segunda-feira, 30 de julho de 2012

Crítica: Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge, de Christopher Nolan

Por Thiago Guedes

Que fila!!! Mais de duas horas em pé. Fazia tempo que não via tanta gente na frente de um cinema. Na verdade, aquela era a primeira vez que enfrentava tumulto pra ver um filme. O ano? 1989. Em cartaz? Batman! O primeiro. Foram horas de espera para meses de celebração. 

Algum tempo depois, no meu aniversário de 5 anos, ganhei um boneco do super-herói. No dia das crianças, pedi um batmóvel de controle remoto. Levei um de plástico fabricado em Taiwan. Tava ÓTIMO. No Natal, implorei por uma fantasia. Perdi a conta de quantas vezes utilizei o traje como pijama. 

Mais de 20 anos depois o Homem-Morcego ressurge nas telas. Uma volta mais sensacional que a criação de Tim Burton desta vez sob o comando de Christopher Nolan. 

O ponto de partida deste "Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge" é exatamente o fim do capítulo anterior, quando o herói é acusado de ter matado o promotor Harvey Dent (Aaron Eckhart). “Gotham precisa de um heroi com rosto.”, diz Batman. E é assim que o Homem-Morcego passa a ser odiado por Gotham, enquanto a cidade passa a admirar Harvey devido a uma lei anticriminalidade. Isto sem saber que este tinha se transformado no vilão Duas Caras. Com a paz de volta a cidade, o jeito é Batman sair de cena por longos oito anos até o surgimento de Bane, um cidadão nascido no “inferno”, que quer instaurar o caos. 

O filme tem defeitos. Isso é verdade. O vilão assusta, mas quem viu o Coringa de Heath Ledger - cheio de trejeitos e com cara de psicopata - quer mais de um fortão, paradão, mascarado. A atuação de Marion Cotillard é outro problema. Ela interpreta Miranda Tate, uma filantropa que assume as indústrias Wayne em um momento crítico da companhia e do próprio Bruce. A francesa, apática, ficou longe do que pode fazer. 

Com isso, quem não assistiu, deve se perguntar: Então o terceiro é pior que o segundo?

A resposta é não. Nem melhor. "O Cavaleiro das Trevas Ressurge" é o encerramento, o ponto final de uma grande história. Os três filmes da nova saga não podem ser analisados isoladamente. Para que Christopher Nolan dirigisse o inacreditável "Cavaleiro das Trevas", ele teria que explicar o início de tudo, como foi feito no ótimo "Batman Begins". Nolan também precisava de uma conclusão. (O herói não poderia se despedir como vilão, certo?).

Aí entra o terceiro capítulo. Um bom roteiro que conta com grandes personagens conhecidos dos fãs (Oldman, Freeman, Caine...) e ótimas novidades, como Joseph Gordon-Levitt e Anne Hathaway. Levitt faz o policial parceiro de Bruce, John Blake (no final dá pra descobrir mais sobre esse nome.). Já Hathaway é a sensual ladra Selina Kyle, a Mulher-Gato. 

Mais uma vez, o lado sombrio de Batman é a tônica. Em todo filme, a dor é ingrediente básico. Bruce sente falta da paixão Rachel Dawes (morta no segundo capítulo). O corpo exigido pelo trabalho de justiceiro, já demonstra sinais de cansaço. O isolamento é a alternativa encontrada, mas a reclusão precisa ser quebrada para o bem de Gotham e dos fãs. 

Pode parecer piegas, mas a dor agora vem do lado de cá da tela. A trilogia, extremamente competente, vai deixar saudades. No finalzinho do filme, fica claro que talvez não seja o adeus. Uma nova saga pode começar. Sem Bale e sem Nolan. Será que vale a pena?

Quando soube da produção de Batman Begins, fiquei assustado. Culpa do Batman e Robin, dirigido por Joel Shumacher.  Me surpreendi. Hoje, o receio é outro. Superar a obra de Nolan não será fácil. Enquanto nada é definido, eu comemoro. 

Obrigado Meu Deus... Bom que existem os DVDs... 

Um comentário:

  1. Po cara... muito bom!!! Sua critica tá bacana... mas bem que podia ser maior... você escreve bem... gostei do começo... das lembranças... me fez lembrar tbm... o filme num vou nem falar se não me emociono novamente... Abraços!!!

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