terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

O Melhor e o Pior do Cinema de Martin Scorsese

Por Renildo Rodrigues

Neste post, o Cine Set inaugura a seção Rankings, apresentando os melhores trabalhos de grandes nomes do cinema mundial.

Com a chegada do Oscar, que acontece em 26 de fevereiro, decidi começar pelo diretor Martin Scorsese, que, com A Invenção de Hugo Cabret, lidera o páreo deste ano em número de indicações (11 delas, incluindo Melhor Filme e Diretor).

Velho conhecido da Academia, Scorsese também é um injustiçado crônico da premiação: apenas sete indicações a Melhor Diretor em mais de vinte filmes e quarenta anos de carreira.

O Oscar finalmente saiu em 2007, por Os Infiltrados – mas com um sentimento de “já veio tarde” para quem o acompanha desde a época em que lançava um petardo atrás do outro, como Caminhos Perigosos (1973), Taxi Driver (1976) e Touro Indomável (1980). Saiba mais agora:


Veja:

5. A Época da Inocência

 
Começar o ranking de um diretor famoso pelas tramas violentas, com muito sangue e tiroteios, por uma história de amor pode parecer provocação, mas este é Scorsese: um artista completo, que não cabe em apenas um gênero.  

A Época da Inocência surpreendeu a todos em seu lançamento, em 1993.

Ótimas atuações de Daniel Day-Lewis e Michelle Pfeiffer, uma história tocante e a brilhante recriação de época fazem deste um dos melhores trabalhos do diretor.


4. Taxi Driver (1976)

Primeiro clássico de Scorsese, Taxi Driver também consolidou a longa parceria com Robert De Niro. Não podia haver combinação melhor: o estilo tenso e seco de Scorsese encontra a atuação explosiva de De Niro para criar uma reflexão memorável sobre a miséria das grandes cidades.

A sequência do espelho (“Você está falando comigo?”) e o banho de sangue final são antológicos.


3. A Última Tentação de Cristo (1988)

Mais um que foge ao estilo habitual do diretor, também com ótimos resultados.

A Última Tentação de Cristo é corajoso em sua tentativa de retratar a figura maior do cristianismo em sua porção humana, mostrando um Jesus sujeito a dúvidas, paixões, fúria.

Willem Defoe faz um trabalho comovente como protagonista.


2. Touro Indomável (1980)

O sucesso de Taxi Driver criaria grandes expectativas sobre Scorsese, às quais seu trabalho seguinte, o irregular New York, New York (1978) não faria jus.

Desiludido com a carreira, em crise no casamento e viciado em drogas, o diretor foi salvo da lama pelo amigo De Niro, que lhe trouxe a história do antigo campeão dos pesos-médios Jake LaMotta.


Touro Indomável marcou o auge da parceria Scorsese-De Niro, e também é considerado, com razão, o melhor filme sobre boxe já feito, ao lado de Rocky, um Lutador (1976).


  1. Os Bons Companheiros (1990)
Os anos 80 foram uma época de baixa para Scorsese. Mudanças velozes em Hollywood marcaram o declínio de muitos de seus colegas de profissão. Quando se achava que ele já tinha dado tudo o que tinha que dar, eis que surge Os Bons Companheiros.

A história de ascensão e queda do gângster Henry Hill traz tudo o que faz um bom Scorsese: protagonistas foras-da-lei, tiroteios, drogas, humor, edição nervosa e trilha sonora rock ‘n’ roll.

Tudo com uma intensidade e um senso de propósito que o diretor jamais alcançaria novamente, mesmo em ótimos trabalhos como Cassino (1995) e Os Infiltrados (2006). Se quiser conhecer o melhor Scorsese, é este aqui.


Fuja!:

Cabo do Medo (1992)

E não é que logo após o maravilhoso Os Bons Companheiros o diretor aparece com essa presepada? Cabo do Medo é um exagero só: Nick Nolte, como o mocinho, e Robert De Niro, como o vilão, são só gritaria; a câmera faz movimentos forçados e incomoda nos closes; a trilha sonora irrita.

Mas mesmo o pior Scorsese tem momentos de brilhantismo, em especial a sequência cheia de tensão e erotismo do primeiro encontro entre De Niro e Juliette Lewis. Mas esteja avisado...

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