domingo, 17 de abril de 2011

Classic Movies - Bonequinha de Luxo (1961)

Por Jéssica Santos
Ao som da inesquecível canção Moon river, ela caminha pela 5ª avenida, e toma seu café da manhã enquanto admira as lindas joias da Tiffany. Bonequinha de luxo (Breakfast at Tiffany’s) é um filme que encanta desde a primeira cena e merece uma homenagem aqui porque está completando 50 anos! Sua personagem principal, a descuidada e maluquinha Holly Golightly (Audrey Hepburn) vive em um triplex, no lado leste de Manhattan, possui um gato sem nome, e vive uma vida um tanto quanto estranha. Nesta comédia romântica baseada no best-seller de Truman Capote, ainda estrela George Peppard, (Paul Varjak), um esforçado e talentoso escritor, que tem um “patrocinador” e se vê, de repente, dentro do intrigante e deliciosamente desestruturado estilo de vida de Holly, que vasculha a cidade, decidida a encontrar um milionário para se casar. Estamos falando de um grande clássico do diretor Blake Edwards, coestrelado por Patricia Neal , Buddy Ebsen, Martin Balsam e Mickey Rooney. 

Vendo o filme pelo ponto de vista técnico, ele se destaca principalmente por sua envolvente trilha sonora (Henry Mancini), que levou o Oscar®, assim como a música Moon river (Henry Mancini/Johnny Mercer), vencedora de melhor canção daquele ano. A canção toca em várias cenas do filme, em diferentes versões, uma delas cantada pela própria estrela Audrey Hepburn, que apesar de não ser cantora, esforçou-se e cantou direitinho. Em pensar que até queriam tiram a música do filme! Mas ela bateu o pé e disse: - Sob meu cadáver! A canção se tornou uma das mais queridas de todos os tempos. 

A direção de Blake Edwards mantém tudo em movimento, em um ritmo agradável. Isso também foi fundamental para o sucesso do filme. Os atores trabalharam todos muito bem. Hepburn surpreendeu num papel incomum para ela, e fez um par romântico, se não apaixonante pelo menos convincente com George Peppard. Mickey Rooney, apesar de um pouco exagerado, também merece destaque pelo engraçado (Sr. Yunioshi). O diretor se arrepende até hoje de não ter colocado um chinês de verdade no papel, por “questões éticas”. Mas não nega que Rooney divertiu a todos, no filme. Mas o principal êxito da
direção foi uma cena em que acontece uma festa muito maluca na casa de Holly (Audrey Hepburn). Nela o diretor pediu a opinião de todos e criou sequências engraçadas e excêntricas para os personagens. A naturalidade deixou os fatos ainda mais cômicos! 

Também não se pode esquecer que Audrey se tornou um ícone de moda e beleza pelos seus sempre impecáveis figurinos. E em Bonequinha de luxo não é diferente, ela está deslumbrante!
Vale destacar ainda, que o diretor conseguiu extrair o lado frágil e doce de Holly nas cenas em que ela fala da família e dos próprios sentimentos. A personagem parece ser muito independente e moderna, mas, na verdade, também é uma menina caipira e carente em busca de felicidade. 

O que torna a obra cinematográfica é o encanto notável de suas duas estrelas (Hepburn e Peppard). A maior parte da atenção vai para Audrey Hepburn, e o filme mostra que ela tinha vantagens notáveis: uma atriz extraordinária, tinha personalidade e beleza, e ela fazia maravilhas com scripts ultraleves. Mas quando se trata de charme, George Peppard dá uma aula! E ele é o contraponto perfeito para Hepburn em ambas as suas cenas cômicas e dramáticas.

O atrevido e inteligente gato sem nome de Holly também é destaque em Bonequinha de luxo. Foram usados nove gatos ao longo da gravação para fazer o papel do gato. Outra curiosidade é que Audrey disse que uma cena em que ela o joga na rua chuvosa foi a coisa mais difícil que ela teve que fazer no filme. 

As críticas ao filme foram mistas, e Audrey nunca considerou ela como Holly Golightly, uma de suas melhores atuações. Mas independentemente do que Truman Capote, Audrey Hepburn, ou os críticos pensem sobre o filme, o público adorou – e a imagem de Hepburn, vestindo um vestido preto, a mordiscar croissants e a olhar as vitrines da Tiffany’s já está em nossa iconografia cultural. Este filme é acolhedor como um abraço em uma noite fria - romântico, divertido, e ótimo para fugir dos “ratos e superratos” do mundo por duas horas.

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