sábado, 26 de junho de 2010

Breves Comentários

Por Caio Pimenta
Diretor-Geral do SET UFAM
A seção "Breves Comentários" vai analisar os lançamentos nos cinemas ou filmes que assisti em DVD recentemente sempre em pequenos comentários e dando notas ao final das críticas. Somente alguns filmes a partir de agora vão receber críticas mais longas. Isso deve-se a completa falta de tempo da pessoa que vos escreve. Espero que gostem!
Filme: Fúria de Titãs

A fase dos blockbusters realmente não anda boa. Depois dos fracos "Alice" e "Homem de Ferro 2", esperava-se que "Fúria de Titãs" conseguisse ser um filme minimamente bom, com sequências de ação interessantes.
Porém, durante duas horas de projeção o longa é incapaz de criar personagens cativantes e uma trama que consiga prender a atenção.
A grandeza de seres mitológicos como Zeus e Poseidon é diminuída tanto quanto as atuações dos excelentes Liam Neeson e Ralph Finnes.
Sam Worthington continua sendo um astro competente, mas sem ter um pingo de carisma, não consegue fazer com que torçamos para Perseu.
Boas cenas de ação e efeitos especiais de primeira seguram o filme.
Pouco perto do que poderia ser.

NOTA:6,0

PS: Não assista em 3D. É perder dinheiro de tão mal feito que é!
Filme: Zona Verde

Tinha tudo para dar certo.
A dupla dos últimos filmes da série Bourne, Matt Damon e Paul Greengrass reunidos para fazer um longa-metragem sobre a guerra do Iraque.
Mas, no meio do caminho, apareceu "Guerra ao Terror" e mais nenhum filme sobre o conflito inventado por George W. Bush tinha interesse.
"Zona Verde" é um bom filme de ação, mas soa ingênuo muitas vezes (quer dizer que a jornalista só publicou as matérias falsas porque foi bobinha?).
Vale a pena conferir, mas não muda a vida de ninguém.

NOTA: 7,0
Filme: As Melhores Coisas do Mundo

Talvez tenha sido a sensibilidade e inteligência do novo filme de Laís Bodansky que o fez ser um fracasso nas bilheterias.
"As Melhores Coisas do Mundo" é uma obra que consegue mostrar a adolescência com todas as suas coisas boas e ruins.
Os amigos, as intrigas, a paquera, os modismos, as festas, o sexo. Está tudo lá de forma bem honesta e muito próxima da realidade.
Grandes atuações de Francisco Miguez (Mano), Zé Carlos Machado (Horácio) e Fiuk (Pedro).
Se a maior parte do público prefere "American Pie", fazer o quê?

NOTA:8,0
Filme: A Estrada

Um dos filmes mais interessante do ano, "A Estrada" é uma obra pesada, daquelas de sairmos inquietos com tudo o que acabamos de ver.
Passado em um mundo completamente destruído após uma tragédia nunca explicada claramente, acompanhamos a sobrevivência de um pai e um filho, escapando das maiores loucuras que os seres humanos são capazes de fazer quando colocados em uma situação de calamidade.
Viggo Mortsen faz a interpretação de sua carreia ao fazer um pai que ainda procura manter um mínimo de humanidade e dignidade, servindo de exemplo para o filho, o qual nasceu durante a tragédia.
O filme consegue dosar momentos nervosos (a cena do porão é assustadora) com sequências em que vemos o desenvolvimento dos personagens de maneira sensível e inteligente.
Tenso, denso, inteligente e trágico, "A Estrada" também pode ser visto como uma obra de alerta, pois não é difícil imaginar o mundo chegar a tal ponto com o tratamento ridículo que damos a natureza.

NOTA: 8,0
Filme: Robin Hood

Ridley Scott e Russell Crowe fizeram "Robin Hood" para faturar uma graninha e, quem sabe, recuperar o status da época de "Gladiador".
Somente isso explica o porquê de se fazer uma nova versão do heroí inglês famoso por roubar dos ricos para dar aos pobres.
O filme até que procura diferenciar-se das outras versões tentando dar um ar de anti-heroí, trágico e sombrio para a figura de Robin, além de abordar a história do personagem antes do mito.
Porém, após os 40 minutos o longa aposta suas fichas em uma trama rasa, com personagens sem graças e atuações desanimadas e repetitivas de Crowe e Cate Blanchett.
"Robin Hood" ainda escancara a decadência de Ridley Scott: se antes, o diretor conseguia dar vigor estético e trabalhava com bons e desenvolvidos roteiros, vide "Blade Runner - O Caçador de Androídes", "Alien - O Oitavo Passageiro" e "Gladiador", hoje ele contenta-se em apenas ser correto e está péssimo na direção das cenas de ação, risíveis neste filme.
Exagero dizer que é um filme ruim, mas é, com certeza, medíocre.

NOTA: 7,0
Filme: O Preço da Traição

Certos filmes sofrem com a indecisão a qual gênero pertencer que acabam atirando para todos os lados e, geralmente, erram na maior parte deles. "
O Preço da Traição" de Atom Egoyan é um bom exemplo, pois nunca decide se quer ser um drama de uma mulher casada aterrorizada com a possibilidade de perder o marido para uma menina bem mais jovem ou em ser um suspense que explora a mente doentia da protagonista da trama.
No fim, resta ao longa explorar a beleza de Amanda Seyfried que aparece em cenas sensuais de cinco em cinco minutos.
Desperdiçando o talento de Julianne Moore e Liam Neeson, "O Preço da Traição" tinha tudo para ser um grande filme, mas não passa de um Supercine dos mais sem-graças.

NOTA: 6,5
Filme: Sex And The City 2

A série de TV que revolucionou o pensamento feminino, capaz de inspirar muitas mulheres de que é possível ser sexy e bem sucedida profissonamente , além de que elas também tem direito ao sexo casual, assim como os homens, foi para os cinemas e virou careta.
Não que os dois filmes de Carrie e suas amigas sejam ruins, mas toda a ousadia e inteligência nos belos diálogos vistos na telinha foram embora e ficamos com tramas que poderiam estar em qualquer outra comédia romântica.
A preocupação agora é outra: o negócio é esbanjar. Seja em roupas, em viagens, no luxo todo que vemos durante a história.
Os momentos em que o filme brilha são justamente aqueles em que mostra-se um pouco mais fora dos padrões, como são os casos em que Liza Minelli aparece cantando "Single Ladies" e todas as aparições de Samantha, interpretada Kim Cattrall.
Competente,mas sem brilho, "Sex and The City 2" é uma boa diversão e somente isso.

NOTA: 7,0

Filme: Esquadrão Classe A

Uma das bobagens mais divertidas lançadas neste ano, "Esquadrão Classe A" não tem medo algum de ser rídiculo e mentiroso.
Pelo contrário: durante a projeção acompanhamos todo tipo de absurdos que desafiam as lógicas da física, química e do bom senso.
O grande acerto do filme é apostar na dinâmica dos personagens e em suas diferenças gritantes, resultando em momentos divertídissimos.
Vale destacar os excelentes trabalhos de Sharlto Copley (bom nome para o quadro "Aposta da Equipe") e Bradley Cooper.
A história toda é superficial e desinteressante, além de contar com uma moral meio duvidosa, mas é salvo pelas constantes cenas de ação, muito bem dirigidas e editadas e com ótimos efeitos especiais.
"Esquadrão Classe A" é uma grata surpresa para o cinema de ação em 2010.

NOTA:7,5

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