quinta-feira, 1 de março de 2012

Classic Movies: "Ben-Hur", um dos maiores vencedores da história do Oscar

Por Jéssica Santos

Uma corrida de bigas de tirar o fôlego, cenas de superação humana (como a de homens escravizados, remando até não agüentar mais), muita ação e grandiosidade.

Isso é "Ben-Hur": indicado a doze prêmios Oscar (filme, diretor, ator coadjuvante, direção de arte, fotografia, figurino, efeitos especiais, montagem, música, som e roteiro), o longa-metragem estrelado por Charlton Heston faturou onze estatueta, perdendo apenas a de melhor roteiro. Ter ganhado onze prêmios Oscar é um recorde que dura até hoje ("Titanic" e "O Senhor dos Anéis - O Retorno do Rei" tem o mesmo numero de prêmios).

"Ben-Hur" é um filme que fala sobre Jesus Cristo, nitidamente. O enredo é, entretanto, focado na amizade entre Messala (Stephen Boyd) e Judah Ben-Hur (Charlton Heston), um homem que buscará vingança depois de ter sido preso injustamente pela tentativa de assassinato de um governador de Roma.

O protagonista passa por poucas e boas, pois é condenado a uma vida de escravidão nas galés, e ainda tem sua mulher e filhas raptadas. Ben-Hur tem o objetivo de matar Messala, que se tornou um oficial nas legiões romanas. Assim, acontece o sublime e memorável duelo na arriscadíssima corrida de bigas (aliás, a cena da corrida levou mais de três meses para ser totalmente filmada).

William Wyler, diretor de "Ben-Hur", foi, por anos, considerado injustamente um diretor sem personalidade. Era visto como um artesão e não um autor. De certa forma, a última consideração  é verdade, visto que ele esculpiu um filme brilhante.

A história da vingança de Ben-Hur, repleta de referências bíblicas, e que nos remete à vida de Cristo, foi adaptada do romance homônimo de general americano Lew Wallace. Até a versão final, 40 roteiros diferentes foram trabalhados. Gore Vidal, um dos roteiristas não creditados no filme, insistiu em acrescentar um elemento homossexual entre os dois protagonistas.

Pode-se notar esse tom dado por Vidal, na atuação de Boyd, que provavelmente foi informado de que a
relação de Messala e Ben-Hur era gerada por um amor entre dois homens.

"Ben-Hur" foi feito para o lucro: a MGM encontrava-se em péssima situação financeira e um filme grandioso como este seria sucesso garantido nas bilheteria, e foi. O épico"  salvou o estúdio da falência e Charlton Heston virou um ícone do cinema, fazendo vários outros grandes papéis posteriormente, entre eles o épico "El Cid" (1961) e o clássico de ficção científica "O Planeta dos Macacos" (1968).

Além disso, o filme exerce influencia sobre basicamente todos os épicos, até hoje. Bons exemplos são Spartacus (1960) e, claro, Gladiador (2000).

Veja alguns números assustadores de Ben-Hur:

Duração do filme: 3h30 (muito bem feitas).

Orçamento total: 15 milhões (muito dinheiro, mesmo hoje).

Bilheteria: 70 milhões (só nos EUA)

Elenco: 350 papéis com falas e 50 mil figurantes.

 Nota: 9.0

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