terça-feira, 8 de novembro de 2011

07/11 - Mostra competitiva: “A Fonte das Mulheres”, de Radu Mihăileanu



Por Renildo Rodrigues

 
            A programação da noite de segunda-feira no Teatro Amazonas não poderia ter sido mais diferente da de domingo. Não em qualidade, que fique bem claro, mas nas temáticas, nas abordagens e até mesmo nos universos retratados nos filmes.


            A ecologia deu o tom nos dois curtas que abriram a noite. “Encontro das Águas”, de Bruno Torres, também abriga na direção o documentarista Evaldo Mocarzel (“À Margem da Imagem”). Mais próximo de um ensaio ou meditação do que de uma narrativa propriamente dita, o filme mistura imagens e sons da natureza, captados na Chapada dos Veadeiros (GO) para deslumbrar o espectador. Apesar da beleza das cenas, o filme acaba sendo pouco mais do que um experimento.


            “Casa Afogada”, de Gilson Vargas, é mais convencional. Um homem (Zé da Terreira) luta para salvar sua casa da força de um rio, na esperança de preservar as memórias de sua vida. História simples, direta, mas também alegórica, tira sua força do rosto expressivo do protagonista Zé. Um bom filme, mas de estatura menor na competição.


            “A Fonte das Mulheres”, do romeno Radu Mihăileanu, valeu a noite. Um dos indicados a Melhor Filme no Festival de Cannes desse ano, o longa conta a história de Leila (Leïla Bekhti), habitante de um vilarejo muçulmano que organiza uma greve de sexo contra os abusos da população masculina local. Inspirado em um episódio recente ocorrido na Turquia, o filme é um belíssimo libelo em favor das mulheres e do amor romântico. Envolvente, bem dirigido, com ótimas atuações e equilibrado nos momentos de drama e humor, “A Fonte...” conquistou a plateia do Teatro, que aplaudiu com entusiasmo ao fim da sessão.
            Um ótimo candidato a melhor filme da Mostra.


Nota: 9,0

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