  se meter em uma série de ciladas.

Infelizmente, o filme seguiu a tendência norte-americana de basear o humor em, simplesmente, falar de sexo de forma vulgar. É certo que os tempos estão mudando e parece que para ser engraçado é preciso ser bem exagerado. Mas, pessoalmente, não acredito que precise fazer humor barato para isso. Em cenas assim, é mais fácil sentir vergonha alheia do que se divertir.
Bruno Mazzeo e companhia não estão mal. Como bons comediantes que são, fizeram seus papéis direitinho. Se as atuações não decepcionam, os personagens, o roteiro em si e a direção (que fez o filme como a Sitcom) deixou bastante a desejar. É claro que o filme agradará a maior parte dos brasileiros, pois como já mencionado, o longa está seguindo uma tendência de sucesso de se fazer comédias, mas é impossível não criticar os palavrões excessivos, cenas dispensáveis, como a exagerada aparição de Luiz Miranda (O Moreno, de Sob nova direção) e a nudez de Sérgio Loroza, que tem um papel interessante e bem legal no filme, mas também acaba seguindo pelo rumo baixo nível exigido pelo roteiro.

Mazzeo foi bem aquém das expectativas como roteirista neste filme, afinal, esperava-se algo muito bom vindo de alguém que fez tanto sucesso com programas humorísticos inteligentes, como Sai de baixo e o próprio Cilada. Ele e Rosana Ferrão (roteiristas) das três, uma: escreveram o filme de forma bem escrachada (e diferente do programa) só porque é cinema e “precisa” agradar o público; eles simplesmente fizeram o roteiro com pressa, sem muita preocupação; ou ainda, viram vários filmes para se inspirar (American Pie; Se beber, não case, etc.).

Não quero contar o final do filme para vocês que ainda não viram e tirar ainda mais a graça da comédia, mas é incrível: Bruno passa o filme todo sendo o maior canalha do mundo, e quando toma uma atitude e pretende ser sincero, não há olhos nos olhos, há simplesmente outra gravação! Ele poderia ter sido mais inteligente e gravado um “Eu te amo” desde o início, já que é tão difícil dizer pessoalmente, e tão fácil agradar a personagem de Fernanda Paes Leme.

Claro que há várias cenas engraçadas no filme. A participação de Dani Calabresa foi bem legal (apesar de ela estar bem parecida com a apresentadora do Furo MTV...), o programa televisivo de sua personagem é um típico programa de auditório brasileiro. Mas o cinema nacional precisa ter sua identidade. Apesar de o longa-metragem mostrar elementos da cultura nacional, notou-se facilmente a influência americana no roteiro, e a maneira de se fazer seriados na TV Globo, e se a moda pega mesmo, não vai ter mais volta.

 Não sendo mais uma ótima sitcom da Multishow“Cilada” virou um filme medíocre e puramente comercial. José Alvarenga Jr., Bruno Mazzeo e Rosana Ferrão são culpados, principalmente Mazzeo, que arruinou sua própria criação. O filme “Cilada.com” realmente é a maior cilada!

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