quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Set Ufam/Cine Set elege o Melhor Diretor de 2012

 
EQUIPE CINE SET - MELHOR DIRETOR 2012

1 - Asghar Farhadi, por "A Separação" - 75 pontos
2 - Nicolas Winding Refn, por "Drive" - 48 pontos
3 - Martin Scorsese, por "A Invenção de Hugo Cabret" - 35 pontos
4 -  Michel Hazanavicius, por "O Artista" - 24 pontos
5 - Abbas Kiarostami, por "Um Alguém Apaixonado", Leos Carax, por "Holy Motors" e Breno Silveira, por "`À Beira do Caminho" e  "Gonzaga - De Pai Para Filho" - 18 pontos

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Caio Pimenta

1 - Martin Scorsese, por "A Invenção de Hugo Cabret"
2 - Nicolas Winding Refn, por "Drive"
3 - Wes Anderson, por "Moonrise Kingdom"
4 - Michel Hazanavicius, por "O Artista"
5 - Wim Wenders, por "Pina"

Comentário

2012 não chegou a ter um destaque tão marcante de algum diretor, apresentando, entretanto, uma bom volume de ótimos trabalhos. Além dos cinco citados, vale destacar Alexander Payne ("Os Descendentes"), Sam Mendes ("007 - Operação Skyfall"), Cao Hamburguer ("Xingu"), Nelson Pereira dos Santos ("O Mundo Segundo Tom Jobim"), Asghar Farhadi ("A Separação"), Nanni Moretti ("Habemus Papam") e David Cronenberg ("Um Método Perigoso" e "Cosmópolis").

Sobre minha escolha por Scorsese, dois fatores foram levados em conta:  a declaração de amor que faz a uma arte que ele tanto contribuiu e contribui, realizada com tanta propriedade e o uso inteligente do 3D, mostrando que saber utilizar profundidade de campo e trabalhar os elementos em cena é mais eficiente do que ficar atirando qualquer coisa em direção ao espectador.
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César Nogueira

1 - Asghar Farhadi, por "A Separação"
2 - Abbas Kiarostami, por "Um Alguém Apaixonado"
3 - Christopher Nolan - por "Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge"
4 - David Fincher, por "Millenium - Os Homens Que Não Amavam as Mulheres"
5 - Cao Hamburger, por "Xingu"

Comentário

 
Farhadi deu uma aula de humanidade e de riqueza da cultura iraniana no Oscar deste ano. O motivo do prêmio, A Separação, é tão grandioso quanto o discurso do diretor. A força das mulheres, inseridas num contexto visceralmente machista, e as múltiplas versões do fato que desencadeia a narrativa são os maiores destaques do filme. Em "A Separação", Farhadi foi profundo sem deixar de ser simples e acessível a um grande público.

 
Em Um Alguém Apaixonado, Kiarostami mostra, com poucos planos e diálogos, como pode ser tensa e profunda a relação entre um idoso e uma jovem prostituta. O silêncio e a inação marcam a história. Com ela, o diretor iraniano exige muito do espectador. Em troca do esforço, nos dá dias, meses, anos de reflexão e, principalmente, encantamento.

 
Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge termina a trilogia sobre o Homem Morcego com muita dignidade. Apesar de falhas como as cenas de luta bisonhas, o filme mostra todo o domínio da linguagem cinematográfica de Nolan. Ele conta uma história de superherói cheia de cenas grandiosas de ação e, ao mesmo tempo, repleta de conflitos psicológicos. Dessa forma, com "Ressurge", comprovou-se, mais uma vez, que o diretor inglês consegue atender às demandas dos grandes estúdios sem perder a pegada autoral.

 
O diretor fez a versão hollywoodiana do livro bestseller Millennium: Os Homens Que Não Amavam As Mulheres. O filme tem pontos altos como a atuação de Daniel Craig e a melhor abertura dos últimos tempos. As qualidades da obra de Fincher ganham ainda mais força quando a comparamos com sua contraparte sueca. Esta, apesar de contar com o furacão Noomi Rapace, tem um ritmo sem cadenciamento e falha ao mostrar o clímax faltando mais de meia hora para o fim. O americano, ao contrário, acerta nestes dois pontos. E tem Rooney Mara para magnetizar a plateia.

 
O brasileiro era antes mais conhecido pelo seu trabalho com o universo infantil. Em Xingu, ele saiu muito bem desta área ao narrar, em tons épicos, a criação da reserva indígena de mesmo nome. Com o filme, resgatou, com a ajuda de atores do porte de Caio Blat e João Miguel, um importante capítulo da história brasileira. Além disso, mostrou o refinamento narrativo e de produção que o nosso cinema vem alcançando desde a década passada.
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Diego Bauer

1 - Asghar Farhadi, por "A Separação"
2 - Leos Carax, por "Holy Motors"
3 - Nicolas Winding Refn, por "Drive"
4 - Walter Salles, por "Na Estrada"
5 - Martin Scorsese, por "A Invenção de Hugo Cabret"

Comentário

 
Fazer um top de qualquer coisa é algo bem difícil, e mais difícil ainda é organizar tudo isso em uma ordem de preferência, visto que há diretores de grande talento que seguem caminhos completamente diferentes uns dos outros. E isso está bem claro no meu primeiro e segundo lugar. Enquanto Farhadi é um diretor com uma pegada mais clássica, que opta por um cinema das relações pessoais de maneira e simples e incrivelmente aprofundada, Carax é experimental, burla as regras do pragmatismo, e faz um cinema voltado para as sensações. Como definir quem é o melhor? Hum, difícil dizer que Farhadi é melhor que Carax, portanto, ele fica com o primeiro lugar, por achar que "A Separação" é um filme melhor (na falta de umtermo mais adequado) do que Holy Motors.

 
Se "Drive" é um filme interessante, isso se deve a Ryan Gosling e principalmente a Nicolas Winding Refn, que faz com que a direção carregue o filme nas costas, visto que ela é completamente desamparada por um roteiro bastante fraco.

 
Para fechar, dois diretores que admiro, e que fizeram um bom trabalho em 2012. Salles que se saiu muito bem na árdua tarefa de levar pras telonas o clássico de Jack Kerouac, e Scorsese, que mostra que permanece completamente relevante para o mundo do cinema, e com o importante adendo de que ele foi um dos diretores que melhor utilizou o 3D até hoje.

P.S. Graças a funestas e desagradáveis circunstâncias, ainda não pude ver "As Aventuras de Pi", e tinha a impressão de que o talentoso Ang Lee poderia estar na lista. Mas como ainda não vi o filme, fico impossibilitado em saber se ele realmente deveria estar aqui enquadrado.
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Renildo Rodrigues

1 - Asghar Farhadi, por "A Separação"
2 - Breno Silveira, por "`À Beira do Caminho" e  "Gonzaga - De Pai Para Filho"
3 - Nicolas Winding Refn, por "Drive"
4 - Michel Hazanavicius, por "O Artista"
5 - Jason Reitman, por "Jovens Adultos"

Comentário

Num ano bastante satisfatório para os fãs de cinema, 2012 teve espaço tanto para veteranos, como Martin Scorsese (A Invenção de Hugo Cabret) e Steven Spielberg (Cavalo de Guerra), quanto para estreantes do grande público, como o dinamarquês Nicolas Winding Refn, o nome por trás do fabuloso Drive, e Asghar Farhadi, que trouxe o cinema iraniano de volta à baila com A Separação, levando-o talvez a seu ponto máximo.

Também assistimos à consolidação do americano Jason Reitman como um dos maiores talentos surgidos em Hollywood nos últimos anos, com seus dramas certeiros sobre relacionamentos (Jovens Adultos).

Mas ninguém teve um ano tão bom quanto o brasileiro Breno Silveira. Com a rara marca de dois ótimos filmes num mesmo ano (À Beira do Caminho e Gonzaga – De Pai pra Filho), o diretor cresce e marca posição importantíssima dentro do cinema nacional. A se lamentar, somente que criadores de trabalhos tão vigorosos quanto Xingu (Cao Hamburger) e Paraísos Artificiais (Marcos Prado) tenham sido sobejamente ignorados pelo público brasileiro.

Não nos esqueçamos, também, de render os devidos préstimos ao diretor francês Michel Hazanavicius, pela ousadia de se fazer um filme mudo e em preto-e-branco (O Artista) em plena ditadura do 3D e do cinema-agonia de um Michael Bay.
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Como Funciona nosso Sistema Para o Resultado Final

Cada um dos quatro críticos do Cine SET elegem o seu `TOP 5`.

Para cada lista, fizemos a pontuação semelhante à da Fórmula 1:

1º lugar - 25 pontos
2º lugar - 18 pontos
3º lugar - 15 pontos
4º lugar - 12 pontos
5º lugar - 10 pontos

Depois, tudo é somado e chegamos ao resultado final!

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Próximas Listas do Cine SET

Quinta-Feira (27/12) - Melhor Atriz
Sexta-Feira (28/12) - Melhor Ator
Sábado (29/12) - Pior Filme
Domingo (30/12) - Melhor Cena
Segunda-Feira (31/12) - Melhor Filme

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