quarta-feira, 9 de maio de 2012

Classic Movies - Casablanca (1942)

Por Jéssica Santos

Este elemento do imaginário coletivo, considerado o maior filme de amor de todos os tempos está completando 70 anos!

Nem parece, pois “Casablanca” ainda nos toca de forma profunda, e nos mostra um amor atemporal.

O filme de Michael Curtiz trata sobre um assunto muito delicado: um romance em tempos de guerra. Daí o principal motivo de ele ser tão aplaudido pelo público. Mas além de ser venerado pelos cinéfilos, “Casablanca” tornou-se referência para inúmeros cineastas, incluindo Woody Allen e Sidney Pollack.


Hoje temos os idolatrados filmes baseados nos livros de Nicolas Sparks que, por vezes mostram amores idealizados que têm que enfrentar situações difíceis (incluindo guerras) e outras grandes dificuldades. Mas essas histórias açucaradas se distanciam do enfeitiçado Casablanca porque se limitaram a fazer o papel de melodramas cheios de clichês, sem trazer profundidade, personagens inesquecíveis, ou novidades para a telona.

Em “Casablanca”, Rick Blane, interpretado por Humphrey Bogart, é um cara durão, honesto e apaixonado por Ilsa (Ingrid Bergman). O casal ajudou o filme a se tornar tão aclamado, pois ambos tornaram-se mitos, com interpretações brilhantes. Ao observá-los juntos, o espectador de fato acredita no amor deles e torce para que fiquem juntos, de qualquer maneira.

No enredo, llsa apaixona-se por Rick, em plena Segunda Guerra Mundial. Enquanto cidades são invadidas pelos alemães, eles conseguem viver um romance intenso e inesquecível em Paris. Mas, em vez de fugir com ele de Paris, manda-lhe um bilhete de despedida na estação de trem. Ele parte sem entender o que havia acontecido. Tudo isso é contado em flashback.

Anos depois já em Casablanca, na Marrocos francesa, ela aparece com seu marido, o herói Victor Laszlo, interpretado pelo ator Paul Henreid, justamente no Rick's Bar, do qual o personagem de Bogart é dono. Eles estão à procura de um meio de fugir para a América. O sofrimento de Rick ao vê-la é inevitável e ela, por sua vez, fica dividida entre seus dois amores.

As Time goes by torna-se uma música proibida naquele bar, pois faz Rick lembrar-se de seu amor perdido. Mas o reencontro dos dois traz a canção de volta. Ela tornou-se um ícone da cultura ocidental graças ao filme. 

Outro momento musical marcante do filme se dá quando, numa comunhão atípica para aquele bar onde várias culturas e interesses se encontram, todos cantam a Marselhesa, hino da França, país ocupado pelos nazistas naquela época. Diz-se que o filme de Curtiz também ajudou a levantar o moral dos aliados para combater os inimigos.

A tensão entre o casal do filme, bem como a vontade contida que eles têm de ficar juntos é percebida durante todo o longa. E apesar das inúmeras dificuldades de se fazer esse filme (atores escolhidos ao acaso, cenas escritas em cima da hora, diretor com sotaque difícil (húngaro), desavenças), o resultado final valeu muito a pena.

Ao assisti-lo, note o início espetacular que apresenta a história de forma frenética. Veja também a força de uma direção bem feita (que criou o casal com a maior química de todos os tempos) e um roteiro que supera qualquer outra qualidade, com sua inteligência e ousadia.

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